– Não vão tão na frente. – Ordenei para Cecilia e Galien que conversavam distraídos. – Fique atenta Cecilia, pode haver inimigos.
– Sim capitã.
Liandra apenas assentiu para Galien e ele pareceu entender, os dois agora iam mais atentos observando se não encontravam inimigos. Davel e Fid caminhavam conversando com Sará enquanto Ivna planejava com Liandra os melhores caminhos a percorrer. Eu andava com Emilian. Ele fitava Galien e Cecilia talvez querendo estar com eles, mas não tinha forças de acompanhar o as crianças, ele encontrava-se pálido, os olhos fundos e andava mais calado do que o comum, mas andava. Eu baguncei os cabelos dele e ele me olhou fazendo uma careta e depois sorrindo. Pra recuperar as forças ele tinha até comido frutas, coisa que não gostava muito e o pedaço de peixe que guardei pra ele estava muito cozido pro seu paladar, mas comeu, deu uma resmungada sobre como preferia carne sangrando, engoliu as frutas, e depois ficou triste ao constatar que a marca fora levada. Ele achava que falhara comigo, com o grupo, com todos. E eu pensava que a culpada era eu, afinal eu era a líder e deixei que caíssemos na armadilha. Mas também sabia que não podíamos ficar remoendo aquilo. O que aconteceu passou e falei isso para Emilian, teríamos a chance de dar a volta por cima.
Caminhamos por alguns tuneis e saímos numa espécie de salão enorme onde colunas de pedra subiam até sumirem na escuridão infinita sob as nossas cabeças.
– Anões. – Comentou Ivna sorrindo e vendo do que a arquitetura anã era capaz. – Quem vê pensa que tentavam compensar alguma coisa.
Caminhamos por um desfiladeiro de pedras soltas, que rolavam sob nossos pés, Galien quase caiu, consegui segura-lo pela camisa que nas minhas mãos foi descosturando, Sará agarrou os braços do menino e o puxou de volta. Depois andamos por uma galeria de tuneis. Liandra e Ivna escolheram o caminho por nos deixar mais próximos do portão do fim da prova e por ter a esperança de encontrarmos alguém numa espécie de lago que aparecia no mapa. Caminhamos mais um pouco e eu estava prestes a pedir para fazermos uma pausa, mais por causa de Emilian do que de outra coisa, quando vimos o lago. Luz natural entrava por algumas aberturas, descobrimos de onde a água corria e conseguimos beber um pouco. Ninguém parecia estar por perto então resolvemos relaxar, mas proibi de que meu grupo entrasse na água. Cecilia pareceu chateada com a ordem.
– Não quero que ninguém seja pego de surpresa.
– O mesmo vale para vocês. – Ordenou Liandra encarando os meninos que já tiravam a camisa.
– Só um mergulho. – Pediu Davel.
– É arriscado e precisamos continuar a andar se quisermos chegar ao jardim.
– Outro jardim? – Perguntou Sará.
– Temos esperança desse ter frutas também. – Comentou Ivna.
– Dá última vez não foi uma boa experiência. – Comentou Cecilia. Nos levantamos e continuamos a andar. – E se precisarmos de alguém na moita que vá outra pessoa, eu já fui da última vez.
Estávamos saindo de um túnel quando Davel e Sará, que iam na frente, fizeram sinal para nos silenciar.
– Quantos? – Perguntou Liandra em voz baixíssima.
– Um esquadrão.
– Eles tem um sol. – Disse Sará, aquilo interessava aos dois grupos e olhei Liandra.
– Podem ficar para vocês. – Declarou Liandra. – Depois disso só precisarão de luas e não entraremos mais em conflitos.
Assenti. Chamei Ivna e Cecilia. Emilian e Sará já estavam ao meu lado.
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Escama Negra
FantasyPlim é uma órfã de dezesseis anos que odeia seu nome e detesta crianças. Depois de perder um de seus olhos num ataque com bandidos ela decide participar de uma competição especial, conseguir um dos cobiçados itens mágicos e se tornar uma cavaleira a...