Capítulo 27

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Mérida- Verão, Agosto de 833 d.C.

O jovem acordou quando a aurora se aproximava, mas não se moveu sentindo a maciez do corpo da escudeira sobre o seu e o perfume de seus cabelos.

Ele nunca se deitara com uma mulher, era inexperiente em matéria de sexo, seus conhecimentos do amor provinham de livros e poemas. Ela o puxara para dentro do quarto e o jogara em cima de sua cama.

A lua iluminava o ambiente pelas largas janelas que davam vista para um jardim, embevecido, com o coração disparado de emoção, observou-a se desnudar. A pele da nórdica era branca e em alguns pontos havia algumas cicatrizes, mas ele nunca vira algo tão belo em sua vida e suspirou de paixão.

A guerreira invertera a posição, assumindo um papel que teoricamente deveria ser dele, o desnudara de forma violenta para, em seguida, montar nele, afundando-se em sua carne o que o fez soltar um longo gemido.

Alguns movimentos rápidos dela o fez despejar sua semente em seu interior. Ficara constrangido, não imaginava que seria tão rápido, mas ela rira divertida e após um tempo passara a beijá-lo lentamente, até que ele se excitou novamente.

Brunilde o conduzira mostrando onde ele devia tocá-la e como fazer, até que, finalmente ambos explodiram em um clímax.

Passaram a noite se amando até que ela pedira para pararem.

— Por Odin! Quem imaginou que você se mostraria um amante insaciável – dissera rindo enquanto se aconchegava em seu peito.

Agora não queria se mover, temeroso que tudo não passasse de um sonho.

Apaixonara-se pela jovem guerreira no momento em que a vira detida em um quarto e se encarregara de levar-lhe alimento. Agora entendia, em parte, o que estava acontecendo com sua irmã e Juan.

Desde que a jovem fora libertada, Ibrahim procurara ficar o máximo de tempo ao seu lado, se propusera a lhe ensinar árabe, declamava seus poemas, embora acreditasse que ela não entendesse metade do que falava, e gostava de vê-la treinar.

Em algumas ocasiões, Brunilde o chamava para treinarem juntos, ela tentava lhe ensinar a arte do combate, mas o jovem era extremamente inábil se comparado com ela, que o derrotava com uma facilidade surpreendente.

Gostava de vê-la lutar, seus movimentos eram fluídos e ao mesmo tempo rápidos, tanto quanto os de Jamila, e quando as duas treinavam, todos paravam para assistir. Sua irmã vencera quase todas às vezes, com exceção de duas lutas que foram consideradas empates.

Nessas ocasiões ele pensava que jamais teria chances com a jovem, guerreiros mais habilidosos e de renome estavam interessados nela, por isso fora uma surpresa quando ela o escolhera na noite passada.

Agora se sentia o mais feliz dos mortais, embora uma rusga de preocupação o assombrasse.

Sua posição no clã, como segundo na linha de sucessão não importava mais, sabia que seu pai nunca aceitaria que ele se cassasse com uma bárbara, no máximo permitiria que ele a tomasse como amante, por isso estava determinado a, se fosse o caso, fugir com Brunilde para longe de Al-Andalus.

Por um momento insano pensou em ambos viajando pelo mundo, quem sabe não convencia Jamila e Juan a se juntarem a eles? Assim os quatro poderiam ser felizes sem estarem presos às leis e noções de honra.

A GUERREIRA INDOMÁVELOnde as histórias ganham vida. Descobre agora