Uma Luta Infernal.

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– Faltam dez minutos.

Ao ouvir a voz de Pero Ponz mestre Brandon atacou, usando a espada mágica atirou labaredas em nós. Nos jogamos de lado e conseguimos escapar, mas antes que pudéssemos levantar uma língua de fogo lambeu o ar sobre nós. A atmosfera ficou quente e pesada, mestre Brandon ajeitou os óculos e continuou atacar. A espada que controlava fogo que eu conhecia era a de Laís que necessitava de uma fonte de chamas, puxando fogo de tochas, fogueiras etc. Mas o mestre dos Cavaleiros não, a espada dele criava labaredas enormes e todos ficaram admirados com seu poder, mesmo não sendo atingida pelo fogo meu rosto ardia, Alana estava suja de fuligem e Isabel parecia muito mal, tentando respirar com dificuldades e sendo amparada por Eric. O mais admirado era Mateu, paralisado, encarando o mestre.

– Vamos! – Gritei. – Temos que reagir.

Vi Orin soprar fumaça.

– Não vamos pegar leve Plim. – Disse o anão. – Querem que os testes sejam no mais alto nível de dificuldade. E a culpa é de vocês já que aceitaram, tentamos avisar.

Eu sorri nervosa, estava assustada com a fumaça que pairava envolta dele, ela foi ganhando forma e vi que parecia um esguio dragão, cinza. Orin se concentrou e o bicho ganhou solidez, o anão voltou a fumar e o dragão avançou. O monstro de fumaça abriu a boca e setas cinzentas saltaram de lá, desviei da maioria, mas não fui rápida suficiente e uma me acertou na perna, gritei de dor e quando fui puxa-la a flecha dissipou em minha mão ficando apenas a ferida que sangrava. O dragão continuou atacando e Emilian pulou em cima do animal que se desmanchou jogando o garoto no chão, depois voltou a ganhar forma cuspindo flechas em Emilian que desviou de todas numa dança louca na areia.

– Como lutamos contra uma coisa dessas? – Perguntou Bradir.

– É impossível ferir o dragão. – Comentou Eleg.

– Lutem contra Orin e não o monstro. – Disse Alana sacando sua espada curta. – Você tá bem Plim?

– Sim o furo não é fundo a fumaça não é tão afiada.

– Cuidado! – Gritou Eric avisando sobre o fogo de mestre Brandon que nos atingiu. Isabel levantou uma parede de gelo que foi derretendo, mas conseguiu conter as chamas. A garota caiu de joelhos no chão. – Isa!

Ajudei a menina se levantar.

– Muito quente.

– Melhor você e Eric ajudarem Emilian com o dragão de fumaça enquanto nós lutamos com Brandon.

Isabel e Eric assentiram. Brandon nos encarou ajeitando mais uma vez os óculos que teimavam em cair pro nariz.

– Vamos, cerquem ele.

Corremos ao redor do mestre e coloquei o anel, senti quando Sará pôs o dele e a força fluiu, desembainhei minha espada sentindo o ombro latejar, os ossos moídos e muita dor de cabeça. Eleg estava com a cimitarra, Alana empunhava sua arma. Bradir com uma espada curta igual de Alana e Mateu puxou sua espada, o fogo dançando pela lamina e nessa hora percebi que ele tinha o mesmo item de mestre Brandon, o mestre sorriu e assentiu para Mateu que orgulhoso assentiu de volta. Andamos em volta de Brandon.

– Querem me cercar? Não acham perigoso?

Ele observava ao redor com espada em guarda. Ouvimos um estrondo e vi o dragão de Orin crescer e explodir ao redor de Emilian e os outros, eles estavam enrascados. Não podíamos perder tempo.

– Fechem o cerco! – Gritei. Precisávamos derrota-lo logo, ajudar Emilian e os outros.

Fomos avançando, diminuindo o espaço entre nós e mestre Brandon, ele sorriu e levantou a espada, paralisamos, atentos, nervosos, um tornado de fogo se libertou da lamina, o calor ardendo minha pele, inspirei assustada observando o tamanho da fúria do fogo, um tornado de chamas ardentes que girava em cima da cabeça de Brandon e ele sorriu como se não fosse nada.

Escama NegraWhere stories live. Discover now