2ª parte - Capítulo XIII

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- Eu nunca permitirei que ela fique com um filho meu – aviso-o, irritado.

- Nem eu! Mais depressa coloco a cabeça dela no cepo. Confia em mim.

Assenti. Nunca gostei, nem sou a favor das sentenças de morte, mas estas criaturas são tão malignas que merecem o pior de nós, porque nos dão o pior delas.

- Margarida, dar-te-ei tudo, menos isso. Já te estou a oferecer uma pequena fortuna! Mas diz-me o que desejavas ter? Jóias, vestidos novos, um castelo? Posso dar-te uma vida de princesa – ofereceu o meu pai, mas com o sobrolho erguido. Estava pensativo e desconfiado.

- Lamento, Vossa Graça, mas não é negociável – responde ela, com um ar de inocência.

- Vives há muito tempo em Aragão? – perguntou o rei, com alguma simpatia.

- É revelante saber onde vivo, Vossa Graça? – contrapõe ela.

- Claro que sim! Que eu saiba não me pediste autorização para viveres no meu reino. Margarida, aqui há leis e são para ser cumpridas. Portanto, ao viveres aqui, sem a minha autorização, estás a cometer um crime e a desfiar-me. Sabes perfeitamente que são raros os reinos que aceitam bruxas.

- Não é essa a minha intenção. Irei embora de imediato, Vossa Graça, se o desejar – mostrou um ar arrependido.

Ela enerva-me, definitivamente!

- Posso abrir uma excepção para ti... Além de um vida de princesa, posso autorizar-te a viver em Aragão.

- Agradeço a oferta, mas não estou interessada. Não gosto de viver durante muito tempo no mesmo sítio. Se quiserem o segredo da juventude, terão que aceitar a minha proposta!

Não consigo conter mais a minha raiva, levanto-me um pouco desajeitado e enfrento-a cara a cara:

- Porquê é que queres um filho meu?

A minha madrinha vem ao meu encontro, passa-me a mão pelo braço e pede-me calma.

- Sempre sonhei ser mãe de um menino.

Mentirosa! Era isto que se podia esperar das bruxas: mentiras. Se desejasse tanto ter um filho já o teria conseguido. Recorrendo à magia já teria conseguido roubar um bebé a qualquer mãe. Fixei o meu olhar furioso nela. O que é que esta bruxa pretendia? Quais seriam os seus planos maquiavélicos?

"Se a sua esposa der à luz uma menina primeiro não a quero. Quero um menino, o primeiro menino", soou nos meus pensamentos. Oh, meu Deus! Como é que eu não percebi logo? Ela quer o primeiro menino, porque será o príncipe herdeiro, será o futuro rei. As bruxas são todas iguais!

- Eu posso arranjar-lhe um bebé, porque nem sabemos se o Filipe será pai – sugeriu o meu pai.

Olhei duas vezes para o meu pai, incrédulo. Ninguém merece ser criado por uma bruxa!

Ela abanou a cabeça negativamente para recusar mais uma oferta. Maldita!

- Podes ir, Margarida. Não estou interessado na tua proposta – declarei eu, em alto e bom som e voltei a sentar-me no trono. – Não és a única bruxa no mundo. Há muitas por aí!

Ela não se mostrou afectada, nem o seu sorriso esmoreceu. Era completamente o oposto da Malévola. Não era teatral, nunca perdia a compostura, nem era directamente provocadora, nem tinha um sorriso maléfico. Mas aquele sorriso dócil não era mais do que uma máscara de falsidade.

- Se o Príncipe mudar de ideias procure-me – disse a bruxa e seguidamente faz uma vénia de despedida.

- Nunca na vida! – garanti.

- Devia manda-la prender – murmurou o meu pai, com raiva.

- Não vale a pena criarmos problemas, Vossa Graça. Pense bem. Já temos a Malévola como inimiga. Nós estamos à procura de bruxas. É uma questão de tempo – aconselhou a minha madrinha, em tom baixo.

O rei acabou por se resignar.

Escoltada pelos soldados, Margarida caminhava a passo calmo para a saída. O meu olhar foi cativado pelo seu vestido verde que afinal não era da cor da esperança. Maldição!

- És muito estúpida, Margarida, se pensaste por algum momento, que poderias governar Aragão através de um filho meu. As bruxas não nasceram para ser rainhas! – gritei-lhe.

Ela deteve-se e voltou ligeiramente rosto na minha direcção

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Ela deteve-se e voltou ligeiramente rosto na minha direcção. Mais uma vez, não perdeu o sorriso gentil e voltou a fazer-me uma reverência. Falsa e fingida até ao último momento! Ela não podia estar tão calma como aparentava. Mal as portas se fecharam atrás de si, amaldiçoei-a, sem ter poderes para tal.

- Violeta, manda alguns homens vigia-la discretamente. Quero saber tudo sobre ela – ordenou o meu pai.

A minha madrinha abanou a cabeça afirmativamente, transformou-se em miniatura e saiu a voar pela janela.

- Será que ela sabe mesmo o segredo da juventude? – perguntou o meu pai, com um enorme suspiro.

- Essa é uma resposta que nunca saberemos – respondi, mal humorado.

A sobrancelha erguida do meu pai e o seu ar pesado não deixava dúvidas: estava pensativo.

Sentia-me sufocado, sentia-me irritado, sentia-me enervado... Parecia que estava tão perto do meu sonho.

- Julgo que as bruxas agora querem seguir o exemplo da Malévola. Agora pensam que podem desvincular-se dos seus reinos e soberanos e conquistar um reino para governar – comentou o meu pai, com alguma ironia na voz.

Assenti com a cabeça, como se nada disso tivesse grande importância. Não quero saber o que as bruxas pensam ou desejam. Apenas quero recuperar o que perdi... Será pedir muito? Afundo-me no trono para repousar a cabeça nas costas almofadas.

- Não fiques triste, Filipe. Nada está perdido - consolou-me o meu pai.

- E se a Margarida for a única bruxa a quem pudermos recorrer ? – nem me atrevo a falar muito alto, apenas murmuro. – Não posso aceitar a proposta dela. Nunca seria feliz, mesmo recuperando a juventude.

- Se ela for a nossa única esperança teremos que chegar a um acordo, a bem ou mal. Um rei tem sempre fadas ao seu lado e é tão inteligente ou mais do que elas! – piscou-me o olho. - Descansa e não penses mais nisto, por enquanto. Não te quero ver triste.

Continua....

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Não se esqueçam de deixar um estrelinha se gostarem!!!!

O que é que acharam desta bruxa? Gostam mais  da maneira de ser desta ou da Malévola?

O AMOR NÃO DORMEDove le storie prendono vita. Scoprilo ora