Cabo de Guerra.

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– A prova é simples campeões. – O som da voz ecoava pela sala mas ninguém poderia apontar sua fonte. – Cada lado oferecerá um desafio para o outro e quem conseguir vencer ganha um ponto serão cinco desafios. Qual lado tiver mais pontos é o vencedor.

Eu encarava os orcs do outro lado, eu os conhecia, era Garra e seus companheiros, os elfos de Evras nos olhavam e cochichavam, um deles encarou Cecilia, mesmo com o cabelo um pouco maior e tampando as orelhas desconfiei que eles soubessem quem ela era.

– Podem começar quando quiser, o lado de Evras e dos Garras de Gashur escolhem o primeiro desafio.

Senti um frio na barriga enquanto os orcs planejavam com os elfos.

– Vai ser dureza. – Comentou Sará e Lau concordou.

– Que tipos de desafios? – Perguntou Parrudo. – Não entendi nada até agora.

– Temos que trabalhar juntos se quisermos vencer. – Disse Ivna. – Aconselho deixar que Plim escolha nossos campeões e...

– Vai sonhando boneca. – Resmungou Marlon.

– Não é hora de brigar. – Disse Cecilia. – Precisamos nos unir.

– É fácil falar depois de aprontarem todas com nós. – Resmungou Marlon.

– Chorão. – Acusou Sará.

– Não fale assim do meu capitão. – Ameaçou Parrudo dando um passo à frente, Sará não cedeu e ainda de braços cruzados ficou encarando o fortão.

– Vocês trapacearam primeiro. – Comentou Emilian.

– É, são ladrões indignos de confiança.

– Quem é ladrão sua meio-elfa nojenta?

Sará empurrou alguém, e a discussão ficou acalorada, lá do outro lado os orcs pareciam irredutíveis, os elfos xingaram alguém e um dos orcs sacou um machado, começava compreender a real dificuldade dessa prova.

– Os Dragões são uns imprestáveis. – Disse Lau com o rosto vermelho.

– Eu avisei. – Concordou Marlon. – Mas vocês quiseram confiar neles. É só a gente...

– QUIETOS! – Gritei, e eles me olharam enquanto os elfos e os orcs continuavam a brigar.

– Sua...

– Me escuta Marlon, não vê que foi proposital nossos grupos serem obrigados a trabalhar juntos? Desde o começo, sabiam que tínhamos nossas desavenças e não acredite nem um só momento de que os Dragões também não sentem raiva de vocês pelo o que aconteceu no jardim, porque pode apostar eu sinto. – Marlon me olhava com ódio no rosto, os outros apenas escutavam. As vozes dos elfos e orcs se enervavam do outro lado. – Eu achava que vocês eram trapaceiros, frios, e nossos inimigos, confesso aqui, tinha medo de vocês. Mas depois que encontrei Andy percebi que seu time era exatamente como o meu, vocês apenas querem provar o valor dos Filhos de Saur e honrar a terra de vocês. – Andy sorriu pra mim. – Assim como nós, por isso eu sei que mais do que se vingar de mim ou do meu esquadrão você quer ganhar, passar por essa prova, e só vamos conseguir se trabalharmos juntos. – Marlon parecia ouvir minhas palavras com atenção o rosto suavizara as feições embora continuasse na defensiva. – O que preciso fazer para trabalharmos em harmonia?

Percebi que Ivna e os outros não gostaram muito do que eu disse, eles não acreditavam que eu deveria baixar a cabeça para Marlon, afinal o grupo deles também nos prejudicara, mas eu sabia que para ganhar teria que ceder um pouco e por algum motivo pensei que Marlon seria razoável. Ele tinha que pensar no esquadrão dele.

Escama NegraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora