Capítulo 112- Um futuro cheio de promessas

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-Depois eu te devolvo.  - ele disse evasivo, com um sorriso torto brilhando em seus lábios. 

Ela sabia da preferência dele de dormir pele contra pele. Isso era algo estabelecido entre os dois desde que o relacionamento íntimo de ambos tinha se iniciado, e esse detalhe não havia mudado com o tempo. Anne compartilhava da preferência do marido.  Era uma delícia sentir o calor reconfortante de Gilbert enquanto dormia, pois era uma comunicação física tão prazerosa que ela esperava que nunca mudassem esse hábito em sua convivência diária futura.

-É a terceira camisola que você esconde e não me devolve. - ela comentou,  enrolando seus braços em volta do pescoço dele.- Está querendo montar uma coleção de camisolas femininas?- ela continuou, cheia de humor, passando o nariz devagarinho pelo rosto do marido.

-Talvez, pois eu adoro todas as suas camisolas, mas o que eu gosto mesmo é  de te ver sem elas.- Gilbert respondeu, correndo as mãos pelas costas de Anne que suspirou, encostando seu corpo no do rapaz que vestia apenas uma cueca boxer preta, exibindo seu físico invejável.- Mas não posso negar que você vestindo apenas minha camisa é a coisa mais gostosa do mundo.

-Que bom saber que ainda te provoco de alguma maneira depois de todo esse tempo juntos.- Anne respondeu,  sorrindo ao sentir os lábios de seu marido em seu pescoço.

-Está  brincando? Você é a única mulher que provoca meus sentidos vinte e quatro horas por dia. Adoro seu corpo, sua boca, seus olhos. Amo tudo em você.- Gilbert afirmou, colando seus lábios nos de Anne que como sempre se entregou completamente ao beijo de Gilbert. Ainda havia tanta paixão entre eles, que não precisava de muita coisa para que pegassem fogo com o mínimo de carinho. 

Ela enlaçou a cintura de Gilbert com suas pernas, e o rapaz a carregou para dentro,  sentando na cama com ela em seu colo. Anne deixou que Gilbert conduzisse o beijo como mais gostava,  e quando suas bocas se separaram,  ela apoiou a cabeça no peito dele, enquanto seu marido lhe perguntava:

-O que está acontecendo,  amor? Eu sinto que não está tão bem.- com um grande suspiro e sem levantar a cabeça do peito de Gilbert, ela respondeu.

-Estou confusa com meus sentimentos.

-A respeito de Bertha? - Gilbert perguntou, e Anne concordou com  a cabeça, não mais se admirando da percepção aguçada de Gilbert, que sempre sabia o que a estava incomodando. - O que está te aborrecendo  tanto nessa situação?- ele perguntou, acariciando as costas dela.

-Às vezes quero perdoá-la, mas é tão difícil esquecer a dor que ela me causou. - Anne disse, levantando a cabeça e encarando a expressão séria e ao mesmo tempo terna do rapaz.  Foi nisso que se apegou, naquele amor que ele lhe dava sempre em qualquer situação, o que era seu conforto e seu apoio incondicional.

-Você não tem que se forçar a nada, amor. Não cobre isso de si mesma,  pois talvez seu coração não esteja preparado para dar esse passo ainda.- Gilbert lhe respondeu, beijando-a no topo da cabeça.

-O meu medo maior é  que ela parta desse mundo levando em seu coração minha rejeição.  E eu não queria ser responsável por isso. Sou humana o suficiente para entender que ninguém deveria terminar seus dias colecionando a raiva e o ódio que já recebeu na vida. - Anne disse, suspirando mais uma vez. 

Ela vinha pensando muito nisso nos últimos dias.  Talvez porque tinha se lembrado da culpa que Gilbert sentiu quando Sarah morreu, embora as circunstâncias tivessem sido diferentes. Seu marido sentia-se responsável por não ter salvo a vida da amiga,  mesmo tendo feito tudo o que podia, enquanto que Anne tinha a oportunidade de resolver a questão com Bertha, e continuava não se esforçando para isso, e quando enfim se decidisse a fazê-lo talvez fosse tarde demais para isso.  Sua mãe biológica estava com os dias contados, e se Anne não fizesse as pazes com seu passado quando ainda tinha a chance para isso, provavelmente carregaria esse sentimento ruim dentro de si pelo resto da vida.

Anne with an e- Corações em jogoWhere stories live. Discover now