Epílogo: As lembranças

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Fernando Fontes

Dois anos depois...

Estou me preparando para ir trabalho no prédio da PF depois de deixar Henrique, Laura e Juliana na escola. Quando escuto gritos vindo do andar de cima. Olivia está ocupada preparando lanche e as mamadeiras dos quadrigêmeos Raul, Théo, Miguel e Gustavo, Nossa babá Miriam está ajudando minha esposa, mas meu foco estava longe do plantão que me aguardava. O som estridente era abafado pelos gritos das minhas filhas, Laura e Juliana, que travavam uma batalha épica por uma boneca no topo da escada.

- É minha! Laura, de 10 anos, puxava o brinquedo com força, seus olhos brilhando com determinação.

- Não, é minha! Juliana, a caçula de 7 anos, contra-atacava, segurando a boneca com toda a sua força.

Corri para o local da confusão, tentando me interpor entre as duas. Henrique tenta apaziguar, mas em vão.

- Meninas, parem com isso!, ordenei, mas meus gritos foram inúteis. A briga continuava, com cada uma puxando a boneca para seu lado.

Em um momento de desespero, tentei separar as duas fisicamente. Peguei Laura pelo braço e Juliana pelo outro, puxando-as em direções opostas. Mas a adrenalina era tanta que elas resistiam com força surpreendente.

De repente, senti um peso das patas enormes de Conchinha tentando proteger as garotas, me empurrando pelas costas, acabo soltando ambas . Perdi o equilíbrio e caí rolando pelos degraus da escada. Minha cabeça bateu com força no piso e tudo ficou escuro.

...

Quando abri os olhos, Olivia, minha esposa, estava ajoelhada ao meu lado, seus olhos cheios de lágrimas.

- Fernando, você está bem?, ela perguntou, com a voz abafada pela emoção.

Levei alguns segundos para me orientar. Minha cabeça doía um pouco e meu corpo estava dolorido, mas eu estava vivo. Sentei-me com cuidado e olhei em volta. Laura e Juliana estavam sentadas no chão, abraçadas, com os rostos manchados de lágrimas.

- O que aconteceu?, perguntei, ainda confuso.

Olivia me contou que, ao ouvir o barulho da queda, ela correu para a escada e me encontrou desacordado. Ela pensou em chamar uma ambulância, mas eu já estava acordando.

- Você teve sorte, disse ela. Poderia ter sido muito pior. Olivia diz.

Concordei com a cabeça, ainda tentando processar tudo o que tinha acontecido. Foi então que algo estranho me ocorreu. Eu me lembrava de tudo.

- Pestinha, eu disse, eu me lembro de tudo. Estou de volta. Abro o sorriso.

Ela me encarou, surpresa.

- Do que você está falando? Faz tanto tempo que não me chama de pestinha.

- Eu me lembro de tudo que o acidente me roubou, expliquei. Tudo até o dia que estava fantasia de Ursinha Carinhosa no parque.

Dois anos atrás, eu havia sofrido um grave acidente de carro. Tive traumatismo craniano e perdi a memória de grande parte da minha vida. Desde então, eu vinha lutando para recuperar minhas lembranças.

Mas agora, de repente, tudo estava de volta. Eu me lembrava do meu casamento, dos meus filhos, do meu trabalho. Eu me lembrava de tudo.

Olivia me abraçou com força, rindo e chorando ao mesmo tempo.

- Isso é maravilhoso!, ela disse. Finalmente, você está de volta. Ela diz com sorriso no rosto.

As meninas se juntaram ao abraço, e por um momento, nos sentimos como uma família completa novamente.

A queda da escada foi um acidente, mas também um momento de redenção. A pancada na cabeça tinha me devolvido algo muito mais precioso do que qualquer boneca: minhas memórias.

E agora, eu estava finalmente de volta ao meu lugar, com a minha família, pronto para continuar com minha família.

Ah, já estava me esquecendo de Valquíria e D. Estela finalmente teve o que mereciam. Depois da minha suspensão foi descoberto seu caso com superintendente, então ambos foram transferidos para nordeste. Elas amaram, pois o calor era o clima preferido das entojadas. Hoje estou feliz com minha família e no trabalho, curtindo cada detalhe dessa linda cidade chamada Brasília.

ALGEMADO EM VOCÊWhere stories live. Discover now