Reunião com o Senador

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Almoço na Câmara Municipal

Nelson acordou cedo remexendo primeiro no seu tablet, como de costume ele deixou mensagens carinhosa para a mãe. Somente de roupa interior, ele se espreguiçou gemendo e foi tomar uma ducha.

Ele entrou no banheiro e abriu o chuveiro deixando a água quentinha escorrer no seu corpo, a sensação era de alívio e pressão. Nelson sempre foi muito rigoroso e radical, por isso ele se sentia um pouco fraco naqueles últimos dias, tem sido até que muito bonzinho com o Eriberto, apesar de ele merecer a forca.

Após se vestir, ele recebeu uma telefonema do Eriberto, ele iria levá-lo até à câmara para o tão esperado almoço com o senador.

Babada... Nelson resmunga no seu inconsciente após desligar o telefone. É muita sacanagem, não sou obrigado a suportá-lo, seu inconsciente fala, estava se sentindo como alguém que tinha que aturar algo insuportável por obrigação. Podias te livrar dele.- Pois é, eu devia mesmo. - É isso que farei após essa reunião de hoje. Mas Nelson se matares o cara quem ficará á frente dos negócios aqui no Brasil? - Ai que porra tens razão, mas só irei dar-lhe só mais uma chance. Ele conversava com o seu ego, sua cabeça rodava a mil só de pensar em estar ao lado daquele inseto.

O dia estava calmo , a cidade era linda, tirando o ar poluído de grandes cidades ,ele precisava de algo para se distrair, talvez nisso aquele cara servia, então Nelson desceu para a recepção pensando em muitas coisas : como estaria a minha mãe ; será que o humor do meu pai melhorou ; o que estaria acontecendo em Cabo Verde, a PJ estava na cola dele até ontem; o que exatamente terei de fazer para me livrar desse Eriberto ;vou deixar o Juliano se desenrascar? ; e esse almoço, meu Deus o que estou eu a pensar.

Ele bufa sacudindo a cabeça, em sinal de desaprovação a si mesmo.

*

Eriberto está dentro do carro, parado em frente ao hotel a espera de Nelson, digitava algo no celular.

"Estou aqui fora, no carro te esperando" uma mensagem entra no seu telemóvel, e logo que o elevador para ele sai sem olhar pro lado. A recepcionista do hotel falou algo que ele não fez questão de ouvir.

- Bom dia!... Dormiu bem? - Eriberto tem a fala debochada.

- Tudo tranquilo, obrigado, Nelson engole seco em sinal de enjoo.

Ele se acomoda no carro colocando o cinto de segurança.

Eriberto sai com o carro e dá a volta por traz do hotel, ele estava calado, sorria de lado, não gosto dele, esse cara está aprontando uma das suas, estou ficando farto.

- Não fica longe, vai ver que é pertinho de onde está.

_ Que bom, estou meio enjoado hoje. Enjoado de ti, seu perfume cheira a esgoto seu calhorda, Nelson pensa.

O trânsito nessa região é bem pesado, passamos por uma ponte sobre a avenida próximo ao hotel, depois da curva a esquerda, Eriberto pegou a direita contornando na praça e embicou no portão do prédio que deve ser a câmara dos deputados e entrou, logo um guarda abriu a porta para mim, Eriberto saltou e entramos, nos acomodamos na assembleia legislativa, por vinte minutos assisti sem entender nada aqueles homens berrando e discutindo algo na língua deles, eram nervosos aqueles homens.

Parecem cães, iguais a deputados do meu país, falam muito e fazem nada. Nelson coça um pouco o seu nariz e passa a mão pela cabeça em sinal de ansiedade e desconforto.

Vinte minutos se passaram e os homens se dispersam, Eriberto chega com uma senhor e os apresenta.

Senador Edmundo, Nelson Guimarães.

Nelson não diz nada, ele analisava cada centímetro daqueles, o sorriso, o movimento do semblante, a posição dos seus corpos., e então ele diz, acho que me meti numa grande enrascada.


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