Capítulo 82

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Marina on:
Estar de peruca é um horror, mas se a fantasia pede é o que temos. O salto também está machucando meu pé, por isso, vou até um dos sofás e me sento.

Não demora nem cinco minutos, o James senta ao meu lado.

- Já cansou? - pergunta, rindo. Ele sabe exatamente o que eu tenho e ainda fica debochando de mim.

- Eu vou largar esse sapato na sua cara, aí você vai vê a minha resposta. - respondo arrogante.

- Grossa!

- Sou mesmo, e daí?

Ele coloca a minha perna sobre a sua e começa a massagear meu pé. Gemo de alívio pela massagem. Esse garoto tem mãos maravilhosas.

- Descansa e depois você volta pra pista. - ele diz. - Por que veio de Merilyn Monroe?

- Eu gostei da fantasia. - dou de ombros, o observando. - E, de certa forma, tem haver com o cinema. - era a vez dele dá de ombros.

Apoio minha cabeça no encosto e fecho os olhos. O barulho ao redor, é quase insuportável. Mas ainda posso relaxar, desde que as mãos do James esteja nos meus pés.

- Não me diga que já cansou também? - era impossível não reconhecer a voz da Mily.

- Mas é claro que não! - responde o James. - Estou só acompanhando a Mari.

O outro lado do meu corpo se afunda e alguém se encosta em mim.

- E aí? Como você conseguiu dormir? - indaga.

- Eu não dormir, estou descansando. É diferente. - respondo.

- Aham! - ela resmunga.

- O que você tá fazendo aqui? - digo, finalmente abrindo meus olhos e a encarando, encontasta em mim.

- Procurando companhia pra dançar. - responde seria.

- E o seu namorado? - pergunto.

- Deve está bebendo por aí! - responde emburrada.

- Por que? Ele não deveria ser o motorista da noite?

- Estão fazendo bullying com a nossas fantasias. Por eu ser caçadora de fantasmas e ele um! - ela bufa. - Você estava comigo e a Lin também, vocês viram que eu não me toquei nas fantasias. - ela estava meio magoada e meio irritada com ela mesma. - Você sabe que eu amo O fantasma da Ópera.

- É, eu sei. - ponho minha mão no ombro dela, em sinal de amizade. - Mas ele está te culpando?

- Não! Mas também não ajuda ele ficar bebendo. - ela quase grita.

- Também não ajuda você grita comigo! - digo. - Deixa ele beber. É só uma vez na vida mesmo. - dou de ombros.

- Então se prepare para dormir na escola! - ela levanta e sai, de volta à pista.

- Você viu isso? - indago ao James.

- Imagina! Eu sou cego! - ele ironiza. Dou um tapa nele, que o faz calar a boca. - Olha, ela só está desabafando.

- E precisava gritar comigo?

- Ela não gritou.

O encaro e ele dá de ombros. Coloca o meu pé no chão, delicadamente e se levanta. Se vira pra mim e estende a mão.

- Vamos dançar?

- Você não massageiou meu outro pé! - estendo o pé na direção dele.

Ele olha pro meu pé, olha pra minha cara, vira e se vai. O chamo e ele me ignora. Em compensação, outras pessoas me olham. Sim, foi vergonhoso, mas não tenho problema nenhum com isso.

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