Escama Negra

Anéis e Corações.

Sará fechou os olhos, concentrado, fizemos silencio, o vento balançou as folhas da arvore, alguns pássaros piaram voando por aí. Ele abriu os olhos e nos encarou.

– Alguém precisa usar esse outro. Tenho certeza disso.

Eu pensei em me voluntariar, mas Adriel estendeu a mão e Sará lhe entregou o outro anel coração. Ela o colocou e de repente o anel de Sará incandesceu, ficando num tom laranja como se fosse ferro quente numa forja, mas não parecia queimar nem ele nem Adriel. Sará sorriu moveu o pescoço e os braços como se tivesse acabado de acordar.

– Me sinto ótimo.

– Tem algo acontecendo. – Disse Adriel.

– Plim. – Chamou Sará. – Me dê um soco no estomago.

– Com prazer. – Respondi me aproximando e dando um soco fortíssimo no estomago dele. Ele foi um pouco pra trás com o soco e sorriu.

– Só isso?

Peguei impulso e dei um baita chute no abdome dele, pegou em cheio e me assustei achando que tinha exagerado.

– Foi mal eu....

– Não é nada. – Disse Sará sorrindo, levantou a camisa e a barriga dele estava apenas levemente corada. – Eu senti mas não foi nada demais.

– Pra você. – Disse Adriel curvada tomando folego.

– O que aconteceu senhora Adriel? – Perguntou Orin.

– Foi como se Plim me batesse forte no estomago, senti o golpe em cheio. Talvez não tão forte como deveria, mas com certeza doeu.

– Boa parte do dano dos ferimentos vai para o portador do segundo anel. – Disse Orin encarando o objeto no dedo de Sará.

– Não só isso. – Disse Sará. – Me sinto mais forte mais rápido.

– Eu me sinto péssima, mais fraca e lenta. – Comentou Adriel.

Sará apostava corrida com Emilian os dois surpreendentemente rápidos, ele também levantou Emilian como se não fosse nada, se aproximou de mim e eu me afastei.

– Se me levantar. – Ameacei. – Não importa quantos anéis esteja usando, você vai cair.

Ele sorriu e me mandou um beijinho.

– Já chega garoto. – Disse Adriel. – Não me sinto bem.

Ela tirou o anel e Sará fez uma careta.

– É horrível... A sensação. – Disse nos olhando. – Me sinto lento e mais fraco.

Adriel esfregava o ventre magoado.

– É um excelente item, mas é preciso usa-lo com estratégia. – Advertiu Orin. – Muito bem, Ivna, já experimentou o item?

Ela se encontrava num canto olhando a mascara. Estava perto da arvore afastada de nós, e nos encarou sobressaltada, com o rosto quase pálido.

– Mestre Orin. – Chamou ela. – Venha aqui, por favor.

Todos nos aproximamos e ela gritou pra pararmos.

– Só Orin e Adriel. – Disse ela e me encarou. – Por favor.

Eu mandei todos esperarem e Orin com Adriel foram até a arvore. Eles começaram a cochichar.

– O que será? – Perguntou Cecilia fazendo a espada fincar no chão e subiu nela pisando na guarda.

– Problema maninha, problema.