Capítulo 4

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E agora mais um capítulo com a apresentação de outra personagem...

Escandinávia – Primavera, Maio de 827 d.C.

A menina, com quinze anos, segurou com força o cabo do machado, era uma arma ideal para uma escudeira viking, sua tia explicara. Com um peso aproximado de dois quilos, sua lâmina em formato de "L" possuía cerca de trinta centímetros, presa em uma haste de madeira, era razoavelmente leve e forjada muito fina, com uma capacidade devastadora de corte.

Em seu braço esquerdo ela sustentava um escudo oval de madeira, reforçada com couro e ferro, incluindo uma bossa circular no centro.

— Vamos, me ataque – ordenou Bjorn, filho do famoso explorador Ragnar Lodbrock, um rapaz de dezoito anos e corpulento como o pai.

Brunilde usou toda a força para atacar, desferindo um golpe com o machado contra seu adversário, mas Bjorn se defendeu com seu escudo e, após aparar o golpe, usou-o para se chocar contra o da jovem, que foi lançada para vários passos para trás com um grunhido de dor.

— Você é corajosa, Brunilde, mas tem que usar a inteligência – explicou se aproximando com a espada apontada em sua direção.

A jovem se lançou novamente com o escudo, mas antes de atingir Bjorn, desviou e desferiu um golpe circular com o machado visando seu pescoço, por puro reflexo o jovem desviou a lâmina com sua espada.

— Muito bom! – exclamou ele com satisfação.

Em seguida, avançou com velocidade surpreendente para alguém tão corpulento aplicando golpes seguidos com a espada, usando seu escudo para empurrar Brunilde para trás toda vez que ela tentava se defender, até que a fez cair no solo de costas e encostou a lâmina em sua garganta.

— Por Thor! – exclamou irritada, mas sem medo.

Brunilde conhecia Bjorn desde criança, sua tia Varda, que a criava desde que sua mãe morrera no parto e seu pai partira com a primeira expedição de Ragnar, a levara quando tinha dez anos, ao salão do rei, que ficava em sua capital, uma cidade portuária distante cinco horas de navegação com tempo bom.

Naquela ocasião Ragnar entregara para a menina e sua tia a parte no saque que caberia ao seu pai, se ele houvesse retornado da primeira expedição. O guerreiro contara que Yusuf desaparecera com outros após saírem para caçar e, embora ele tivesse enviado patrulhas atrás deles, nunca os encontraram.

Brunilde tinha um sentimento ambíguo em relação ao pai. Sua tia lhe contara que ele não era nórdico, mas sim um homem vindo de terras distantes que adorava um único Deus, o que ela achava estranho, já que o panteão nórdico era repleto de deuses e deusas, sendo o mais importante Odin, pai de todos. Se por um lado ela o odiava por saber que ele a abandonara ainda bebê com sua tia, por outro sentia orgulho de sua fama, pois muitos ainda se recordavam da habilidade dele na guerra, mesmo estando desarmado, e de seus conhecimentos de medicina.

Ela herdara os cabelos negros e ondulados ao pai, e os olhos azul-escuros da falecida mãe, essa característica a tornava atraente, o que despertava o interesse de vários guerreiros, mas a jovem estava enamorada de Bjorn, pois além de ser filho de um guerreiro de renome, era também corajoso e habilidoso na arte da guerra.

Ele viera visitar a aldeia de sua tia em uma galera viking, o objetivo era convidá-la e outros guerreiros a se juntarem a mais uma expedição de Ragnar, mas Brunilde achava que ele viera para vê-la.

Ela implorara permissão de sua tia para acompanhar os cinco guerreiros e duas escudeiras que partiriam com Bjorn dentro de dois dias, mas ela fora inflexível, a jovem ainda não estava preparada.

— Por hoje basta – disse Bjorn guardando a espada em uma bainha de couro presa por cintos do mesmo material que cingiam sua cintura e estendo a mão para ela.

Brunilde segurou a mão do jovem se erguendo, em seguida com um movimento rápido passou uma perna por trás dele empurrando-o com seu escudo, o que o fez cair de costas no solo pedregoso da praia.

Agilmente ela montou em cima do guerreiro segurando as mãos dele acima da cabeça. Bjorn sorriu, sem esboçar reação.

O vento fazia uma mecha de seu cabelo, que escapara da trança que usava, esvoaçar em frente ao seu rosto, soprava forte na pequena enseada em que estavam treinando. O som do mar quebrando na praia e o grasnado de algumas gaivotas competiam com o som de seu coração batendo no peito de forma acelerada, o que não era causado pelo exercício que acabara de fazer.

Com a audácia das escudeiras, Brunilde se curvou beijando os lábios de Bjorn de forma inexperiente, o jovem correspondeu ao beijo invadindo sua boca com a língua, em um movimento brusco a derrubou de cima dele invertendo a posição.

Ela sentiu suas mãos rudes apertando seus seios de uma forma dolorosamente prazerosa, bem como a protuberância de seu sexo pressionando sua intimidade.

— Faça-me sua, Bjorn – ela murmurou com os olhos semicerrados e os lábios entre abertos.

Naquela tarde Brunilde deixou de ser uma menina e se transformou em uma mulher nos braços já experientes do jovem guerreiro.

notas de rodapé

A Escandinávia é uma região geográfica e histórica da Europa Setentrional e abrange, no sentido mais estrito, a Dinamarca, a Suécia e a Noruega. Num sentido mais amplo, o termo pode também abranger a Finlândia, as Ilhas Faroé e a Islândia. Qualquer que seja a definição usada, considera-se a península Escandinava como núcleo principal da Escandinávia.

Biorno Braço de Ferro (em dinamarquês: Bjørn Jernside, LITERALMENTE Bjørn, Costado de Ferro; em sueco: Björn Järnsida; em nórdico antigo: Bjǫrn Járnsíða; em latim: Biornus, Bier Costae ferreae) foi um lendário caudilho viquingue, de origem dinamarquesa, que teria vivido no século IX. Segundo a lenda, a alcunha Järnsida ("Costado de Ferro") foi-lhe atribuída por ele ser "invulnerável", depois de a mãe lhe ter dado uma poção mágica. Segundo a Saga de Hervör e a Saga de Ragnar Lodbrock, Biorno teria sido um dos quatro filhos de Ragnar com Aslauga, tendo herdado o domínio de Svitjod, embrião da futura Suécia. Conta-se que foi o primeiro soberano da Casa de Munsö. Biorno comandou uma expedição de pilhagem de viquingues no século IX à região do rio Sena na França, e mais tarde, juntamente com os seus irmãos, a Espanha, ao Sul da França e à Itália. Participou igualmente em expedições de conquista da Inglaterra.

A GUERREIRA INDOMÁVELOnde as histórias ganham vida. Descobre agora