Capítulo 48

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Agora vamos ao capítulo de hoje

Mérida – Inverno, Março de 834 d.C.

Jamila olhou pela janela gradeada de seu novo quarto, um aposento localizado no alto do minarete do palácio que fora de seu pai, antes usado pelo almuadem para anunciar as orações diárias, acessível apenas por uma longa escada em forma de caracol. Agora o pobre homem teria que usar um balcão bem abaixo.

As servas haviam feito o melhor possível para deixar o lugar agradável, uma enorme cama estava colocada próxima da janela, almofadas e coxins espalhavam-se por sobre grossos tapetes que forravam o chão frio de pedra. Tapeçarias ricas escondiam a feiura das paredes negras, uma grande mesa de madeira de lei com papéis, tintas e livros sobre ela, estava em um canto.

Cinco gaiolas com pássaros canoros estavam penduradas em armações de metal, vários vasos de flores e plantas espalhavam um aroma delicioso no ar. Arcas de madeira laqueada continham suas roupas, com exceção de sua cimitarra, elmo e cota de malhas, estas foram confiscadas.

Em um canto, atrás de um biombo importado da distante China, havia uma banheira de metal e um recipiente onde ela podia fazer suas necessidades o qual era recolhido cinco vezes por dia, assim como as refeições que recebia.

Apesar de todo o conforto era uma prisão.

Quando Juan partira, Mahmud a colocara a par dos acontecimentos.

Jamal, que Alá apodrecesse seus ossos, pensou com raiva, traíra o Sheik abrindo os portões para as tropas do Emir. Seu pai lutara com coragem, mas ao final fora capturado. Mahmud fugira da casa de sua amante e conseguira abrigo com pessoas de confiança.

As tropas do Sheik se dispersaram, muitas se renderam, outras fugiram pelo rio. Ao amanhecer a cidade estava dominada e soldados do Emir faziam buscas nas casas atrás dela e de seus irmãos.

Mahmud conseguira fugir durante a execução de Abd al-Ŷabbãr alcançando as tropas de Suleymán Ibn Martín, que acossavam as tropas do Emir em todo território de Mérida.

— Ele me acolheu e jurou que não baixaria as armas enquanto nossa casa não fosse reerguida – explicara com um olhar de agradecimento para o guerreiro que ouvia tudo em silêncio.

— Sou lhe grata, meu senhor – respondera Jamila fazendo uma mesura para o homem que abriu um meio sorriso.

— Quinze dias depois da execução de nosso pai o Emir concordou em nos perdoar e restabelecer nossas garantias, posses e posição em Mérida, desde que abaixássemos nossas armas e aceitássemos o walí que ele indicasse para governar a cidade em seu nome – continuara Mahmud — Quanto ao traidor Jamal, o Emir não concordou em me entregar, ele assumiu um cargo de general no Emirado, responsável pela defesa da fronteira norte.

— E você aceitou? Ele traiu nosso pai e o Emir ordenou sua decapitação! Eu assisti sua execução! Jamais os perdoarei ou deixarei de lutar contra eles! – exclamara irritada.

— Não os perdoei, nem desisti de vingar nosso pai – rosnara com raiva — Mas precisamos nos reerguer antes de nos rebelarmos novamente, agora estamos fracos como um gatinho recém-nascido, mas com a ajuda de Suleymán – dissera apontando para o guerreiro — Nos tornaremos fortes novamente, como tigres adultos.

— Faça o que quiser, Mahmud, eu não pretendo ficar em Mérida, se for necessário levarei minha tropa para as montanhas de onde atacarei sempre que possível as tropas do Emir! – afirmara indignada.

A GUERREIRA INDOMÁVELOnde as histórias ganham vida. Descobre agora