O Silêncio Entre Nós

Av lavienlena

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HISTÓRIA EM EDIÇÃO | LEIA A INTRODUÇÃO Após a morte do pai de Nina Davis, ela desenvolve uma fobia social que... Mer

Introdução | História em edição.
[01] Fins e (re)começos.
[02] Dia frio e atípico do verão de janeiro.
[03] Fobia social.
[04] Palavras.
[05] Café da manhã.
[06] Aula.
[07] Margot.
[08] O sorriso de Nina Davis.
[09] Austen e Dickens.
[10] O Demônio do Meio-Dia.
[11] Eu te amo.
[12] Bailarina.
[13] Aula de inglês.
[14] Ataque de pânico.
[15] Bolo de chocolate e as novas músicas do Ed Sheeran.
[16] Ciúmes.
[17] À noite.
[18] Última aula.
[19] Desculpas.
[20] Realidade.
21 | Running.
22 | Parents.
23 | Date?
24 | Anna.
25 | Depression.
26 | Flowers and poems.
27 | Angry.
28 | Natalie's party.
29 | Break up.
30 | Photograph.
31 | Valentine's day.
32 | About the date.
33 | Tower.
34 | Picnic.
35 | Fliperama.
36 | Day 1.
37 | Day 2.
38 | Day 3.
39 | Us.
40 | Apresentation.
41 | Beach day.
42| Destiny.
43 | Sick.
44 | The truth.
45 | The game.
46 | Insecurity.
47 | I never ever.
48 | We need to talk.
49 | Best friend.
50 | Another normal day at school.
52 | Prom.
53 | Our after-party.
54 | Love.
55 | Good day.
56 | Happy birthday, Nina.
55 | Late.
56 | Messages.
57 | Girls.
58 | Letter
59 | Loving.
60 | The day (part I).
61 | The day (part II).
62 | Back home.
63 | Shower.
64 | Everything's gonna be fine.
65 | Future.
66 | New friend.
67 | Happy Birthday, Adam.
68 | Dance with me.
69 | Not that innocent.
70 | Necessary conversation.
71 | Happiness.
72 | Dreams.
[73] Aguente firme, Nina.
[74] Coisas novas.
[75] Significado.
[75] Tentando.
[76] Solidão.
[77] Reações.
[78] De volta para você.
[79] Decisões.
[80] Término.
[81] O Adeus.
Com amor, Lena.

51 | Shopping.

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Av lavienlena

| Narrado em 3° pessoa |
 
 
Faltavam exatos nove dias para o baile de encerramento das aulas.
Nina havia tirado, como sempre, suas notas medianas e conseguido seguir para o segundo ano do ensino médio, levando consigo, a inteligência superestimada que possuía. Já Adam e sua mente brilhante, com médias altas, passou para o terceiro gloriosamente. Anna, com toda a sua genialidade, passou com a média A em quase todas as matérias. Max tinha uma mente superestimada, assim como Nina, mas também se encontraria no terceiro ano após as férias de verão. Os quatro jovens seguiriam. Mas antes, haveria o infeliz rito de passagem, como Nina havia chamado naquela manhã de sábado: O baile. Havia toda a uma preparação que envolvia superficialidade — Sapatos, bolsas, vestidos, smokins, maquiagem, cabelo bem arrumado. Isso não era a praia de Nina e mesmo que Anna usufruisse da maquiagem para esconder as feições exaustas, ela não gostava tanto. Mas mesmo assim, os quatro jovens estavam indo ao shopping aquela manhã para comprar o que tinham de comprar para o baile.
Tori e Jack foram às lojas de vestidos de festa com Nina e Anna, enquanto Cody e Emma foram com Adam e Max, já que a mãe de Max não pudera acompanhá-lo por estar trabalhando da sua loja, que por acaso, era a que Nina e Anna estavam indo para comprarem seus vestidos.
 
 
⠀⠀— Olá! — Uma mulher baixa, muito bonita, com a pele bronzeada e os olhos de um mel chamativo, as cumprimentou. — Sou Sandra.

⠀⠀— É a mãe do Max? — Anna perguntou.

⠀⠀— Sim. É amiga do meu filho? — A mulher disse, sorrindo. Ela era simpática.

⠀⠀— Amiga. Soa bem. — O pai de Anna, Jack, murmurou.
 
 
A ideia da sua garotinha estar crescendo tão rápido parecia assustadora demais para ele, e a parte de isso envolver um garoto o qual ele considerava muito legal, o deixava ainda mais apavorado. Ele lembrava de como fora a noite após o baile com Emma, sua esposa e mãe de Anna. Uma noite quente e divertida que ele lembrava com fervor, mas que tinha horror de ser assim que a noite da sua garotinha viesse a terminar. Ele confiava nela, só a protegia e queria que ela fosse sincera sobre tudo.
 
 
⠀⠀— Eu sou a Anna, vamos ao baile juntos. E saímos essa semana. — Anna disse. Suas bochechas coraram num tom profundo de vermelho.
  
 
Durante uma das aulas de química da semana, a professora acabou juntando Anna e Max para um projeto. Eles não sabiam que Adam havia usado seu charme e inteligência para convencê-la de que o amor era mais que química e ela veria se juntasse Anna e Max. E assim ela fez, como um desafio. Durante o trabalho na sala e uma conversa enquanto Anna estava concentrada em uma das suas matérias favoritas, Max sugeriu que saíssem um dia. Anna parou de mexer em ácido e olhou para ele. Ela sorriu e disse: "Pode ser quinta?". E foi assim que eles saíram num encontro desastroso e incrível.
 
 
⠀⠀— Oh, sim! Anna! — A moça exclamou. — Ele fala muito de você e diz que é uma linda garota. Diz tantas coisas boas, que eu achei que fosse exagero, mas vejo que não é. — A mulher sorriu, contente. Sandra era realmente muito gentil. — Deixa meu garoto feliz.

⠀⠀— Obrigada. — Ann sorriu, envergonhada.

⠀⠀— E quem mais temos aqui? — Sandra disse. — Olá, Victoria. Faz tempo desde que nos vimos pela última vez.

⠀⠀— Realmente. Eu trouxe minha filha, ela também irá ao baile. — Tori apontou para Nina.
 
 
Tori e Sandra se conheciam do grupo de mães que a dra. James, psicóloga famosa e incrivelmente boa e mãe de Anna, exigia para conversas sobre como entender mais os adolescentes e aprender sobre todo o tipo de coisa.
A mãe de Anna já conhecia Max; ele era seu paciente. Foi dos dez até os quinze. Por isso, quando Anna disse que iria ao baile com o jovem, Emma se sentiu aliviada. Ela sabia mais do Max, que Anna poderia descobrir tão cedo. Ela sabia que ele era o garoto certo para sua filha.
 
 
⠀⠀— Que menina linda. Com quem irá ao baile?

⠀⠀— Adam Collins. É o namorado dela. — Tori respondeu pela filha. Sandra sabia de algumas das limitações de Nina.

⠀⠀— Ah, eu sei quem é. É um garoto e tanto. Não sei quem deu mais sorte: ele ou você. — A moça sorriu e fez Nina sorrir. — E este é o seu pai? — Ela perguntou à Anna. Jack e Anna se pareciam, assim como Nina e Tori se pareciam. Enquanto Cody e Adam e Emma e Anna eram totalmente distintas — Mesmo que o filho mais novo de Emma se parecesse mais com ela.

⠀⠀— Sim. — Ann respondeu. Jack apertou a mão de Sandra com um sorriso. — Minha mãe ficou com Adam e Max. Você a conhece?

⠀⠀— É a Emma. — Tori disse, esclarecendo.

⠀⠀— É filha de Emma James? Ela é uma mulher incrível, querida. Meu filho tirou a sorte grande. — Sandra disse, alegre. — Bem, vamos provar vestidos?

⠀⠀— Sim! — Tori e Jack responderam, empolgados. Nina e Anna se entreolharam, com uma certa vergonh, mas acabaram rindo.
 
 
Nina e Anna olharam todas as araras da loja. Nina queria um jeans, Anna, algo que cobrisse seu corpo por inteiro, ainda mais depois de ganhar tanto peso no hospital. E era difícil agradar às duas.
Nina estava tentando escolher um vestido para encorajar Anna a não se esconder tanto. E além do mais, elas precisavam de um vestido que estivesse no tema de "O baile real", rementendo à realeza. Nina achava o tema estúpido, mas Anna gostava da ideia.
 
 
⠀⠀— Se prometer não esconder os braços, eu não escondo os meus. — Nina sussurrou à amiga, para que seus pais não ouvissem.

⠀⠀— Braços de fora? Nem pensar. As pessoas vão ver as cicatrizes, Nina. Sabe o que vão falar. — Anna suspirou. Pensar em toda a situação a deixou triste e Nina percebeu.

⠀⠀— E o que tem demais? Sua cicatrizes mostram quantas vezes eles te jogaram para baixo e você estar viva e feliz, os mostra quantas vezes você já se levantou. E que vai permanecer de pé, mesmo que eles continuem tentando te jogar para baixo. — Nina disse e se sentiu orgulhosa por dizer algo em que realmente acreditava. Aquela garota não percebia, mas estava se curando aos poucos.

⠀⠀— Acredita nisso? — Anna arqueou as sobrancelhas.

⠀⠀— Mais que eu pensei que um dia fosse acreditar. — Nina disse com firmeza. Ela se orgulhou de si naquele momento. Tanto quanto Anna se orgulava dela pelas palavras e o pensamento positivo que nunca sequer ousaram pairar nem uma vez na vida de Nina Davis.

⠀⠀— Acho que ainda não estou pronta. Desculpe. — Anna suspirou.

⠀⠀— Quero que se sinta confortável com quem é, só isso. — Nina abraçou Anna. Quão bom era abraçar a pessoa que você ama e sentir que aquilo iria durar para sempre? Mal elas sabiam, que realmente iria.

⠀⠀— Um dia eu vou. Prometo. — Ela sorriu.
 
 
Anna acreditava na possibilidade de, um dia, olhar para a sua figura no espelho e gostar do que vê. É difícil não gostar de quem você é, porque você está presa dentro de si. Não é como não gostar de uma pessoa da sua escola e poder se afastar dela. Não gostar de si é um fardo que as pessoas com baixa autoestima carregam nas costas e o pior é que nem sempre foram assim. Seus pensamentos, suas crenças são construídas ao logo dos anos. E quando todos vivem para enfatizar seus defeitos e suas fraquezas, e nunca para o que há de bom em você, você passa a pensar que só existe o que é ruim em si. Sua beleza é exilada; sua poesia se torna grito de dor e você se deixa morrer aos poucos. E era isso o que acontecia com Anna todos os dias. Os professores exaltavam a mente brilhante dela, mas as pessoas diziam coisas ruins sobre isso. O que são mil alunos contra dez professores? Seus pais diziam que ela era a coisa mais linda que eles já haviam visto, mas o restante dizia que ela era uma aberração. O que eram mil pessoas contra dois pais? Sua melhor amiga vivia para mostrá-la o quão boa ela era, mas ninguém via isso. Então Anna passou a não ver. E aos poucos, ela percebia que mesmo com seus pais, seus amigos, seus professores dizendo coisas boas e outras pessoas dizendo coisas ruins sobre si, só ela poderia escolher o que ela era. Essa parte era difícil, porque sabia de tudo, mas não sabia quem era.
 
 
⠀⠀— Nós vamos. — Nina sorriu.
 
 
Nina pegou três vestidos. O primeiro era branco, um tanto quanto justo, com flores por todo o vestido, um corte reto no decote e com uma faixa que marcava a sua cintura; O segundo possuía uma saia rosa lisa e longa e a parte de cima, era com um glitter dourado chamativo. Era com alças finas e um decote grande, mas como seus seios não eram grandes, não se importou muito. E mesmo o vestido sendo ousado demais para o gosto de Nina, mas ela gostou; O terceiro, Tori havia escolhido. Era amarelo, com uma longa saia grapeada que parecia uma flor brilhante. A parte de cima possuía costuras e paetês que imitavam flores, e ao fundo. Ah, e de mangas longas. Tori sabia do receio da sua menina. Parecia um verdadeiro vestido de princesa.

Já Anna, havia optado por coisas diferentes, como vestidos mais curtos. Nina dizia que era baixa demais e gordinha demais para usar algo depois dos joelhos. Achava que ficaria parecendo um bolinho usando algo assim, mas como Anna era alta e magra, cairia bem nela. Por isso, dois dos três que ela pegou para experimentar, eram curtos.
O primeiro, possuía uma saia de um azul claro acinzentado, em uma espécie de tule. A parte de cima do vestido era com mangas longas em tela transparente que era cobertas pro flores lilás, roxas, cinzas e azuis, assim como as espalhadas pelo corpo do vestido, arrastando-se até um pouco da saia de tule; Já o segundo, era branco e dourado, também até um pouco depois dos joelhos com uma saia também em tule. Era de mangas curtas e Anna não gostava disso, mas ela gostou do vestido em si, que possuía folhas douradas por todo o vestido e o decote não era tão baixo; O terceiro era o que mais a chamou atenção, entretanto, o que a incomodava, eram as alças que ficavam em seus braços. Era um vestido de um rosa claro cintilante, longo, e parecia da realeza.

Nina e Anna experimentaram seus primeiros.
 
 
⠀⠀— Parece que vai se casar. — Tori disse à Nina. — Esse é muito bonito, Anna. Mas tem algo nele que eu não gosto.

⠀⠀— Eu concordo com a Tori. Mas vocês gostaram? — Jack disse, esfregando as mãos.

⠀⠀— Eu gostei mais dele no cabide. — Nina deu os ombros.

⠀⠀— Eu gosto das mangas longas com flores bordadas sobre a tela. — Anna disse. Ela gostava, pois parecia que as flores nasciam das suas cicatrizes.

⠀⠀— O seu é bonito. — Nina disse à Anna, que deu os ombros.
 
 
Ambas voltaram para o provador e provaram seus segundos vestidos com a ajuda de Sandra e uma outra moça, Calire. Nina achou o vestido bonito, mas era definitivamente chamativo demais para ela. Anna, por outro lado, não gostara tanto da escolha de vestido em seu corpo. Mesmo assim, ambas foram mostrar aos seus pais.
 
 
⠀⠀— Preciso ser sincera. — Tori diz. — Esses vestidos não tem nada a ver com vocês. — Ela suspirou.

⠀⠀— Eu não gostei do seu, Nina. Não é muito a sua cara. E querida, — Jack diz à Anna. — Ainda falta algo.
 
 
Elas concordavam com o que eles disseram. Realmente não era "o vestido ideal". Sandra e Claire as ajudava a se vestir e dizia que estavam lindas, pois de fato estavam, em qualquer vestido. Mas era difícil para que elas acreditassem, já que as pessoas sempre dizia o contrário.
As pessoas se assustavam com Anna e Nina por serem bonitas por fora. Como uma garota tão genial assim, com um futuro brilhante, podia ser bonita? Nerds não costumam ser feias?, era o que as pessoas pensavam. Tinham visões estereotipadas e pensamentos superficiais demais para compreenderem que todas as pessoas são bonitas por fora, à sua forma. Não entendiam como a garota que quase não falava, quem nem era genial, que andava com outra garota invisível, podia ser bonita. Causava inveja, mesmo que Nina e Anna não percebessem. As pessoas ao seu redor eram superficiais demais para parar para notar que Anna era uma pessoa legal, inteligente, doce e engraçada, e não só bonita. Mas não gostavam de ela ser inteligente e bonita. Achavam sorte demais. Eles não queria parar para conhecer Nina, uma escritora espetacular, bailarina fascinante, inteligente, amável, carinhosa e boa. Eles só não queriam saber, porque ela era diferente; tinha dificuldades e isso a tornava fraca. E ela ainda era bonita. Odiavam isso. E ainda tinha o coração do garoto mais bonito da escola, que parecia perfeito. Quantas pessoas naquela escola deixavam de ser quem são para fazer parte de algo? Todas. Nina e Anna não eram assim, isso incomodava. Só elas não percebiam.
 
 
Nina e Anna provaram o terceiro vestido e Anna ficou encantada, mesmo que fosse de alça finas. E ele ficava tão bem nela; fazia com que ela se sentisse bonita. A roupa certa pode fazer milagres. E mesmo que Anna não gostasse de experimentar roupas, por sempre sair das lojas se sentindo mal por não ter o corpo do manequim, dessa vez, estava se sentindo melhor.

Nina vestiu seu terceiro, que era lindo, mas ela não gostou em si. Estava ficando cansada de provar vestidos; ela não gostava de provar roupas. Sempre comprava sem provar. Até evitava comprar.
 
 
⠀⠀— Wow! — Jack e Tori disseram. Mas o que queriam fazer mesmo, era chorar de emoção, afinal, suas filhas estavam crescendo.

⠀⠀— E então? — Anna disse, insegura. Ela gostou do vestido, a fazia sentir bonita pela primeira vez em muito tempo.

⠀⠀— Você está tão... tão bonita, querida. — Jack disse, tentando não chorar.
 
 
Sua filha parecia crescida e ele conseguia lembrar de quando ela era só um bebê. Quinze anos se passaram e ela estava ali, em um vestido de baile, com um sorriso bonito, parecendo a mãe dela no primeiro baile em que Jack e Emma foram.
 
 
⠀⠀— Você sempre parece linda, mas está tão grande. — Seus olhos se encheram de lágrimas. Tori esfregoi suas costas e Sandra sorriu.

⠀⠀— Pai... — Ela disse, suspirando com um sorriso.

⠀⠀— Está de matar, garota! Max irá desmaiar. — Sandra disse, encantada com Anna.

⠀⠀— Vocês estão incríveis. — Tori sorriu. — Como se sentem?

⠀⠀— Eu me sinto bonita, mas os braços... me incomodam. — Ela disse.

⠀⠀— Podemos comprar um casaco, eu não sei bem. — Jack disse. Ele pensou em dizer que Anna era bonita demais para se esconder e que devia deixar assim, mas ele entendia que ela ainda não estava tão segura. — Você está incrível, acho que não precisa.

⠀⠀— Eu também acho. — Nina disse, abraçando a amiga de lado.

⠀⠀— Posso... usar casaco. — Anna suspirou.

⠀⠀— E eu vou procurar outro vestido. — Nina disse.
 
 
Ela voltou a parte de vestidos e olhou um por um. Não haviam muitos vestidos quw lembrasse a realeza e que fossem convincentes ali. Eram bonitos, mas não eram o que ela costumava usar ou gostar. Até que, no fundo, bem no fundo, escondido em meio a outros vestidos, ela encontrou um que julgou ser bom o suficiente. Ele era longo, de varios tons de azul, tomara-que-caia, com mangas como as de ciganas. Ele era simples, mas espetacular. Até que combinava com ela e ela se viu apaixonada. Não era melhor que ela usar jeans, meia calça e moletom, mas era bom.

Quando Nina provou, gostou do que viu na frente do espelho. Era uma Nina diferente, estranha, mas uma Nina legal. Ela se sentia bonita, com Sandra dizendo ou não, enquanto a ajudava a fechar o vestido. E valorizava seus seios pequenos e sua cintura.
 
 
⠀⠀— Eu... gostei desse. — Ela saiu do provador.

⠀⠀— Você está maravilhosa! — Tori sorriu. Ela estava vendo sua filha finalmente sair da zona de conforto. Isso era tão bom. Nina parecia bem.

⠀⠀— Eu queria estar no lugar do Adam. — Anna sorriu.

⠀⠀— Vocês vão deixar todo mundo babando, preciso dizer. — Sandra disse. — São esses, os vestidos?

⠀⠀— Acho que sim. — Nina e Anna disseram em uníssono, ambas se olhando no espelho.
 
 
Enquanto isso, na loja de smokings e ternos, o vendedor havia mostrado tantas roupas à Adam e Max, que eles estavam confusos. Max queria impressionar Anna de todas as formas, então estava receoso sobre aquilo. Não estava acostumado com bailes; também não fora aos antigos bailes. E Adam, mesmo que já estivesse namorando com Nina, ainda a queria impressionar, como ele sabia que ela o impressionaria. E mesmo acostumado aos bailes escolares, esse era ainda mais especial, pois ele estaria com a melhor acompanhante. Essa sensação era incrível.
   
 
⠀⠀— Eu não gosto de usar smoking ou terno. — Adam disse. Essa era uma das inúmeras coisas que puxou ao pai, já que Cody adorava usar ternos. Os usava o dia todo.

⠀⠀— Eu só não gosto de usar gravata.— Max suspirou enquanto avaliava a gravata que Emma a deu.

⠀⠀— Isso não ficou bom em vocês. Parecem sérios demais com gravata, todos de preto e com essas blusas brancas. — Emma disse. — Todos os garotos vão estar assim. Deviam tentar usar cores diferentes. Ainda mais no baile de formatura. É sempre o mais glamuroso e importante do ano letivo.

⠀⠀— Eu acho uma boa ideia. E caso você seja rei, tem de ser um rei diferente. — Cody esfregou as mãos.

⠀⠀— As meninas já escolheram os vestidos e vocês ainda estão aqui. Deve ser o milésimo que experimentam. — Emma comentou enquanto olhava para o celular.

⠀⠀— Sabe a cor? — Adam colocou o cabelo para trás. Era um costume e um aviso de que precisava cortar o cabelo.

⠀⠀— Jack disse que o da Anna é rosa claro e o da Nina é em tons de azul. — Ela leu a mensagem. — Estão indo comprar sapatos. Vocês também precisam. Andem logo

⠀⠀— Eu vi um azul escuro que deve ficar bom. —  Adam disse, avaliando-se no espelho.

⠀⠀— Eu gosto desse, mas vou tentar outro. — Max deu os ombros.
 
 
Adam era difícil de ser convencido a usar roupas claras, então nem olhou para nada que fosse dessas cores. Mas se interessou pelo smoking preto e a blusa de um azul escuro. E quando vestiu, se sentiu satisfeito. Bem melhor que a blusa branca e o smoking azul. E era ainda melhor sem nenhuma gravata. Até combinaria com Nina.

Já Max, optou por um smoking azul escuro e uma blusa branca. Era parecido com o anterior, mas o azul era bem melhor que o preto. Por mais que quisesse combinar um pouco com Anna, rosa não era sua cor favorita. E ele mal podia esperar para vê-la no tal vestido. Mal conseguia notar o quão apaixonado por ela, ele estava e nem conseguia notar que ela estava se apaixonando por ele aos poucos.
 

 
⠀⠀— Vocês estão gatos! — Emma exclamou. — Se eu não fosse casada, se fosse uns anos mais nova e vocês não estivessem compromissados com a minha filha e a melhor amiga dela, meu Deus! — Ela disse, fazendo os três rirem.

⠀⠀— Estão bem. Adam sempre de cores escuras e Max está muito bem. — Cody disse. — Vão arrasar.

⠀⠀— Mas vocês gostaram? — Emma arqueou as sobrancelhas.

⠀⠀— Eu estou gato. Certeza absoluta.— Adam sorriu.

⠀⠀— Eu me sinto bem. Acho que é esse. — Max afirmou.
 
 
Os meninos finalmente compraram suas roupas, assim como as meninas. E então, todos seguiram para a mesma loja de sapatos.

Quando todos se encontraram, o celular de Jack tocou e ele parecia preocupado, o que preocupou Emma.
 
 
⠀⠀— O que houve? — Emma perguntou assim que ele desligou.

⠀⠀— Ben está com febre e vomitando. Minha mãe disse que achou melhor avisar. — Ele pôs o telefone no bolso.

⠀⠀— Tudo bem se formos, querida? — Emma perguntou à Anna.

⠀⠀— Não, tudo bem. São só sapatos e eu sei que se ficarem, vão ficar loucos. — Anna afagou o braço da mãe.

⠀⠀— Então nós vamos. — Emma balançou a cabeça. — Como volta pra casa?

⠀⠀— Nós a deixamos em casa. Ou então ela vai lá pra casa e a levamos mais tarde. — Tori sugeriu calmamente.

⠀⠀— Tudo bem por você? — Jack arqueou a sobrancelhas.

⠀⠀— Sim, claro. Avisem-me sobre o Ben. — Anna abraçou os pais e eles beijaram sua testa. — Amo vocês.

⠀⠀— Também te amamos. — Jack sorriu.
 
 
Jack e Emma se despediram de todos e seguiram até seu carro para levar seu outro filho, Ben, ao hospital. Ben nunca ficava doente, então era preocupante quando algo assim ocorria.
 
 
⠀⠀— Podem ir escolher. São só sapatos. — Tori disse, sentando-se.

⠀⠀— Eu não vou ter de usar salto, vou? — Nina franziu o cenho.

⠀⠀— Óbvio que vai. Ainda mais com o vestido que escolheu. — Tori usou um tom óbvio. Nina revirou os olhos. — Podem ir, crianças.
 
 

Nina e Adam foram até o fundo da loja, onde havia mais variedade e privacidade. Anna e Max não se esconderam muito. Eles sempre se sentiam envergonhados juntos, ainda mais depois do encontro que tiveram. Foi um pouco desastroso e engraçado, já que assistiram um filme depois de irem ao restaurante e o filme era em 3d. Quando Max foi tentar beijar Anna, os óculos atrapalharam um pouco e eles riram alto demais por um bom tempo. O vigia do cinema os botou para fora, mas ao menos Anna pôde beijar um garoto pela primeira vez. E Max pôde beijar uma garota pela primeira vez. Se Anna era inexperiente, Max era ainda mais. Ele mal sabia de onde a coragem para beijar Anna tinha surgido. E ela também não sabia como conseguira beijá-lo bem na porta de casa, tendo certeza de que seus pais os estavam espiando pela janela. E mesmo assim, eles sentiam que fora o melhor encontro que poderia existir. Foi confuso, desastroso e longe de ser perfeito. Mas foi perfeito mesmo assim.
 
 
⠀⠀— Você está ansiosa para o baile? — Max perguntou. Queria puxar assunto.

⠀⠀— Sim, eu acho. E você? — Anna disse, olhando para os sapatos nas prateleiras.

⠀⠀— Também. Bastante. — Ele assentiu.

⠀⠀— Acho que não é tão constrangedor quando nos falamos por mensagem. — Anna finalmente conseguiu olhar nos olhos de Max.

⠀⠀— Tenho que concordar. — Ele sorriu para ela. — Por que é tão estranho?

⠀⠀— Acho que porque meus pais ficaram nos vigiando pela janela. — Suas bochechas coraram. — Mas é idiotice.

⠀⠀— Muita idiotice. — Ela repetiu. — Eu conheci sua mãe. Ela é incrível.

⠀⠀— Sim, ela é. Aposto que disse alguma coisa ainda mais constrangedora.

⠀⠀— Ela não disse nada demais, para ser sincera. Bem, além de ser estranho eu conhecer a mãe do garoto que vou ao baile e logo de cara ela me ver seminua. — Anna disse e ambos riram. Era uma forma de quebrar o gelo. — Mas a minha disse, com certeza. Minha mãe não tem filtro.

⠀⠀— Ah, nem tanto. — Max disse, ainda sorrindo. — Ela é bem diferente fora do consultório. É estranho eu estar apaixonado pela filha da minha antiga psicóloga?

⠀⠀— Eu nem sabia que era paciente dela. E, bem, eu sou melhor amiga de uma paciente da minha mãe e acho que meio que gosto de um antigo paciente dela. — Anna deu os ombros. Não prestou muita atenção no que disse.

⠀⠀— Gosta de mim? — Max parou de andar. Ele não podia estar mais corado. Anna fez o mesmo e suspirou. Ela nem notou as palavras escorregando para fora da sua boca, então seu coração quase parou quando ela finalmente percebeu.

⠀⠀— Hum, acho que sim. — Ela disse, encarando suas sapatilhas azuis.

⠀⠀— Sério? — Ele sorriu ainda mais abertamente.
 
 
Max sentia que podia sair por aí pulando, gritando aos quatro ventos que Anna James gostava dele, mesmo que um pouco. Ele sentia fogos de artifício dentro de si e era um sentimento infinitamente bom. Reciprocidade é raramente conquistada e Max nunca a tivera de verdade. Por mais que houvesse gostado de três garotas em toda a sua vida, nunca o deram bola. Anna seria mais uma que nunca o daria atenção, caso ele não estivesse no Mc Donald's no dia do jogo e Nina e Adam não amassem para ele e Anna.

Anna se sentia bem melhor por admitir isso, mesmo que diretamente para Max. Não à Nina ou aos seus pais antes de para ele. Nem ela sabia ao certo que sentia, mas Anna nunca disse nada que não tivesse certeza, mesmo que sem querer. E por mais que ela seja incrivelmente inteligente e saiba de tudo, não sabia que gostava de Max, mesmo que já gostasse.
 
 
⠀⠀— Perdeu a fala? Pensei que você fosse a que mais falasse.
 
 
Anna vivia falando sobre sentimentos; ela realmente acreditava neles, mesmo sabendo que eram uma reação química no cérebro. Parecia mais que só ciências. E naquele momento, sentindo aquilo, parecia mais complicado que entender como esses sentimentos funcionam na linguagem científica. Aprender sobre como sentimentos fucionam em ciências é bem mais fácil que sentí-los de fato. Anna estava confusa e eufórica.
 
 
⠀⠀— Receio que eu goste. Não sei como é isso. A única vez que gostei de alguém, foi um desastre. Partiram meu coração. — Anna balançou a cabeça, tentando afastar o as lembranças que a partiam.

⠀⠀— Não vou fazer isso com você. Espero que saiba disso, Anna. — Max pegou as mãos de Anna. Ela tremeu. Nina e Adam os estavam espiando do atrás de umas caixas de sapato empilhadas. Eles já haviam passado por isso.

⠀⠀— Acho que sei. Sinto que gosta mesmo de mim. Não sei se é por como me olha ou como age comigo. — Anna balançou a cabeça. — Você é verdadeiro, sei disso.

⠀⠀— À cada segundo, eu me surpreendo mais com você. — Ele disse, encantando.
 
 
E mesmo não tão escondidos, os rostos dos adolescentes estavam próximos um ao outro. Anna devia ser dois centímetros mais baixa que Max, que era um pouco mais baixo de Adam — Sim, todos eram mais altos que Nina. A respiração deles estavam pesada, as mãos ainda entrelaçadas, os olhos vidrados. Os corações batiam forte demais, mal conseguiam parar de sorrir. E assim que seus lábios se juntaram em mais um beijo que tão ansiado, um barulho de caixas de sapato caindo no chão os fez com que eles se separassem.
 
 
⠀⠀— Você não consegue simplesmente ser discreta? — Adam revirou os olhos, ajudando Nina a se levantar entre as milhares de caixas.

⠀⠀— Você quem se inclinou demais e acabou me deixando cair. — Ela bufa. — Mais uma vez me fazendo passar vergonha.

⠀⠀— Vocês são ótimos em discrição. — Anna disse, revirando os olhos.

⠀⠀— A culpa é dele. — Nina disse ao mesmo que Adam disse "A culpa é dela".

⠀⠀— Vamos pegar sapatos. — Max riu, puxando Anna para o corredor do lado.

⠀⠀— Nós atrapalhamos tudo! — Nina bufou, se abaixando para arrumar as caixas.

⠀⠀— Eu não estava vendo direito, desculpa. — Adam sorriu, ajudando-a. — Eles vão estar namorando em menos de um mês.

⠀⠀— Eu não duvido. — Nina pôs a última caixa. — Agora tenho de experimentar saltos. Eu vou cair, com certeza.

⠀⠀— Eu caio também para passarmos vergonha juntos. — Adam disse. Mereceu um beijo pela fofura.
 
 
Os quatro adolescentes pegaram os sapatos que mais os chamaram atenção. Quando Nina trouxe tênis, Tori fez cara feia e ela teve de voltar com os tênis. O atendente trouxe seus tamanhos e eles usaram.
 
 
⠀⠀— Por que o Adam pode usar all star e eu não? — Nina disse, inconformada.

⠀⠀— Porque ele não é meu filho. Você tem muitos tênis. Novos, até. Não vou comprar mais um. Ainda mais para usar com o vestido que comprou.

⠀⠀— Eu vou cair, se usar salto. Eu nunca usei uma coisa dessas. Nem no seu casamento. — Nina resmungou, olhando para o sapato na caixa.

⠀⠀— Eu compro um tênis para você, Nina. — Cody disse. O rosto de Nina se iluminou.

⠀⠀— Ao menos experimente. — Tori sugeriu, semicerrando os olhos para Cody.

⠀⠀— Eu te ajudo a ficar de pé. — Adam sorriu para ela, que bufou mais uma vez.

⠀⠀— Ok, ok.
 
 
Nina calçou um lindo par de sapatos dourados, que nem eram tão altos assim. Eram consideráveis.

Nina se levantou, ainda irritada por serem desconfortáveis e bem diferentes do que sempre usa. Bem, bem diferente.

Adam, que estava de pé a sua frente, pegou suas mãos, ajudando-a a se levantar. Anna estava rindo da desgraça da amiga, que a fuzilava com o olhar enquanto se levantava.
 
 
⠀⠀— É desconfortável e requer equilíbrio demais. — Nina disse, segurando nos ombros de Adam para dar mais um passo.

⠀⠀— Você é bailarina da ponta, consegue dar vinte e sete consecutivos na ponta e mais de trinta na meia ponta e tem um balance incrível de mais de dez segundos. Na ponta. Está mesmo falando de equilíbrio? — Tori arqueou as sobrancelhas, cética.

⠀⠀— Sim, mas vive caindo sobre pilhas de caixas de sapato. — Anna jogou a indireta.

⠀⠀— Viu, mãe? Equilíbrio não é comigo. Ficar sobre uma sapatilha de ponta que acaba com seus pés é bem mais fácil que usar salto, mãe.

⠀⠀— Claro que não. — Tori disse. — Não é tão difícil assim. Ande.
 
 
Nina tentou dar mais alguns passos. Adam estava segurando firme em seu quadril e em seu braço, prestando atenção no rosto concentrado da namorada, que olhava para os pés. Além de achar engraçado, achava fofo. Ela estava tentando.
 
 
⠀⠀— É tão difícil assim? — Adam indagou, arqueando as sobrancelhas.

⠀⠀— Quer tentar? — Nina revirou os olhos.

⠀⠀— Tem um quarenta e quatro? — Ele perguntou ao atendente.

⠀⠀— Infelizmente, só temos números femininos até o quarenta. — O atendente riu.

⠀⠀— Eu tentei. — Adam beijou a testa de Nina, que quase caiu no momento.

⠀⠀— Não me distraia. — Nina disse.

⠀⠀— Enquanto vocês pagam esse mico icônico, nós vamos pagar nossos sapatos. — Ann se levantou e Max fez o mesmo. Nina e Adam se entreolharam, sabendo que eles não apenas pagariam os sapatos.

⠀⠀— Ok, Nina. Em casa nós tentamos mais. Esse ficou bom em você. — Tori disse. Estava com fome demais para discutir com Nina.

⠀⠀— Sério, mãe?

⠀⠀— Ainda vai me agradecer.

⠀⠀— Eu não contaria com isso. — Nina tirou os sapatos e sentiu alívio.

⠀⠀— Nem eu. — Adam pegou os sapatos dela do chão. — Eu vou de tênis, estou tranquilo.

⠀⠀— Sabemos que eu também vou. — Nina sussurrou para Adam, que sorriu.
 
 
O restante da tarde fora divertido, mesmo que houvessem encontrado Chris e Natalie na praça de alimentação. Max comentou que eles estavam namorando; era o mais novo boato da escola, junto do que eles seriam rei e rainha do baile. Esse assunto logo foi esquecido quando eles passaram por um petshop e Adam não quis sair de lá sem comprar dois cachecóis de Harry Potter para gatos para Dickens e Austen. E ele os levou.

Max deixou Anna em casa e Tori, Nina, Adam e Cody voltaram para casa.

Foi uma tarde boa e reveladora aos quatro jovens. Eles estavam descobrindo mais sobre um amor que os era escondido e sobre uma amizade que, por mais que não soubessem, duraria tantos anos quanto a maioria dura. As vezes, existem para sempres que duram para sempre. Esse duraria.
 
 
 

 
 
 
Que capítulo, meus caros. O próximo já é do baile e eu tô ansiosa.
Vou deixar as fotos das roupas deles abaixo, porque eu sou péssima para descrever e não quis pôr no meio do capítulo, porque acho que polui um pouco.
 
 
Esse é o da Nina:
(Leanne Marshall, se não me engano)

 
 
Esse é da Anna:
(Sherri Hill)

 
 
Esse é do do Adam:

 
 
Esse é do Max:

Fortsett å les

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