Um sonho Para Mim

By kaya1000

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Desesperado para evitar a vergonha de ser plantado no altar, Colin Vaughn escolhe a pessoa mais aleatória qu... More

Nota da Autora
1. Uma Versão Diferente
2. Noiva Por Acaso
3. A Dama e a Vagabunda
4. Pode Beijar a sua Esposa... Ou não!
5. Até que o prazo nos separe
6. Prometo estar aqui
7. Uma Dama condenada
8. Prometo proteger-te
9. Lar, doce Lar?
10. Sua Nova e maravilhosa Família
12. Um passo em Falso
13. Depois do Fim
14. Donos das Próprias Histórias
15. A última Mulher em Pé
16. Um Óptimo Dia
17. Uma Visita Inesperada
18. Simplesmente Acontece
19. Um convite acima da Hora
20. E Se Não Fôr Mais Uma Mentira?
21. Isto Não Está Certo!
22. Conversas Tensas e Duras Confissões (round 1) - Parte 1
23. Conversas Tensas e Duras Confissões (round 1) - parte 2
24. Em Apuros
25. A Única Saída
26. Na Teia do Aranha
27. Ponto e Vírgula
28. Desesperados
29. Guerreiros e Caídos
30. Afundando por dentro
31. Duros de Derrubar
32. Uma Simples Recepção - parte 1
33. Uma Simples Recepção - parte 2
34. Uma Dama Em Evasão - parte 1
35. Quem te tornas
36. Mortas-Vivas
37. Uma Simples Demonstração
38. Um Monstro na Cidade
39. Bad Lovers
40. Capuchinho Preto perdida na Floresta
41. Tempo de Antena
42. Into the Woods
43. Serenidade e Tolerância
44. Bom trabalho, querida
45. Ares do Ocidente
46. Dançando com o inimigo
47 - Game on
48. A Cláusula
49. O Peão Mais Sortudo Da História
50. Casados Para O Caso
51. A Falsa Loira
52. O Preço Da Liberdade
53. O peso das escolhas
54. Mas que inf...🤷🏾‍♀️🤷🏾
55. plano A
56. Jogadas Desesperadas

11. Cabeça contra a Parede

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By kaya1000

Mesmo com o mau começo que indicava que seu dia e, provavelmente, seus próximos seis meses dentro da família Vaughn seriam terríveis, a tarde tomou outro rumo que a fez crer que talvez nem tudo seria ruim quando ela saiu a seguir Moira para fora da casa.

A irmã de Colin era muito mais que uma jovem rebelde e inconformada pelo pecado que sua gestação representava. Moira é uma aventureira, jornalista de turismo, passa a vida a viajar pelos lugares mais incríveis do mundo, faz documentários e reportagens sobre os lugares maravilhas pouco exploradas e escreve sobre seus destinos no maior site de viagens e turismo. É cada história incrível e bizarra que ela contou sobre as coisas que já viu. Do seu lado, quando ela não estivesse a brigar, o tempo passa bem rápido entre risadas, curiosidades e descobertas.

Ela ama a natureza e é uma sonhadora incontestável. No seu romance favorito ela é Elizabeth Bennet e associa Ariela á irmã de sua heroína, Jane. Sua conversa foi bastante divertida enquanto passeavam pelo quintal infinito da casa de Colin, e quando anoiteceu, ela se recusou a colocar os pés naquela casa outra vez.

- Não se preocupe, você vai acordar com o meu gargalo amanhã, não vou sumir por mais três anos, amo demais o meu irmão para fazer isso outra vez. Só preciso de me recuperar da bofetada. Doeu, sabe!

As duas riram e partilharam um abraço bem apertado. Se conheciam apenas havia horas, mas o carinho foi mútuo, encontraram na graça uma da outra um momento que de liberdade para ser quem realmente são.

Casas grandes são incríveis, mas também deprimentes quando se está sozinho. O espaço é tão vasto que te isola e engole. Desde que Moira se foi e Rupert saiu também com Margareth, Ariela girou sozinha pela casa buscando fugir da solidão que sentia no meio daquele silêncio deprimente. Pensou em bater a porta do escritório onde Colin havia se fechado só para dizer olá e sentir que estava acompanhada, mas desistiu e voltou a sala e se jogou sobre o sofá com os pés sobre ele também e seu corpo virado e apoiado no encosto. Naquele ambiente sem vida se sentia como parte dos móveis, um aparador, talvez. Só a existir, somente com um vaso de lírios para camuflar o vazio que o lugar tinha. O aparador era tão inútil como os compartimentos daquela casa quando se lhe tirasse o vaso de cima - sua única função era aquele vaso. Esticou seu braço e alcançou o telefone sobre a mesinha ao lado e ligou para o seu pai, queria alguém para conversar.

Frederick Smoak estava de bom humor, acabava de voltar da caminhada noturna na qual Nabila, sua enfermeira recentemente contratada, lhe havia levado.

- Ela chamou também a senhora Chamisse para ir connosco, Mira - ele se queixa - Acho que a Nabila está a tentar nos acasalar.

Ariela ri. A senhora Chamisse é sua vizinha do prédio, uma mulher bastante simpática e energética, bastante conversadora e prestativa. Sempre que saia para o trabalho a encontrava no porteiro a levantar o pão quentinho deixado pelo moço da padaria e a fazia rir com as melhores piadas, e ao seu regresso, muitas vezes a encontrava na sua casa, "a entreter este velho que pode morrer de isolamento se não for por minha boa companhia" como sempre dizia, se referindo ao seu pai.

- Eu tenho certeza de que ela só quer que o senhor tenha companhia de outras pessoas em vez de ficar trancado dentro de casa o dia todo. Se bem que a senhora Chamisse é simpática e muito boa companhia. Eu não me importo nada se por acaso o senhor se interessar por ela.

- Ó filha, deixa-te de disparates. A única mulher que me interessa nesta vida é você apenas. - ele diz, e ela sorri.

- Talvez seja hora disso mudar, ab. O senhor fez de mim seu centro nestes anos todos que nunca mais deu ao seu coração outra chance de experimentar um novo amor.

- Não havia espaço para isso. Sabes que nós podíamos ter que abandonar tudo a qualquer momento, e isso não é algo fácil de fazer quando há laços com outra pessoa.

- Mas ficamos anos e anos aqui. E nós não estamos mais a fugir, Ab.

- Certamente não por muito tempo, agora que você decidiu se meter com nosso passado quando devíamos andar fora do radar. - Fred alfineta, era bastante repetitivo quando se tratava de coisas com as quais não concordava.

- Este não é o momento de falar disso, Ab, por favor. E os Vaughn não são o inimigo, você sabe disso porque o senhor mesmo me disse.

- E disse para ficar longe deles, mas isso você nunca ouve. Começou por se enfiltrar na empresa deles e agora foi se casar com um deles. O que vai fazer a seguir? Contar para o seu marido quem é de verdade?

- Eu sei que o senhor não entende o que fiz, mas confia em mim, por favor. Eu vou ai visita-lo, amanhã, e conversamos sobre tudo isto com calma, está bem? Amo-te, ab.

- Eu também, Mirella. Sempre.

Quando desliga a chamada, ela arrasta o telefone até seu peito e o mantém ali, pensativa, até que a voz de Colin a desperta.

- Ab? Como pai em árabe?

Ela se coloca sentada devidamente, e arranja o cabelo, enquanto lhe vê aproximar. Sua mente vagueia rápido em busca de uma resposta que não a comprometa e se pergunta o quanto ele terá ouvido da sua conversa.

- Ahm... sim!

- Você fala árabe?

- Não exactamente. Eu... Eu tive um namorado árabe quando estava na faculdade. Um estudante de intercâmbio. - Nem tudo era mentira, Houve um estudante de intercâmbio que se interessou bastante por ela, mas de árabes, Ariela não gostava nem de ver a sombra. Fugia de todos, e não foi diferente com esse.

Rapidamente Colin se desinteressou pelo tema.

- E a Moira?

- Ela não quis entrar. Preferiu um hotel. Disse que precisava de uma noite serena, mas amanhã te procurava. Acho que ela não se sente bem aqui, não se sente em casa.

Colin assente com a cabeça, seu semblante reflectindo pesar.

- Ela não se sente em casa em nenhum sítio, por isso passa a vida a viajar. E é tudo culpa minha.

Ela olha para ele com empatia, admira seu sentimento pela irmã, mas não compreende onde ele carrega a culpa naquela história.

- Colin, como você pode se culpar por algo que seu pai fez?

- Porque eu causei isto tudo. - ele diz - Quando a mãe da Moira morreu, mamã decidiu leva-la para viver connosco, ninguém sabia quem era o pai dela. Foi incrível. Moira, Lupe e eu éramos imparáveis. Ela era a nossa protegida e tudo ia bem, até que ela começou a adoecer. Ela tinha leucemia e precisava do transplante de medula. Você sabe que há maior chance de compatibilidade entre irmãos.

- Então seu pai teve que revelar a verdade?

- Ele não era obrigado porque eu fui fazer o teste de compatibilidade sem que me fosse pedido. E o resultado podia ser positivo como de uma pessoa na China. Mas ele confiou em mim a verdade porque achou que eu merecia saber de quem era a vida que eu estava a salvar. Só que eu não consegui manter o segredo da minha mãe. Eu disse para ele contar, como não o fez, fi-lo eu. Tudo estragou nesse dia. Moira saiu do hospital, as coisas não eram mais as mesmas. Minha mãe mal conseguia olhar para ela, nem ela suportava aquela situação toda.

Ariela se levanta e pára a sua frente.

- Você fez o certo, Colin. Foram seu pai e sua tia que fizeram o errado. Seu pai alguma te culpou por isso?

- Ele não ia colocar esse peso em mim, mas eu vi o abalo que seu casamento sofreu. E nada teria acontecido se eu tivesse me calado.

- Talvez ela tivesse descoberto de outra maneira. Todos cometemos erros, mas devemos ter a valentia de assumi-los e buscar fazer o certo. Fazer isso, nós mesmos, é sinal de redenção, desejo de correcção, e isso conta bastante na hora da outra pessoa nos perdoar.

Colin acena com a cabeça.

- Você tem razão. Eu nem devia estar a pensar nisso com tanta coisa a acontecer.

- Há algum problema? É sobre a empresa?

- Algumas coisas complicaram, mas vão ficar Bem, não se preocupe. - ele diz, e então olha para ela, hesitante - o Lupe trouxe também isto.

Ele entrega para ela uma pasta de documentos.

- É o contrato do nosso casamento. - ele diz enquanto Ariela abre o documento para passar os olhos - Nós não sabemos quais são as tuas motivações para este casamento, mas fizemos de tudo para garantir que saias a ganhar também. Toma o seu tempo para analisa-lo e se tiver alguma cláusula que queira discutir podemos sempre fazer a revisão. Eu recomendaria que contratasse um advogado para cuidar dos seus interesses, se confiar em nós, Lupe pode indicar-te alguém competente. Tudo o que falarem, ficará entre vós, só saberei se decidires me contar.

Ariela fecha o documento, mas seus olhos não saem dele por tempo suficiente para se notar sua tensão. Ela acena com a cabeça, e nada fala. Seus dentes mordem, por dentro, o lado direito do lábio inferior. É algo que ela faz quando está desiludida, Colin percebe, mas nada diz. Foi desconfortável para ele também quando Rupert lhe entregou o contrato feito e lhe disse que era a única coisa boa que tinha para ele depois de tanta notícia ruim naquele dia.

Não recebeu como coisa boa, não soube a coisa boa. Foi como se tivesse sido despertado de um sono tranquilo para o caos. Sentir-se assim lhe intrigou. Ainda mais por desejar que não tivesse que entregar aquele acordo a Ariela para parametrizar sua relação a cláusulas contratuais como se de uma parceria empresarial se tratasse.

Quando se despediu da mãe e do irmão, fechou-se no escritório para rever o contracto. Não que não confiasse na competência de Rupert, só queria garantir que Ariela recebesse um contrato justo e não saia a perder em nenhum ponto.

- Eu vou confiar em Lupe para me arranjar o advogado.

Colin assente com a cabeça e a avalia. Algo a inquieta.

- Colin, você mandou me investigar? - Ariela pergunta - Eu penso que sim, que você é o tipo de pessoa que vai querer saber quem dorme ao seu lado. E, principalmente, porquê eu disse sim.

- Lupe é meu advogado, é ele quem zela que não saia prejudicado em nada do que eu me envolva. Acredito que ele tenha pessoas a investigar-te, sim.

- Eu não quero vocês procurando o meu passado. Sou uma pessoa íntegra que nunca falhou pagar sequer um imposto. E há coisas da minha vida pessoal que gostava que ficassem só para mim. - está tensa, mas busca soar definitiva.

- Ariela, se há algo importante sobre ti que eu não devia saber, então aceitar este casamento foi um erro. Eu não te conheço de todo, então sempre seria investigada. Olha, eu sei que combinamos deixar as razões que nos levaram a nos casar para nós mesmos, e eu pretendo cumprir isso. Eu pedi para não serem invasivos na investigação e só serei informado se for algo que possa colocar a minha integridade e da minha família em risco.

Os sinais são claros. Batimentos martirizantes do coração. Garganta a sufocar. Calor incessante e suor a transbordar. Ariela sente o pânico chegar e não pode estar em frente a ele quando as lágrimas caírem. Seu pai tinha razão, foi ingénua, estragou tudo tudo. E Colin vai descobrir.

- Ariela - ele a chama - há algo que teme que eu descubra e prefira me contar agora?

Ela hesita.

- Não. Como eu disse, senhor Vaughn, eu tenho minha ficha limpa, e sobre a razão do meu sim não vir a tona, o meu advogado vai me ajudar a garantir isso. - ela diz e contorna o homem a caminhar segura para o seu quarto enquanto por dentro deseja voar, sumir da vista daquele homem e bater sua cabeça contra a parede infinitas vezes por ter iniciado a ruína de sua vida.©

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