☆Segunda Temporada: Capítulo 59☆

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Kaylla Santos 😍

— Façam a atividade e tragam na semana que vem! — o professor de filosofia falou, fechando sua agenda depois de anotar alguma coisa.

Eu o encarava perdida em suas palavras ditas durante a aula e os colegas ao meu redor, guardavam seus materias de estudo. Eu nem abrir o caderno ou o estojo para anotar o que ele disse.

Suspirei. Filosofia é coisa de gente antiga, sem qualquer noção do que fazer da vida e que fica julgandos os outros. Mas aí vai algo que deixa essa merda interessante: os filósofos estão certo, à sua maneira, em julgar os outros e condená-los, sem de fato, condenar... Estão pegando o meu raciocínio?

Revirei os olhos por aquilo.

Tomando coragem, levantei e peguei a mochila atrás da cadeira e guardei o caderno e o estojo. O professor se despediu e a grande maioria dos alunos já tinham saído desesperados da sala. Ninguém gostava da última aula de segunda, era sempre a mais arrastada na nossa grade.

Sinceramente, posso fazer uma lista de motivos para odiar a nossa grade e explicar cada um deles. Tenho certeza que dará um belo resumo de cinco páginas no mínimo.

— Skate? — Guto se aproximou perguntando.

— Que? — questionei perdida.

— Pista de Skate? — repetiu.

— Ah. Sim, vamos.

Joguei a mochila por cima de um dos ombros e saímos da sala, lado a lado.

Encontros com a pessoa amada não eram minha praia. Rolês com meu grupo de amigos, com certeza, e se a pessoa com quem eu fico está entre eles ou não, não importava. Mas ter um namorado era algo diferente. Algo que eu nunca tinha feito. Eu estava me tornando uma pessoa diferente desde que cheguei ao Liberdade.

Caminhamos pelo corredor, alcançamos as escadas, em silêncio total. O Guto estava pensativo, com as mãos no bolso da bermuda; talvez um pouco hesitante, mas confortável o bastante para não dizer confiante. Não sou a melhor na linguagem corporal, mas entendo do meu namorado.

Essa era uma situação engraçada.

Às vezes, me questionava se o que temos é verdadeiro. Somos novos; nos conhecemos quando ele tinha claras intenções de me conquistar para vencer uma aposta, e talvez, ganhar alguma coisa a mais; e mesmo com isso, nós não nos desgrudamos. Não sei se vai ser pra sempre, mas também não sei o quanto vai durar.

Para vocês terem uma noção do quão grande e importante tudo isso é pra mim, ele conhece os meus pais. O primeiro, e a julgar pelo andar da carruagem, pode ser que seja o único, dos meus ficantes, que de alguma forma se tornou meu namorado, que conheceu meus pais. Eles comemoraram por dois dias essa notícia.

— Partiu? — Letícia nos alcançou no pátio. Pulou na nossa frente, bloquenado o caminho e nos obrigando a parar e prestar atenção nela.

— Partiu pra onde? — perguntei. Tinha marcado mais de um encontro hoje?

— Pista de Skate! O Guto me contou que vocês iam — ela explicou, apontando pro garoto. Eu o encarei imediatamente.

— Mas não estendi o convite pra você — disse, divertindo-se com a intromissão dela, mas no fundo, se irritando.

— O lugar é público, não seja territorial. Sei que é a sua área, mas vai com calma — ela retrucou, toda cheia de fru-fru.

— Não te convidei pra ir com a gente — ele especificou e a garota estreitou o olhar, suspirando dramaticamente.

Reencontros e Encontros Where stories live. Discover now