SALVA PELO CHEFE (COMPLETO)

FOI A TEQUILA

Inspirando profundamente dou meia volta decidindo que não haveria mal nenhum em um banho, precisava relaxar e tentar me lembrar do que fiz ontem... quero dizer, eu me lembro de sair de Manhattan e de chegar ao bar... O som da porta se abrindo atrás de mim cortou a linha de meu raciocínio e a ingestão aparentemente difícil de ar de quem imagino ser Davi, me faz ficar paralisada por alguns segundos enquanto eu realmente sentia seus olhos por todo meu corpo queimando minha pele, fazendo meu coração acelerar, vibrações incomodarem meu estômago e meu corpo se arrepiar e eu nem sequer estou olhando para ele e muito menos me incomodando com minha cicatriz.

- Por que não está vestida? - pergunta num tom baixo, autoritário, um pouco irritado pelo que percebi e ainda com aquela voz rouca carregada com calor que me faz querer contorcer, mas quando sinto que se aproxima dando um passo para mais perto, dou um passo à frente e me obrigo a girar em meus calcanhares para poder encará-lo e tentei não parecer tão afetada quando encontrei seus olhos intensos e carregados de calor tanto quanto sua voz, seus olhos estavam naquele azul hipnotizante e sedutor que me fizeram engolir em seco e ficar ainda mais consciente de minha falta de roupas... e ainda havia seu cabelo que ele não fez questão de organizar hoje, então mechas caiam em sua testa quase sobre seus olhos, ele ainda vestia um cardigã cinza de botões com uma camisa preta por baixo e jeans... e ele conseguia ficar ainda mais comestível assim, mas endireitei os ombros e inspirei profundamente. Posso lidar com isso e vou parar de pensar em coisas como 'comestível', 'sexy', 'bom pra caralho'... só preciso focar em algo importante.

- Por que estou aqui? - pergunto cruzando os braços sobre meus seios pra que não veja o quanto eles, traidores, desejavam seu toque. Davi arqueou uma sobrancelha como se minha pergunta fosse tola e isso me fez fechar a cara, irritada.

- Pelo mesmo motivo da primeira vez... agora por que ainda não está vestida, Angela? - pergunta praticamente rosnando meu nome dando um passo para mais perto outra vez, seu olhar se escurecendo daquele jeito lascivo me fazendo piscar e sentir a primeira onda de calor descer por minha espinha e se estabelecer no meu centro, engoli em seco antes de tentar responder.

- Eu estava procurando as minhas roupas! - digo ainda me obrigando a manter alguma postura, Davi bufou antes de erguer os olhos para além de mim e olhando para a cama, acredito eu, ele uniu as sobrancelhas parecendo ainda mais irritado e quando abria a boca para dizer qualquer coisa me adiantei - eu quero ir embora e com meu vestido...

- Estavam fora das condições de uso, Angela... - diz dando mais um passo na minha direção voltando seus olhos para mim e se possível estavam ainda mais intimidadores agora, mas dessa vez não consegui me mover para afastar - e você não vai embora. - diz um pouco mais alto que um sussurro, mas soou tão autoritário quanto se estivesse gritando, eu pisquei tentando assimilar o que estava dizendo enquanto me sentia perdendo o controle com seu olhar, com sua proximidade e com seu cheiro...

- N-não pode me prender aqui... - tento dizer com alguma convicção, Davi arqueou uma sobrancelha e o canto de sua boca se ergueu em seu sorriso de lado sarcástico e desafiador me fazendo engolir em seco e parar de respirar, duvidando de minhas próprias palavras, seus olhos brilhando com aquela malícia que estava fazendo meu corpo em chamas e meus pulmões terem dificuldades em desempenhar seu trabalho me deixando um pouco ofegante enquanto Davi se aproximava um pouco mais ficando com seu corpo a centímetros do meu, sem realmente me tocar, mas me fazendo senti-lo em todos os lugares.

- Essa, ainda, não é a minha intenção - diz ainda naquele tom baixo e ainda levemente rouco com seu rosto tão perto do meu que se eu erguesse meus pés eu poderia beijá-lo... não que eu fosse fazer isso. Ele não me deu tempo para protestar ou sequer pensar direito sobre o que tinha acabado de dizer quando me interrompeu - você realmente devia se vestir. - diz não tão autoritário quanto antes, estendendo uma das mãos só para afastar uma mexa de minha franja para longe de minha testa e a colocando atrás de minha orelha me fazendo suspirar entreabrindo os lábios, quando o simples toque de seus dedos descendo por minha mandíbula até o queixo queimou minha pele e enviou aquelas pequenas ondas elétricas por todo meu corpo e senti, novamente, direto em meu centro quando seu polegar deslizou por meu lábio inferior... a dor em minha cabeça esquecida ou já até inexistente. Eu não conseguia me afastar quando ele franziu o cenho e desceu seus olhos para onde estava tocando parecendo, de repente, se perder em pensamentos. - agora! - diz entre dentes parecendo irritado e me fazendo puxar o lábio para longe de seu toque e entre os meus dentes quando seu toque estava me pondo em chamas, as quais eu estava prestes a perder o controle e mandar tudo à merda só para poder... poder...