Um sonho Para Mim

By kaya1000

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Desesperado para evitar a vergonha de ser plantado no altar, Colin Vaughn escolhe a pessoa mais aleatória qu... More

Nota da Autora
1. Uma Versão Diferente
2. Noiva Por Acaso
3. A Dama e a Vagabunda
4. Pode Beijar a sua Esposa... Ou não!
5. Até que o prazo nos separe
6. Prometo estar aqui
7. Uma Dama condenada
8. Prometo proteger-te
9. Lar, doce Lar?
10. Sua Nova e maravilhosa Família
11. Cabeça contra a Parede
12. Um passo em Falso
13. Depois do Fim
14. Donos das Próprias Histórias
15. A última Mulher em Pé
16. Um Óptimo Dia
17. Uma Visita Inesperada
18. Simplesmente Acontece
19. Um convite acima da Hora
20. E Se Não Fôr Mais Uma Mentira?
21. Isto Não Está Certo!
22. Conversas Tensas e Duras Confissões (round 1) - Parte 1
23. Conversas Tensas e Duras Confissões (round 1) - parte 2
24. Em Apuros
25. A Única Saída
26. Na Teia do Aranha
27. Ponto e Vírgula
28. Desesperados
29. Guerreiros e Caídos
30. Afundando por dentro
31. Duros de Derrubar
32. Uma Simples Recepção - parte 1
33. Uma Simples Recepção - parte 2
34. Uma Dama Em Evasão - parte 1
35. Quem te tornas
36. Mortas-Vivas
37. Uma Simples Demonstração
38. Um Monstro na Cidade
39. Bad Lovers
40. Capuchinho Preto perdida na Floresta
41. Tempo de Antena
42. Into the Woods
43. Serenidade e Tolerância
44. Bom trabalho, querida
45. Ares do Ocidente
46. Dançando com o inimigo
47 - Game on
48. A Cláusula
49. O Peão Mais Sortudo Da História
50. Casados Para O Caso
51. A Falsa Loira
52. O Preço Da Liberdade
53. O peso das escolhas
55. plano A
56. Jogadas Desesperadas

54. Mas que inf...🤷🏾‍♀️🤷🏾

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By kaya1000

Ariela não saiu de casa por dias. Disse a todos que andava doente pra justificar seu afastamento das obras do centro de recriação, mas, a Moira, alguma coisa no seu estado não convencia. O abalo dela era profundo demais, não parecia dor de corpo, mas um mal estar de espírito, como se sua vida tivesse parado tão de repente e não tivesse mais beira.

Colin andava igualmente de quebrar o coração, principalmente depois que procurou por Monique na noite em que Ariela ia se entregar aos árabes. Não lhe havia sido difícil localiza-la. Apesar do esforço que fez para não ser detectada naquela cidade, a francesa era uma mulher de hábitos pouco flexíveis e ele já conhecia o hotel em que sempre se hospedava quando estivesse por lá.

A sua conversa foi tudo, menos calma. Trocaram acusações e insultos. Exaltaram-se, e quando perceberam que não iam a lado nenhum com os ânimos elevados, deram-se as costas e tomaram instantes para respirar. Viraram ao mesmo tempo para impor sua posição, mas ambos hesitaram ao dar de cara com a crista elevada do outro, mas Colin recobrou-se rapidamente e se impôs.

— Eu só vim avisa-la que fique longe da Ariela, Monique. Não se meta nas nossas vidas, não dou essa liberdade.

— Você me conhece o suficiente para saber que não vou ficar de braços cruzados a ver-vos arruinar tudo por causa da porra do vosso amor. Não é justo comigo, nem com todos que serão lesados. A Ariela percebeu isso por isso ia fazer a coisa certa até você frustra-la. Você sempre estraga tudo por conta do seu egoísmo. É suposto lutarmos juntos para recuperar o domínio das nossas empresas, mas está a deixar-me na mão outra vez. É culpa sua que minha família esteja nas mãos dos árabes, Colin. Tem que reparar seu erro e esta é a chance. Eu mereço sua consideração. Como pode estar a fazer isto comigo?

— Sinto muito, Monique. De verdade. Sinto por ti e por todos que serão impactados pela minha decisão, mas não posso deixar Ariela nas mãos dos árabes. Eles farão o pior com ela e eu não suportaria isso. Isto não é uma decisão passional, sabe bem que não sou assim. Então volte para a França, procure outros parceiros, porque está claro que nossas lutas são diferentes agora.

— Não pode fazer isso, Colin. Não comigo, por favor. Meu pai está a morrer, e eu... eu não consigo vencer esta luta sozinha. Preciso de si. Em nome da nossa história, eu te peço.

Colin sentiu seu coração apertar. Era evidente o desespero de Monique para estar a fazer aquilo. Desde o momento em que procurou Ariela até aquele instante, ela suplicando sua ajuda, era seu desespero a guia-la. O que tornava tudo pior era saber que ela tinha razão, era culpa sua que estivesse naquela situação. Mas o que podia fazer?

— Eu faria qualquer coisa para resolver isto e reparar meu erro, se isso não exigisse ser desleal á mulher que amo. Não posso fazer isso outra vez. Lamento.

Estava firme na sua decisão, mas a consciência de tudo que iria abaixo caso perdesse o controlo sobre a empresa lhe devastava. Se entregasse Ariela aos árabes não perderia seu patrimônio, ela seguia como herdeira de Assuh. Se houvesse uma terceira geração, apenas perdia a parte correspondente ao herdeiro entregue á peonagem. Agora sem objecto humano nas negociações, era provável que perdesse quase toda a empresa porque Omar não estava a ser razoável nas exigências.

Ele podia viver com isso, mas e os outros que dependiam de si? Era frequente lhe encontrar sentado a encarar o vazio com ar de derrota e esperança abaixo. O conto de fadas de Ariela e Colin parecia estar na fase negra, com altos muros de gelo a separar o rei da rainha. Mal se tocavam.

Moira tentou falar com Rupert, e como sempre que não quisesse falar de algo, o irmão passou a mão na cabeça dela como se fosse uma criança e concordou que era "mesmo uma febre muito estranha a da cunhada". Seria de admirar se tivesse sido diferente, Sanderson sempre foi protegeu Colin e não diria nada que eles não fossem dizer. Era cúmplice na mentira.

Como se só três não bastassem, Margareth foi a visitar Ariela á casa deles. Tudo bem que depois do casamento a relação delas estava melhor, mas naquele dia, as duas ficaram trancadas no quarto por um tempo consideravelmente longo e não brigaram, tanto que ela não conseguiu ouvir nada da conversa nem quando tentou por trás da porta com ajuda de um copo.

Rupert chegou ao fim do dia e ficou trancado com o casal no escritório por mais de uma hora. Aquele momento foi de aflição pois acreditou que este estivesse para tratar do divórcio deles, mas ao saírem percebeu que não, embora não soubesse de que tratavam, ele levava boas notícias.
Durante o jantar, Ariela e Colin estavam num clima mais alegre e sua cumplicidade transparecia sem esforço.

Anotou na mente que devia telefonar ao irmão e descobrir o que esteve a se passar. Rupert esteve em Riad por três dias em encontros intermináveis com o sheikado e outras autoridades a dar seguimento às negociações para liquidação da dívida deixada por Assuh e estava confiante que em breve o pesadelo terminava.

No dia seguinte Ariela decidiu ir ao centro de recriação para um encontro importante. Depois de muito insistir, Moira conseguiu convencer a cunhada a deixá-la ir junto. Minutos depois da sua chegada, sua tia outra vez chegou e girou pelo centro com Ariela a conhecer o local. Do que conseguiu ouvir, Ariela parecia estar a passar a responsabilidade pelo local á sogra.

Estava mais perdida do que nunca e a enlouquecer por ser excluída do que quer que estivesse a passar com sua família. Era demais para ela e se sentia mais sozinha do que nunca. Quando tentava não pensar na sua família, era Ahmed que sua mente chamava, e se permitir pensar nele era um ritual masoquista mais avassalador que o mistério dos Vaughn.

As últimas notícias que inevitavelmente viu sobre ele envolviam a sua noiva, a princesa Nádia. Sempre envolviam a ela. O noivado deles era a notícia favorita dos tablóides de Riad e, na última actualização, falava-se da recepção festiva que houve no palácio Al-Faheem para a princesa que ia passar lá uma semana com a família do noivo. Ahmed a recebeu com um tapete vermelho coberto de pétalas e na fotografia podia ver os dois, de mãos dadas, sorrindo um para o outro com uma cumplicidade que quebrou seu coração.

Todos falavam de como o amor deles era evidente. E era. A forma como Ahmed olhava para ela era tão intensa que não deixava dúvidas. E aquele sorriso então? Ele parecia tão pleno que a deixava mais perdida. Não entendia o que havia acontecido com Ahmed. Quando lhe conheceu em Riad era um jovem perdido que se sentia preso no meio da vida da sua família. Não suportava o controle que a política tinha sobre todos, sua vida pessoal e cada decisão que tomavam. Ele sonhava com uma vida normal sem o peso do seu apelido. Sonhava em se aventurar pelo mundo com ela. Livre e independente. O que havia mudado, Ahmed?

Moira chorou ao ler, mas se obrigou a afogar suas dores e se recompor. Dizia para si mesma que não valia a pena sofrer pelo pequeno príncipe das arábias, mas sempre que estivesse sozinha dava por si mesma a navegar de blog em blog buscando ver o que era de Ahmed e era sempre a mesma história que molestava seu coração.

Em que momento ela se deixou apaixonar por ele? Perguntava-se tantas vezes e não sabia a resposta. Mas isso nem era o pior. Insano foi ter acreditado que ele sentisse o mesmo. Mas de onde havia tirado essa loucura? Mesmo que fosse liberal e ao seu lado parecesse apenas um moço lindo, inteligente, divertido e estupidamente atraente, Ahmed era um príncipe de verdade e em nenhum aspecto seus mundos se cruzavam. Ela mal se sentia pertencente á sua família. Eram de mundos diferentes. A vida dele era aquela. Como havia se esquecido disso?

Ela pendurou um outro quadro na parede e da janela espiou Ariela e Margareth que continuavam a conversavar no pátio do centro. Depois da troca de palavras as duas se abraçaram e Margareth parecia reconfortar Ariela. Dirigiram-se depois para o interior do edifício e Margareth despediu-se dela com cordialidade e disse que se veriam no dia seguinte.

Moira esperou que a tia saísse para dirigir-se à cunhada.

— Até amanhã? Minha tia será uma presença constante aqui no centro agora?

— Pois. Ela estará mais envolvida no trabalho a partir de agora. — respondeu Ariela, sentando-se na cadeira.

— Posso perguntar porquê? Digo, ela nunca esteve envolvida no Projecto. Por que tão de repente? Você pensa em se afastar?

Ariela levou um tempo para responder. Sabia que Moira já havia percebido que algo estava a se passar com a família e era injusto continuar a mentir para ela. Apesar de não poder contar toda a verdade, ela merecia alguma resposta. Levantou-se da cadeira e sentou-se na mesa, ficando de frente e perto dela.

— Moira, pombinha, eu realmente espero que não cheguemos ao ponto em que eu tenha que me afastar, mas sim, existe essa possibilidade. E se isso acontecer, eu preciso que o centro continue e Margareth é a pessoa que vai garantir isso.

— Mas porquê irias? Meu irmão e você vão se separar? Vocês discutiram?

— Não. Quero dizer, nós estamos numa fase um pouco conturbada e não sei como vai terminar.

— Há alguma coisa a acontecer e não estão a me falar. Por favor, Ariela, diz-me o que se passa. Vocês dois se amam e há pouco tempo se casaram pela igreja. Como pode tudo estragar assim?

— Olha, agora não te posso explicar muito, mas prometo que vais saber no momento adequado, está bem? Mas não se preocupe connosco, querida. Quero que penses em ti, nos teus sonhos e planos, porque ao contrário de mim, a tua vida não está uma confusão. Universidade. Você já pensou nisso? Está em idade de ir à uma.

— Ah, eu não penso de verdade nisso. Universidade parece coisa chata, são quatro anos, Ari. Quatro anos  em que eu podia estar a fazer tanta coisa. Prefiro continuar a viajar e fazer meus documentários, isso sim é divertido.

— Documentários... a propósito, e o documentário que você estava a fazer? Sobre... sobre a peonagem na Arábia?

— Ah, esse. Ficou suspenso. Acho que os árabes não gostaram da ideia de ver seus assuntos revelados e mexeram com meus patrocinadores e tomaram meu material e tudo. Eu queria lutar e fazer de forma independente, mas acabei me envolvendo demais nas confusões da família e não tive chance de pedir ao Colin para me patrocinar. Se bem que acho que seria em vão. Nem ele apoiava a ideia. Na verdade era bem estranho. Era como se ele tivesse algo contra isso. Nunca entendi. Você sabe o que seria?

— Eu?

— Ah, deixa estar. Deve ter sido por causa da parceria. — Moira disse e retomava o trabalho quando Ariela chama-a de novo.

— Olha, eu acho que não devias desistir. Se essa história da princesa árabe for real, você... você devia expor essa prática abominável que eles fazem. Além dela, devem existir tantas outras pessoas nessa escravidão moderna  e isso ajudaria muitas delas se o mundo se opusesse, e... — Ariela não consegue terminar a frase. Sente uma tontura repentina que tem que se apoiar á mesa para não cair.

— Ari, você está bem? O que sente?

— Tonturas. Busca-me água, Moira. Eu fico bem.

Moira corre para buscar água na copa, mas quando esta volta com a garrafinha a encontra desfalecida no chão da sala.

***

Colin pára o carro bem na entrada do hospital, lança as chaves para o manobrista e segue a correr para dentro do edifício. Odeia a espera pelos elevadores de acesso geral, então sobe as escadas a correr. Moira disse que Ariela estava bem, mas não pareceu convincente. Só iria se acalmar ao vê-la por si.

Assim que entrou no quarto, Moira levantou da cadeira e saiu para lhes dar privacidade para conversar.

Ariela estava deitada na cama com o ar abatido, totalmente diferente do diamante alegre, brilhante e faustoso que se despediu dele naquela manhã quando ambos iam trabalhar. Seus olhos inchados mostravam claramente que esteve a chorar. Se apressou para junto dela e segurou sua mão.

- Meu amor! O que aconteceu?

Ela derramou lágrimas de olhos fechados antes de puxar um longo suspiro. Não era suposto ser daquele jeito.

- Está tudo a desmoronar outra vez, Colin. Estragamos tudo. Há uma terceira geração a caminho. Eu estou grávida. E eles vão querer o nosso bebé. O que fazemos agora, Colin. Diz-me.💐

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