Como os Nobres e Reis.

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O que vocês... – Tapei a boca de Sará pedindo pra ele fazer silencio, Ivna apontou mais a frente e ele assentiu quando viu as luzes tremeluzindo ao longe.

Nos esgueiramos por entre as arvores, já conseguindo ver os invasores, quatro pessoas, um Esquadrão todo. Havia um sujeito baixo e muito troncudo, com braços fortes e peludos, ele era o mais velho do bando parecendo ter uns trinta anos, talvez um pouco menos. Havia também um garoto magricela sorridente de uns quinze anos que feito uma copia de Sará subiu na macieira rindo e tacando frutas pros companheiros. O terceiro era um rapaz loiro de uns dezoito anos ele observava tudo ao redor e algo em sua postura indicava que ele podia ser o líder, e junto com eles andava uma garotinha da idade de Emilian e eu me perguntava como alguém assim poderia ter vencido a corrida mágica. Ela era magricela, usava um vestidinho rendado e segurava um ursinho de pelúcia marrom que tinha os olhos de botões. Ela apanhou uma fruta e começou a comer com delicadas e minúsculas mordidas.

– Não tem bichos né Lau?

– Não se preocupa. – Disse o garoto na arvore. – Elas tão bem boas, come, come pro papai sorrir!

A menininha riu chamando o garoto de bobo. Sará tocou no meu braço e apontou para o garoto na arvore que acenava pra menina fazendo caretas. Ele havia a marca da lua na mão e também percebi que ele carregava uma de sol um pouco mais acima, eles já haviam atacado algum grupo e vencido.

– Podemos pegar a marca. – Sussurrou Sará e os outros pareciam concordar.

Mandei que esperassem, algo me incomodava, os dois menores rindo, o sujeito mais velho pedindo uma maçã e o rapaz loiro observando o terreno. Foi quando percebi, senti um desconforto enorme, eles não eram normais. Já tinham pego uma marca o que significava que confrontaram outro esquadrão, provavelmente lutado contra eles, e mesmo assim estavam tão tranquilos, e o pior de tudo; nenhum deles tinha um só arranhão, nem sujeira nas roupas, eles não eram um esquadrão qualquer. Estava pensando em recuar para avaliar melhor nossas chances ou atacar enquanto eles estivessem dormindo quando o loiro pegou os restos de uma maçã roída.

– Quantas você já comeu Lau?

– Hã?

– Maçãs, quantas já comeu.

– Só essa, uma pra Andy e outra pro Parrudo.

O loiro sorriu e fez apenas um gesto com as mãos, todos os membros do grupo se juntaram, ficaram olhando ao redor, a marca de Lau brilhava e percebi que a de Emilian começava a se acender também, cobrimos a mão dele com um casaco.

– Sabemos que estão por aí! – Gritou o loiro. – A marca se acendeu quando o percebemos. – Não adianta querer se esconder.

Nos encolhemos, meu coração acelerando, ainda não sabiam onde estávamos, mas não era longe, era fácil nos ver atrás das arvores.

– Nós podemos com eles. – Disse Sará.

Eu sabia que se hesitássemos iriamos parecer fracos, assenti para todos dei uma ordem surpresa e saí do esconderijo. O loiro me vendo abriu mais o sorriso. Sará, Ivna e Emilian saíram.

– Nós temos uma marca do sol. – Eu disse. – E queremos a sua da lua.

O sujeito mais velho deu uma risada que mais parecia um rosnado.

– Gostei dela Marlon.

– Eu também parrudo. – Disse o loiro me olhando e assentindo. – Muito bem, mas temos boas maneiras de onde viemos não? Somos de Valerio. – Disse o rapaz se apresentando. Valerio pra mim e pra maioria dos sulistas ficava no norte, mas na verdade ele fica mais ao centro do império, um lugar cheio de montanhas e espinhaços, lugar de terra dura mas prospera, e no centro só existia outro ducado, Gorne, que faz fronteira com os ducados do norte. – Meu nome é Marlon, esse sujeito simpático é Parrudo, esse garoto risonho é Lau.

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