◇Terceira Temporada: Capítulo 74◇

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Oliver Bittencourt 🫠

Acho que me arrependi de vim ao Brasil no primeiro momento que meus olhos cruzaram com os dos Diego, na porta da casa da Lin, quando ela estava rodeada por sua família. Ele era o único de fora, até mesmo as meninas que estava no aeroporto não estavam mais lá. À essa altura, posso considerá-lo como parte da família também, e sem sombras de dúvidas, ele não gostou da minha presença ali.

Para horror dele, fui bem recebido pela mãe e o padrasto da Lin, afinal, eles me conheciam à muito tempo atrás. E o Roan me ofereceu um quarto na casa.

Eu me lembrava muito bem daquele lugar, dos dias que a Lin me chamava para estudar com ela e o AJ. A empregada fazia biscoitos e os animais da casa eram nossas distrações favoritas. Essas não eram minhas melhores lembranças, mas são associadas a casa que agora eu encarava.

— Não vai entrar, Oli? — a Lin me chamou da porta da casa.

— Claro — respondi, com um sorriso tímido.

Faltou espaço dentro daquela casa para caber Diego e eu, e podem por a culpa em mim. Não queria provocá-lo ou forçá-lo a fazer alguma coisa, mas queria conversar com ele. Durante a única chamada de vídeo onde nos encontramos, não tivemos tempo para nada além de uma troca de olhares. E nesse único momento, tenho certeza que passou milhares de cenários naquela cabecinha de vento, incluindo, claro, me odiar.

Queria dizer pra ele que não tinha com o que se preocupar. Que eu não iria tentar ou cheguei a fazer alguma coisa com a Lin, e não por falta de oportunidades. Desde que reencontrei a garota, esperava que o sentimento que fazia meu coração bater mais rápido ao encará-la desses as caras. No entanto, depois de seis meses ele não apareceu.

De início fiquei confuso, pensei que estava me anulando de novo, da mesma forma que fiz quando era o Arthur no lugar do Diego. Mas percebi que não era isso. Incrivelmente, eu sou um cara ciumento, mas nem mesmo isso senti ao ouvi a Lin contar inúmeras histórias envolvendo o garoto das apostas. O cenário era diferente quando a garota tentava dizer alguma coisa do ex, eu simplesmente fervia de raiva, mas escondia por trás de uma máscara.

Eu sentia inveja do AJ. Ele era tudo o que eu não era, e principalmente, estava com a Lin. Descobrir a traição dele foi o momento mais feliz na minha vida. Planejei tudo, desde como contar a ela até dar um flagra nele. É óbvio que ela não acreditou em mim quanto lhe contei e aquilo partiu meu coração.

Mesmo ressentido, deixei o Roan sobre aviso e não voltei a incomodar a Lin com aquilo. Sequer voltei a falar com ela, até a fatídica manhã que ela me ligou aos prantos contando qual foi a sensação de pegar o namorado beijando outra garota. Foi a última vez que nos falamos, antes da minha mudança para NY.

Fiquei com pena da Lin. A sensação de que fiz tudo errado na minha abordagem não parava de me atormentar, mas estando na parte norte do continente, não tinha muito coisa pra fazer.

Estando aqui e encarando o problema de frente, eu tinha uma chance de garanti a felicidade da minha amiga. Nem que para isso, precisasse encurralar ele no banheiro do corredor.

— Ahn, não fomos apresentados formalmente. Oliver.

Diego estava saindo do banheiro, secando as mãos na bermuda jeans e completamente distraído olhando para baixo. Ao ouvir a minha voz, ele parou o que fazia, ergueu a cabeça lentamente e me encarou por três segundos. Costas retas, nariz empinado e um olhar de desdém. Ele passou por mim e ainda me bateu com o ombro, ignorando completamente a minha que estava estendida.

Revirei os olhos e suspirei. Vou precisar ser paciente. Muito paciente.

— Eu só queria conversar — expliquei. Dei meia volta e encarei suas costas.

Reencontros e Encontros Where stories live. Discover now