A pulseirinha de Cielo não aparecia por nenhum lado, então ela mesma decidiu ir procurá-la. Felicitas a acompanhou, mas recordando-lhe que por uma pulseirinha de nada ela chegaria tarde em seu casamento. Cielo insistiu que sem sua pulseirinha não se casaria. Felicitas, pelas duvidas, saiu para o jardim, vai ver que foi coisa da cabecinha de noiva de Cielitisss que a deixou ali quando estiveram brincando com os garotos.
O que viu era a coisa mais horrorosa que havia visto em sua vida. Estirado no parque, morto com um tiro no peito, estava Jásper, o jardineiro. Ainda comovida, voltou a entrar na casa, mas não sabia bem o que devia fazer, quando de repente se topou com quem, sem duvidas, era o assassino.
Bartolomeu a levou para a sala, onde já tinha amarrado a Luz e Alelí. A amarrou junto a elas, e depois, serenamente, foi subindo um por um os degraus da escada que cada dia dos últimos vinte anos de sua vida havia pisado. Aquela era sua casa, e sempre seria.
Cielo estava no sótão, realmente muito intrigada com o sumiço de sua pulseira, não concebia se casar sem ela.
- Procura por isso, Sky? - ouviu de repente, e girou.
Ali estava Bartolomeu, seu rosto desfigurado pelo ódio, e com um revólver na mão.
Nico se impacientava cada vez mais. Tinha ligado para Malvina, e seu celular dava fora de área. Tinha ligado para Carla, e ela não atendia. Tinha uma sensação horrível, e necessitava ter seu filho já, ali com ele. Só para distraí-lo, Berta lhe disse que por que não usava o tempo para terminar de se preparar.
- Estou pronto, Berta. - disse ele, olhando o relógio.
De repente o celular tocou e ele atendeu pensando que era Malvina, que por alguma leseira tinha se atrasado.
- Malvina, onde está?
- Sou Justina. - disse ela, desgarrada.
- O que você quer, seu lixo? - lhe respondeu ele, alerta. Algo não estava bem.
- Don Bartolomeu... vai matar Cielo. Vai matá-la...
Nico entrou em choque e deixou cair o celular. Todos o observavam. Ele olhou para sua mãe, e de repente reagiu.
- Chama a polícia! Bartolomeu fugiu, vai matar Cielo! Chama a polícia! - saiu correndo, desesperado.
Os TeenAngels explodiam no palco. Mal saíram com a primeira música, o publico os amou. Todo mundo gritava como se eles fossem uma banda famosa. Será que Chango tinha razão, e que era verdade que sua música estava explodindo na rádio? Quase sem ser conscientes do que viviam, os cinco deixaram a alma e o coração nesse palco.
Chegou um momento muito especial. Cantariam uma música nova pela primeira vez, uma música que Cielo havia escrito para eles. Sabiam que nesse momento Nico e Cielo estariam se casando, e os cinco dedicaram a ambos sua nova canção. Pensando no próprio caminho percorrido, Rama cantou a primeira estrofe.
Um caminho sem final
que te leva até a verdade,tem mil flores e pedrasque cruzar.algum dia esse lugarsei que sua alma encontrará,e o segredo enfim saberá,e é amar...- Acabou sua magia, Cielo Mágico. - disse Bartolomeu, apontando com o revólver a Cielo.
- Não faça isso, homem. Salve-se desse inferno. - suplicou ela.
- Meu inferno é você. - disse ele, com todo o ódio que podia ter.
O abismo cruzarápor uma ponte de cristal,e os anjos suas asas te darão.E por fim compreenderácomo é a liberdade,quando o universo puder alcançar.
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Quase Anjos - A Ilha de Eudamón (Português)
Teen FictionNuma noite de fevereiro de 1854, três pontos luminosos desenham no céu um triangulo perfeito: três relógios idênticos começaram a funcionar ao mesmo tempo, e um deles está no sótão da mansão Inchausti. E ainda que pareça uma cena ocorrida por azar...