-Isso não é da sua conta... – digo limpando a garganta quando minha voz saiu rouca – não sabe de nada sobre isso! – digo tentando manter o tom de voz baixo para que as pessoas que ainda nos ignoravam no momento não passassem a nos notar, claro que algumas vadias ricas tinham seus olhos luxuriosos sobre Davi e mal viam a hora em que eu me afastasse dele para que pudessem abocanhá-lo, mas isso não ia demorar porque eu estava chutando outra vez suas bolas se ele não me deixasse em paz! Quando Davi fecha a sua cara ainda mais para mim, eu apenas saio andando para longe dele e em direção à saída.

Eu realmente não sabia se Davi tinha alguma ideia de que remédios eu tomava ou se eu sequer tomava algum... ele havia visto Lance cuidar de mim quando tive um de meus ataques em sua presença, não que aquele tenha sido um 'senhor ataque' como o último, mas ainda sim qualquer um imaginaria que eu tomasse algum remédio forte com tarja preta e tudo mais depois daquilo... eu deveria na verdade, e também deveria fazer terapia... mas quando eu simplesmente parei com meus ataques e consegui esse trabalho na Collins&Parker Banks, não achei necessário nenhuma das duas coisas, Lance ainda briga comigo sobre isso e, com certeza, vai piorar agora que tive dois ataques em um curto período de tempo... mas qualquer um daqueles remédios antidepressivos e toda sorte de 'antis' me deixam pior do que sou e não preciso de efeitos colaterais dessas coisas no meu dia a dia!

-Sei o suficiente para impedi-la de se embebedar! – diz Davi andando ao meu lado, gemo alto frustrada. Não devia ter saído do maldito quarto.

-Seria bom se parasse de se intrometer na minha vida pessoal, Collins! – digo sem olhá-lo tomando mais um pouco de minha tequila quando finalmente sinto a brisa da área de fora da casa.

A proximidade de Davi e sua aparente preocupação ainda estava mexendo comigo de formas variadas que iam de ferver de raiva a ferver de luxuria num curto espaço de tempo e então se misturavam dentro de mim me fazendo sentir vontade de estapeá-lo e empurrá-lo para longe, para depois o puxar de volta pela gola da camisa e beijá-lo até perder todo o fôlego... e isso estava sendo regado ainda pela bebida alcoólica... essa noite não vai acabar bem!

-Só estou preocupado...

-Exatamente! – digo parando para encará-lo, já estávamos praticamente na entrada da tenda onde meus quadros estavam expostos, Davi arqueia uma sobrancelha me encarando de volta curioso e ainda um pouco irritado. – não tem que se preocupar, não sou sua responsabilidade, sou sua assistente a única coisa que precisa saber sobre mim é na área profissional e sobre o que tem que se preocupar é como faço o meu trabalho...

-Acho que a forma como conheço você vai muito além da área profissional! – diz me interrompendo me fazendo corar e suspirar com o olhar que deu ao meu corpo, e novamente eu queria jogar o resto de minha bebida em seu belo rosto com aquela expressão sarcástica e ainda sim lasciva e então agarrá-lo e beijar todo seu rosto para limpá-lo da bebida.

-Você é um cretino pervertido, Davi! – digo voltando a lhe das às costas e entrar na tenda.

-Ah esse é meu nome? Achei que fosse senhor Collins! – diz irônico e não consegui segurar o riso baixo e também não consegui manter o sorriso fora de meus lábios quando parei em frente a um dos meus quadros de uma Nova Iorque de 1910 com as construções antigas, as pessoas andando pela rua com seus veículos com a maioria ainda movidos a cavalos e toda aquela coisa clássica que tanto amo. Sorria porque me lembrava de ter dito algo parecido a ele naquela noite no bar, sorria porque ele ainda se lembrava...

-Eu odeio tanto você! – digo num suspiro sem olhá-lo, mas ouvi quando tomou uma respiração difícil. Não era totalmente uma mentira, eu o odiava quando era o Davi idiota, ogro, cretino, irritante e insuportável o que ele era quase cem por cento do tempo...

SALVA PELO CHEFE (COMPLETO)Where stories live. Discover now