Epílogo

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Sete anos depois...

Milena on:
Acordo assustada, com lembranças de um pesadelo. Olho pro lado, e vejo o Hugo dormindo ainda, tranquilo e sereno. Observando seu perfil por esse ângulo, até parece que ele é um anjo. Passo a mão pelos cabelos grandes, o tirando da testa e ele nem move um músculo.

Me levanto devagar, calço minha havaiana, arrumo meu pijama e saio do quarto. Vou ao quarto do lado, abro a porta bem devagar. Primeiro encaro os detalhes rosas do quarto e depois encaro o berço.

Caminho devagar até lá, me abaixo tirando o paninho que o cobria, me dando passagem até a minha filha. Ela tem um ano e alguns meses, é morena tanto quanto eu e o Hugo, mas herdou os olhos azuis dele. Ela é a criança mais linda que eu já vi. E não é porque é minha filha que digo isso, é porque é a verdade.

Ela estava com bico na boca e ainda coberta com sua manta favorita. Graças à Deus. Nunca vi garota tão inquieta na minha vida.

Com tudo em ordem no quarto dela, saiu de lá encostando a porta bem devagar. Ao me virar, dou de cara com o meu noivo.

Pois é. Não tivemos nossa filha, como vamos nós casar em breve.

- Porra Mickey! Quer me matar do coração! - ponho a mão no lado esquerdo do meu peito, o sentindo acelerado.

Ele me olha esquisito e com aquele olhar sonolento, é quase impossível saber o se passa na cabeça dele..

- Quem é você e o que fez com a minha mulher? - indaga. - Ela normalmente só xinga quando bate o pé ou está sem paciência.

- Ou quando alguém me assusta! Eu já te falei um bocado de vezes pra você não me assustar. Manda um sinal de fumaça, grita pra avisar que está chegando, só não me assusta. - eu realmente estava um pouco pilhada, o fato de eu ter percebido isso, foi por notar minha voz um pouco mais alta.

- Ok! - ele levanta as mãos em sinal de rendição. - O que você está fazendo acordada à uma hora dessas? - ele me pergunta, encostado na parede oposta à minha.

- Eu tive um pesadelo, só isso e acabei aproveitando pra ver a Helena. - sorrio e ele retribui.

Ele desencosta da parede e vem até mim. Me puxa até que nossos corpos estão colados e nossas bocas a centímetros de distância.

- Então, vamos dormir agora.

Ele me puxa pela mão, até o nosso quarto. Eu deixo a minha havaiana aonde estava antes e me deito. Ele me puxa pra deitar no seu peito.

- O que tava fazendo acordado? - pergunto.

- Acordei e não te vi! - ele dá de ombros.

- Então agradeça ao pesadelo por ter ido no seu lugar olhar a pequena. - sinto o peito dele se mexer, me dando a entender que ele estava rindo.

- E com o quê você estava sonhando?

- Com o dia de amanhã dando totalmente errado! - apoio meu queixo no seu peito e o encaro.

- Eu não vou deixar você amarelar agora. - diz negando com a cabeça.

- Mas eu poderia cuidar da Lena! - usar a minha filha como desculpa foi a melhor coisa que eu pensei no momento, óbvio. Mas é como se eu não tivesse falando nada. Dez anos ao lado desse traste já são o suficiente para me fazer acreditar que ele não vai deixar pra lá.

Reencontros e Encontros Where stories live. Discover now