Reencontros e Encontros

♡Primeira Temporada: Capítulo 1♡

Milena Santinni 😇

Meu celular tocava uma música aleatória que eu havia posto como alarme.

Um pouco antes de finalmente cair no sono ontem a noite, eu estava eufórica pro dia seguinte. Eu podia não gostar do primeiro dia de aula, mas não podia evitar a ansiedade. Eu estava indo pro primeiro ano do ensino médio, era de se esperar algo surpreendente no mínimo.

Lentamente, fui em busca do meu celular e notei que iria me atrasar, então levantei num salto. Saí desligando o ventilador, procurando minha toalha e roupas íntimas.

Já no corredor, passei por meu irmão que já estava prontíssimo. Ele sorriu maquiavélico. Era óbvio que ele havia ouvido o meu alarme tocar, mas ainda assim não veio me acordar.

- Você vai me pagar caro Marley Santinni! - gritei fechando a porta do banheiro.

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Quando já estava completamente arrumada e com a mochila nas costas, desci direto para a cozinha. Tinha um bilhete em cima da mesa junto com café. Antes de sair, nossa mãe sempre preparava tudo. A não ser que estivesse atrasada.

"Filha, saímos cedo hoje. Por favor, não se atrase e cuide de seu irmão. Te amamos! Papai e mamãe. ♡"

Encarei meu irmão que comia seu desjejum tranquilamente. Eu queria estrangulá-lo, de fato, mas lembrava-me que eu era a única culpada pela retaliação, decidi deixar para lá. Eu chamava isso de troca equivalente, como meu bom e velho amigo Ed Elric havia me ensinado.

- Não está desejando meu assassinato, está? - ele perguntou, quando finalmente me sentei ao seu lado.

- Que espécie de irmã mais velha eu seria se o fizesse? - coloquei meu café, parti o pão, passei manteiga e comi em silêncio. Eu não tinha muita fome pela manhã, justamente por ser muito cedo, ao contrário do meu irmão, que comia como se fosse a última refeição do dia. - Como você acordou primeiro que eu? - perguntei de uma vez, ansiando saciar minha curiosidade.

- Eu não consegui dormir direito na verdade.

- Eu também não! - confessei para ele.

- Deve ser divertido tá com a cara inchada justo no primeiro dia de aula - ele me provocou. Eu tentava ser gentil e educada, mas às vezes, gostavam de me tirar do eixo.

- Você que o diga! - provoquei de volta, causando risadas descontroladas de ambos, até eu começar a engasgar, e ele acabou rindo ainda mais, parando apenas quando viu que minha situação era realmente séria.

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Meu irmão e eu morávamos em Guarulhos, São Paulo. Nossa família é do interior do estado e desde o tempo dos meus pais morávamos por aqui, pela região metropolitana. Mas minha mãe não era paulista, e sim carioca, a única exceção dessa família.

Quando pequena, estudava em escolinhas de bairro, até meados dos meus dez anos. Logo, que passei pro fundamental dois, meus pais me mandaram estudar no centro da cidade, para desde cedo saber andar por aquelas bandas. Então, agora que comecei o ensino médio, eu já sabia andar por quase toda a cidade.

Era divertido quando criança, pois eu gostava de andar de ônibus. Acho que todas as crianças têm essa ilusão. Mas depois que eu cresci, vi o quão ruim é andar de ônibus. E isso, porque eu tive a sorte de não precisar pegar metrô também.

Depois que eu deixei meu irmão na escolinha onde eu costumava estudar, e que era apenas algumas quadras da nossa casa, peguei o primeiro ônibus pro centro e quase cheguei atrasada pro acolhimento.