O Presságio

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Olívia Lopes

Estou na casa de Carol desse de ontem a noite, deste de então nada de notícias do Superman. Ele não respondeu minhas mensagens, somente ligou para informar que chegou bem. Hoje Carol não está trabalhando em plena quinta-feira, achei estranho. Ela recebeu uma ligação e saiu com Carmen bem cedo. Júlio César e Clóvis de cochicho. Estou uma pilha, nunca fiquei nervosa dessa maneira, mas agora com a irmã gêmea de Valentina. Me sento na frente da casa de Carol. Peguei uma cadeira. Fico olhando o condomínio de alto padrão, mas eu aqui sentada observando o nada no meio da nada. Mandou outra mensagem para o abençoado, mas nada. Jogo o celular no chão e digo alto.

- Só falta ter se rendido ao encantados Lois Lane, esse Superman está testando minha paciência.

- Você está falando do meu irmão? Pedro pergunta.

- Desculpa, ele não me responde. 

- Você está insegura referente a irmã da Valentina se parecer com ela?

- Lógico, ele era totalmente louco e alucinado por Valentina.

Ele se senta no paralelepípedo junta a rua e começa a rir.

- Fernando, ficar com a irmã da Valentina, dúvido.

- Vocês homens sempre se protegem.

- Fernando, é diferente de Olivia. Na realidade nunca entende bem porque ele ficou e se casou com ela, porque ele nunca tinha se relacionado com mulheres como ela. Eu acredito que porque ela foi a primeira mulher dele, quando se conheceram na faculdade a maioria do rapaz já tinham transado, mas ele ainda assistia ursinhos carinhosos.

- Ainda assiste, eu também adoro. 

- Então, é uma casal perfeito um para outro. Vanessa também se aproxima e senta ao lado do esposo.

- Não é, minha querida!

- Não se preocupe com isso, amanhã seu amado vai está na consulta.

- Ele e você assistem ursinhos carinhosos? Pedro pergunta.

- Sim, temos até um roupão dos nossos personagens favoritos, mas ninguém pode saber, ele me mata. Ele assiste até na sua sala no prédio da PF.

- Hahaha, eu não acredito nisso. Pedro está morrendo de rir. 

- Por quê ninguém da família Fontes gosta da falecida, hein. Riso de Pedro some.

- Nesta época, Fernando se afastou de todos para se dedicar exclusivamente a vida deles, nem com nossos pais ele falava, virou um idiota. Fomos no casamento por obrigação, mas nenhum dos amigos dele apareceu, eu não gosto de julgar ninguém, mas aquela mulher era realmente insuportável.

- Fora a questão da criação dela, que conflitante com que vocês receberam, meu amor.

- Que bom que não a conhece. Digo

- Você não conheceu quem,  Olivia?

- A tal Valentina. Respondo no automático, quando olho era meu sogro.

- Graças a Deus, me arrepios de lembrar dessa moça.

- Vocês tem certeza que Fernando não era cego nesta época, porque todo mundo que a conheceu nessa época não gosta da Valentina, ele deveria ser cego.

- Não minha filha, isso era paixão doentia. Fernando sabia de tudo, mas ignorava para não ter conflito com ela.

- Ah, chega desse assunto vamos esquecer da Valentina. Pedro fala.

- Meu sogro, Fernando, assiste ursinhos carinhosos até hoje e agora tem companhia.

- Inclusive, pai. Compraram roupão dos personagens favoritos.

- Hahahahaha, o que tem de especial neste desenho, hein. 

- Eles são tudo, Sr. Olavo. Eu digo.

- Pode me chamar, de meu sogro.

- Meu sogro, então. Aquela música despertar algo na gente.

- Que música, minha filha?

- Da abertura do desenho, espera vou cantar.

Me levanto e começo.

“Quem é que surge de algum lugar lá no céu?
Se movimentando rapidinho como um vaga-lume
Se algum problema você encontrar
Quem é que aparece pra ajudar?
Os ursinhos carinhosos
Estão aí pra ajudar 
Os ursinhos carinhosos
Estão aí pra ajudar
Se precisar é só chamar
Não tenha medo se algo te ameaçar
Os ursinhos surgem de algum lugar
Os ursinhos carinhosos
5,4,3,2,1.”

Quando termino todos estão rindo. Até os vizinhos do lado estão batendo palmas.

- Que mico, somente eu para fazer isso no meio da rua.

Ficamos conversando sobre os outros assuntos que me distrai durante um tempo, mas depois quando estou sozinha no quarto de hóspedes. Não consigo parar de pensar neste encontro. Ele não ligou e nem visualizou as minhas mensagens. Vou dormir na força do ódio.
Me levanto, faço a higiene matinal. Me sento na cama, meu celular vibra. Olho era mensagem dele.

“ Oi, pestinha 😍😍😍

Desculpa, por não responder e nem ligar. Está em campo, então não tive como te responder. Vou estar na consulta. Beijos. Te amo muito 💘

Não sei se fico tranquila ou morro de ciúmes. Hoje é sexta-feira, Carol deveria estar no trabalho, mas ela e Carmen estão de segredo, mas não ligo. Tudo ocorre bem no café. Todos vão me acompanhar na consulta, até melhor. Paramos de frente uma casa no condomínio.

- Olha essa casa Olivia? O que você acha?

- Linda, ótima para começar uma família. Por que está me perguntando?

- Vou comprar. Quero dar de presente para meus pais.

- Ah, que beleza.

Fomos conversando sobre casamentos, até que chegamos ao consultório. A sala de espera do consultório era um mar de branco estéril, contrastando com a tempestade de emoções que se desenrolava dentro de mim. Grávida de quatro meses, meu corpo já dava sinais da nova vida que crescia dentro de mim, mas meu coração era um turbilhão de incertezas. Primeiro converso com meu ginecologista e depois fico aguardando a consulta com obstetra. Já está próximo do horário e nada do Fernando. Estou tão irritada e com ciúmes, que grito na sala de espera.

- Não sou da novela Rei do gado, mas aquele maledeto do Fontes, me paga quando estiver na minha frente. 

Quando vejo todos me olham e caem na gargalhada. Minha sogra diz.

- Calma, minha filha! Ele está chegando, hahaha.

Quando escuto meu nome.

- Olívia Lopes Brown? Me levanto e digo.

- Sou eu.

- Você está sozinha ou acompanhada? 

Antes que eu responda, todos da família Fontes se levantam e dizem como coral.

- Estamos com ela. A enfermeira se assusta.

- Não podem entrar todos, quem vai acompanhar a futura mamãe?

Continua....

ALGEMADO EM VOCÊWhere stories live. Discover now