AMYAH ➛ JUSTIN BIEBER

By dbieberg

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"- Estou farta de avançar três e recuar dez, Justin. - Sussurrei, ao vê-lo de cabeça baixa num dos bancos ent... More

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By dbieberg

It feels like summer

Último dia de aulas.

Nada melhor que três meses de férias. Principalmente, quando as duas primeiras semanas o apartamento iria estar sob a minha responsabilidade, visto que a minha mãe e o Kellan iriam em lua de mel para a Europa.

Madison já falava em festas, em noitadas com um grupo de amigos. Falava também nos dias passados na praia ou na piscina. Sem se esquecer, de referir a pele bronzeada, os cabelos mais claros e os dias maiores e quentes. As famosas festas realizadas na praia ou na piscina, que se transformavam em convívios até de madrugada. Ela estava bastante empolgada para este Verão e deixou claro que queria passar bastante tempo comigo e mostrar-me tudo aquilo que perdi por ser uma antisocial que vivia em Santa Monica, sem pensar que um dia a iria conhecer.

No entanto, sentia que faltava algo. Que me faltava algo. Para além do vazio deixado há três anos, esse que começava a ser coberto com novas memórias e momentos, um outro vazio. Um vazio deixado há pouco mais de dois meses. Era como se nunca tivessemos feito parte da vida um do outro.

Justin McCann, tornara-se numa pessoa bastante reservada. Raramente andava com Ryan, visto que o rapaz passava a maior parte dos intervalos comigo, pois Justin não queria a presença de ninguém.

Perguntava-me o que se passava realmente com ele, pois algo me dizia que era muito mais que uma desilusão amorosa.

Precisava de me acertar com ele. Pelo menos, de uma conversa onde ninguém nos interrompesse. De uma conversa sincera, visto que desde que sai do hospital, ele tentou evitar-me ao máximo. Na escola, mal passava por ele e quando o fazia, ele não se preocupava sequer em olhar para mim.

O que me magoava. Bastante. Mais do que pensei que fosse magoar. Não havia como negar que estava apaixonada por ele, mas também não me ia rebaixar ao ponto de correr atrás de quem não dá um passo por mim.

Olhei-me ao espelho do quarto, continuando sentada na cama. Estava decidida em procurá-lo.

Troquei as calças de ganga por uns calções, calcei as minhas superstar pretas, peguei no telemóvel e sai do quarto. Procurei a voz mais doce e ternurenta para pedir as chaves do carro de Kellan, visto que a minha mãe tinha ido tratar de umas coisas no hospital, devido à lua de mel. Kellan riu-se com a minha tentativa, mas acabou por me entregar as chaves.

Agradeci-lhe e sai do apartamento, saindo depois do prédio. Procurei o carro pelo estacionamento, encontrando-o rapidamente. Entrei, coloquei o cinto, liguei o motor e fiz-me à estrada, em direção à casa do Justin.

Não tinha nada planeado para dizer. Seria tudo momentâneo.

Pouco depois, estava a chegar à sua casa. Reparei na movimentação no jardim e estranhei-a bastante. Um homem agarrava a sua mãe pelo braço, empurrando-a para dentro de casa, enquanto Justin protestava com o mesmo, acabando esmurrado antes de entrar também em casa.

Estacionei o carro e sai do mesmo. Caminhei pelo jardim até à porta da sua casa. Um choro entrou-me pelos ouvidos, tal como gritos e coisas a serem partidas.

Toquei à campainha, esperando que a porta fosse aberta. E assim foi.

Olhos marejados, um rasgão na sobrancelha e um corte no lábio. Olhava-o incrédula, sem saber o que fazer. Ele era a mão que se estendia, cada vez que me encontrava no chão. Ele era o meu refugio, cada vez que desabava. Ele era a luz ao fim do túnel. E agora, eu precisava de retribuir. Só precisava de descobrir como.

- Posso fazer alguma coisa? – Murmurei, referindo-me ao que havia presenciado.

- Ir-te embora.

- Justin, por favor. – Olhei por cima do ombro dele, vendo a sua mãe atirada nas escadas e o homem com uma cerveja na mão à espera que fechasse a porta. – Tu não queres que isto aconteça. Não deixes acontecer.

- E o que é que tu sabes? Desaparece Amyah.

A porta fechou-se, provocando um estrondo enorme.

Estava incrédula com a sua reação. Balancei a cabeça e agarrei no telemóvel, pois não podia deixar isto passar. Enquanto caminhava até ao carro, marcava o número da polícia local. Expliquei o que tinha presenciado e dei-lhes a morada, dando depois o meu nome.

Mantive-me dentro do carro, com os olhos nas janelas pouco abertas. Ansiava que os carros da polícia aparecessem, pois a esperava estava a dar comigo em louca.

Um movimento despertou-me.

Umas costas foram de encontro à janela, rachando-a. Estava incrédula e a minha vontade era mais forte que o meu senso comum. Sai rapidamente do carro, correndo até à porta de casa dele.

Desta vez, não toquei à campainha. Bati à porta com força. Pelo menos, conseguia-lhes algum tempo para pensar. Para reagir.

Como esperava, desta vez Justin não abriu a porta. Um homem alto, de cabelos castanhos e pele pouco bronzeada, com um cheiro enorme a álcool e tabaco apareceu à minha frente. Todo ele um homem que não aspirava confiança.

- O que queres da minha casa? – Gritou num tom rude.

- Não acha que já está a ir longe demais? – Enfrentei-o, pois ouvia o choro da mãe do Justin. Os vizinhos das vivendas ao lado começavam a ir à porta, tentar perceber o que se passava. – Levantar a mão a uma mulher?

- E quem és tu? A salvadora da pátria? – Gargalhou, dando longos golos na sua cerveja.

Num movimento brusco, tirei a cerveja da mão dele. A mesma caiu, partindo-se aos bocados. Nesse momento, o homem esticou os braços, empurrando-me. Cambaleei para trás, pois não esperava pelo empurrão. Recuei uns passos, ao perceber que agora estava fixo em mim.

O Justin saiu de casa apressado, pegando na garrada partida no chão. Parte dela, pelo menos.

Enrolou o braço à volta do pescoço do homem, pressionado a garrafa contra o pescoço do mesmo, deixando-o imóvel. Ainda assim, murmurava coisas sem qualquer sentido, ameaças e provocações, incentivando Justin a matá-lo, pois caso contrário, ele voltaria e não se ficava por uns amassos.

Entretanto, as sirenes fizeram-se ouvir. Um suspiro de alívio abandonou os meus lábios. Justin deu uma joelhada nas dobras das pernas do homem, fazendo com que o mesmo se ajoelhasse.

Atirou a garrafa para longe e antes que a polícia o algemasse, não deixou de o esmurrar com força no rosto. Do nariz do homem, um rio de sangue.

Quando a polícia o algemou, pediu à sua mãe que fosse à esquadra prestar declarações ainda hoje. A mesma, estava tão abalada que nem se pronunciava. As suas feições bastante vermelhas, os seus olhos brilhantes e inchados de tanto chorar, a sua expressão bastante aterrorizada. Ela encarava o carro da polícia fixamente. Mesmo quando desapareceu pela rua, os olhos da mulher continuavam vidrados.

- Acho melhor irem para dentro, os vossos vizinhos estão demasiado curiosos. – O meu olhar cruzou-se com o de Justin, que me fez sinal para entrar também.

Caminhei até à sua mãe, colocando o meu braço atrás das suas costas, para que a mesma acordasse do seu estado de transe e adentrasse em casa. Pattie, caminhou até à cozinha, onde se sentou. Uma cadeira restava em pé, enquanto as outras três estavam atiradas pela casa.

Após encontrar um vidro com pacotes de chá dentro, decidi preparar um chá para ambos. Para que se acalmassem.

- Podemos falar? – Justin quebrou o silêncio, após cobrir a sua mãe com uma manta.

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