– Desculpe papai, não pude esperar! – diz fazendo até a mim rir dessa vez.

– Não tem problema minha pequena formiguinha, o vovô não se importa! – diz George limpando o doce do nariz de Eliza antes de se voltar para Davi, que tinha seus olhos ainda fixos em mim, e bater em seu ombro fazendo-o piscar algumas vezes até ter sua atenção voltada para o pai que pegou o livro e o abraçou agradecendo pelo presente raro e que ele procurava há anos, Davi sorriu... mas não era um sorriso tão descontraído como os de antes e isso me fez franzir o cenho preocupada, George disse mais alguma a coisa a Davi que o fez franzir o cenho levemente e acenar com a cabeça e então Liza tomou a atenção de seu avô sobre ela e no segundo seguinte Davi estava vindo até a mim ainda muito frio e sério.

– Deveríamos ir agora! – diz parando a poucos centímetros a minha frente, seu tom não estava para discussões, mas eu estava.

– Por quê? O que foi isso que acabou de acontecer? – pergunto em um tom baixo, ninguém precisava ouvir, vejo Davi tencionar seu maxilar e isso só me faz ainda mais confusa e preocupada. – o que a senhora Homeo estava querendo dizer quando me viu? – continuo estreitando meus olhos para Davi esperando enquanto eu via como ele parecia ficar ainda mais fechado e frio... isso não era bom, mas eu sentia que talvez seja um bom momento para eu fazer mais perguntas sobre Davi...

– Eu não sei, mas é melhor eu levar você pra casa. – diz mal humorado, eu cruzei os braços olhando-o com minhas sobrancelhas franzidas também e eu abria a boca para protestar, mas Davi conseguiu dar um olhar tão intimidador que eu não consegui formular qualquer palavra. – por favor, não seja teimosa agora, eu não estou com cabeça para lidar com isso, só vamos embora. – ele definitivamente não parecia bem e foi como ele parecia perder algum tipo de controle e por não saber o que ele faria exatamente, cedi e soltei um suspiro derrotado, mas eu estava preocupada mais em como Davi parecia tão distante e até um tanto perturbado, não gosto de vê-lo assim.

– Tudo bem! – digo descruzando os braços, seu suspiro de alívio foi mais audível do que ele pretendia já que ele limpou a garganta antes de desviar seus olhos dos meus e começar a me puxar pelo cotovelo.

****

O único abraço que dei antes de Davi realmente me carregar para fora da casa sem me deixar despedir de todos devidamente foi em George, afinal era seu aniversário e quando eu me desculpei por não ter trazido qualquer presente, ele me surpreendeu com sua resposta o que me deixou com um calor no peito.

" – Você trouxe o melhor presente que um pai poderia querer, trouxe meu filho e jamais poderia agradecer devidamente pelo presente... obrigado Angela, por tudo!" – George disse isso com um brilho sincero em seus olhos que eu nunca vou esquecer e ainda a forma como disse o 'por tudo'... era como ele se quisesse me deixar saber de algo, mas eu ainda não entendi bem e eu tentava entender enquanto Davi dirigia silenciosamente ao meu lado, ele parecia tão pensativo, tão frio... tão... longe.

Olhar para ele agora era como ter uma caixa cheia de gelo fortemente fechada bem diante de mim! Eu queria poder dizer alguma coisa, mas eu sabia que não adiantaria muita coisa, então me deixei perder em meus próprios pensamentos sobre o que George disse e foi quando olhei para o para-brisa, ao passarmos por um bar aberto com algumas pessoas entrando se escondendo da chuva que ainda caía, que me lembrei do que Isaac me disse quando estávamos bêbados no Brooklin...

" – Parece que você quem conseguiu arrancá-lo da concha que ele esteve enfiado nos últimos anos, ninguém conseguia chegar até ele e tudo o que tínhamos dele pelo telefone enquanto esteve em Londres eram seus grunhidos de resposta... era assustador ver alguém como Davi que sempre foi vivo demais se fechar da forma como fez... até você entrar na vida dele... foi incrível ver como... como... ele voltava a ser meu irmão, o mesmo filho da puta arrogante e irritante, mas era ele!".

SALVA PELO CHEFE (COMPLETO)Where stories live. Discover now