A coisa toda na arena não passou de encenação. Mostramos um pouco de nossas habilidades contra os guardas mas ninguém lutou sério. As pessoas aplaudiam pedindo mais, e tudo só serviu para nos contar que a prova real seria realizada no outro dia. Vi Ivna e os outros nas arquibancadas, Cecilia acenou pra mim e acenei de volta. Andy gritou o nome de Marlon mas ele não ouviu, eu o cutuquei e ele sorriu ao ver Andy, Parrudo e Lau.
O mestre de cerimonias falou como os campeões mostraram grande valor nessa edição, e como os nossos itens seriam importantes para o império, os ducados, os pobres e oprimidos.
– Aposto que os pobres e oprimidos não têm ouro pra montar um esquadrão. – Comentou um dos capitães ao meu lado e sorriu pra mim, era o mesmo barbado que me chamara de "caolha", mas eu assenti concordando. Mais tarde fiquei sabendo que ele era o famoso Brice, antigo vela negra e o líder do esquadrão de Ramos.
A cerimonia continuou e eu já estava com a perna doendo de ficar parada ali quando uma mulher interrompeu o mestre de cerimonias.
– Muito agradecida mestre Ronor, mas acho melhor terminarmos essa cerimonia ou vai escurecer, fora que os campeões vão precisar de suas pernas pra prova de amanhã.
– Claro, minha senhora. – Disse o mestre de cerimonias dando espaço para a mulher falar e ela olhava diretamente pra mim, foi quando eu percebi se tratar de Princesa Carlin, ela sorriu.
– Muito bem, vocês podem ir, terá um banquete no salão principal da cidade subterrânea onde vocês poderão confraternizar. Ah e sugiro que o façam, já que na próxima prova e última, todos trabalharão juntos contra os inimigos mais poderosos que vocês já viram.
As pessoas começaram a cochichar e a sair da arena. Liandra e Marlon caminhavam ao meu lado comentando que a próxima prova seria a última. Nós nos encaramos orgulhosos, tínhamos chegado na final, dentre todo o império estávamos entre os melhores, de certa forma já tínhamos alcançado nosso objetivo.
– Mostramos pra eles. – Disse Marlon enquanto passávamos pelo túnel repleto de pessoas e algumas nos parabenizavam e até nos chamavam pelo nome. – Mostramos o valor dos esquadrões do pré-exame.
Liandra gargalhou e Marlon abriu um sorriso.
– Pois é, eu disse, eles não souberam avaliar bem os participantes. – Comentou Liandra.
Saímos do túnel e alguém gritou o nome de Liandra. Galien e Davel acenavam, a ruiva caminhou feliz até os amigos.
– Um trio? – Perguntou Marlon olhando os Cavaleiros de Lins.
– É, eles são um trio. – Respondi triste.
– Plim! – Gritou Galien correndo e parando perto de mim, ele estava bem sujinho e Marlon cumprimentou o menino de maneira bem formal. – Você conseguiu.
– Tinha dúvidas? – Perguntei e Galien balançou a cabeça.
– Não, não mesmo.
Cumprimentei também Davel que me abraçou, gostei do carinho e ficamos conversando sobre tudo o que tinha acontecido. Sará e os outros apareceram, eles ficaram felizes em reverem Liandra, Apresentamos os cavaleiros aos filhos de Saur e Liandra pareceu honrada em conhece-los.
Fomos todos juntos para o salão onde estava tendo a confraternização. O banquete ainda estava sendo preparado e então sugeriram que nos lavássemos. Emilian foi com os meninos para uma cachoeira que tínhamos visto no caminho. Enquanto Liandra, Andy, Ivna, Cecilia e eu tomamos banho juntas, num lavatório que existia nas minas. Foi um resto de tarde agradável e Liandra me disse que eu estava com as costas cheias de marcas e cicatrizes, eu havia levado muitos ataques e só os percebi quando joguei água e os ferimentos arderam. Limpei meu rosto e até lavei meus cabelos que haviam crescido desde que cheguei pros testes. Eu pedi uma tesoura para uma das camareiras e as meninas me ajudaram a cortar o cabelo. Cecilia preferiu manter seus cabelos crescidos.
YOU ARE READING
Escama Negra
FantasyPlim é uma órfã de dezesseis anos que odeia seu nome e detesta crianças. Depois de perder um de seus olhos num ataque com bandidos ela decide participar de uma competição especial, conseguir um dos cobiçados itens mágicos e se tornar uma cavaleira a...