A sombra da desesperança

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Fernando Fontes

Narrador 

Em um ato de desespero, Fernando sai em direção ao ex- local de trabalho de Olívia. A luz fraca do entardecer banhava as ruas de Brasília em tons de laranja e vermelho. Fernando, com o olhar carregado de angústia e obsessão, caminhava apressadamente em direção ao local que ele acreditava ser cativeiro. A cada passo, a imagem de Olivia, sua amada sequestrada pelo implacável Pierre Leroux, o consumia por dentro.

O restaurante, com sua fachada de bistrô francês, era uma farsa. Pierre, um chef renomado para o mundo, era na verdade um perigoso bandido que usava o local como fachada para suas atividades criminosas. Olivia, inocente e apaixonada pela culinária, havia sido traída e agora estava nas mãos do cruel sequestrador.

Fernando apertou o passo, ignorando o burburinho da cidade ao seu redor. A única coisa que importava era encontrar Olivia. Ao chegar ao restaurante, ele foi recebido por Victoria Petit, conhecida no Brasil como Verinha, arrogante que o questionou sobre sua presença.

- Onde está Pierre Leroux, Fernando disse, sua voz tensa e rouca. 

Verinha o encarou com desdém. 

- Sr. Leroux não é mais o dono desse estabelecimento. Ela retrucou. 

- Você quer que eu acredite nisso.

Fernando não tinha tempo para jogos. Empurrando Verinha de lado, ele invadiu os cômodos do restaurante Ancres, seus olhos vasculhando cada canto em busca de Olívia.

O salão principal era elegante, com mesas adornadas por toalhas brancas e lustres imponentes. Fernando ignorou a opulência do local e se dirigiu a dispensa, onde sabia que Pierre escondia algo. A porta estava entreaberta, e ele a empurrou com força, revelando um ambiente caótico e quente.

- O que é isso? ele perguntou, sua voz gélida como o inverno.

Verinha ignorou a pergunta. Fernando no meio de tantas fotos de mulheres nuas expostas em um mural, ele localiza a imagem de rosto de Olívia com escrita “ VENDIDA”, seus punhos cerrados em fúria.

- O que significa isso?

- Não sei, isso é coisa do Pierre. Verinha responde. Ele grita com ela.

- Você sabe bem o que é isso? Ele se vira para analisar, neste momento Verinha some do porão. Ela não é a prioridade dele neste momento.

Ele começa a vascular todo o porão em busca de alguma informação do paradeiro de Olívia. Seu celular tocou, era Victor. Ele atende, informa seu amigo que está no restaurante de Pierre. Ele procura em mais alguns cômodos, mas nem sinal ou pista sobre Olivia. Ele se senta em uma das mesas do lugar. Ele chora culposamente, pois se sente um fraco e impotente por não ter protegido Olivia e por Gustavo ter morrido. Seus amigos e companheiros invadem o restaurante com arma em punho, escutam o choro na escuridão, logo eles indentificam Fernando. Todos se compadece dele. Fernando fala sobre o porão. Pedro imediatamente aciona a equipe de peritos da Polícia civil. Com a chegada deles, Fernando saí do restaurante, ele é seguido por Victor e Felipe. Ele caminhou algumas quadras desorientado e sem expectativas, quando para e grita.

- Não, isso é um pesadelo. Ela está em casa. Maldito Pierre.

Ele caí de joelhos no chão. Seus amigos que o seguiram, o levantaram e o levaram de volta para a viatura, eles partem para o prédio da PF.

Dois dias depois do sequestro…

O vento frio chicoteava o rosto de Fernando enquanto ele observava a cidade se estender abaixo de seus pés. Do terraço do prédio PF desolado, o panorama urbano era um lembrete cruel da impotência que o consumia. Já se passaram dois dias desde o sequestro de Olivia, e a cada minuto que passava, a esperança se esvaía como a névoa da manhã.

As autoridades vasculharam a cidade de cima a baixo, mas não havia sinal da jovem. Fernando acompanhava cada passo da investigação com a alma dilacerada, mas nada o preparava para o silêncio ensurdecedor que reinava agora.

Com um aperto no peito, ele ergueu o telefone e discou o número que guardava com relutância. A voz rouca ele pede a presença de Pietro no prédio para interrogá- lo, mas na verdade queria tentar ajuda com seu pior inimigo, depois de algumas horas, os agentes penitenciários chegam com Pietro algemado, ele está com cabelos raspado e com semblante mais frio e cruel, ao ser deixado na sala de interrogatório, ele se aconchega na cadeira em posição superior ao de Fernando.

- Fernando, já conseguiram  encontrar Olivia? Pietro disse com um tom sinistro.

Fernando ignorou o sarcasmo e foi direto ao ponto. 

- Preciso da sua ajuda.

Um silêncio gélido se instalou. 

- Minha ajuda? Pietro finalmente respondeu, com uma pitada de ironia na voz. - Para quê?

- Olivia foi sequestrada, como você disse, preciso que me ajude a encontrá-la Fernando confessou, as palavras arranhando sua garganta.

- Agora, precisa de mim. Ele começa a rir.

Outro silêncio. Fernando podia sentir a mente de Pietro trabalhando, calculando os riscos e as recompensas.

- Por que você acha que eu vou te ajudar? Pietro finalmente perguntou.

- Porque você sabe como funciona a mente do Pierre e também disse que ama Olívia. Fernando respondeu, sua voz firme. 

- Mais um silêncio. E então, finalmente, Pietro cedeu.

- Eu não posso ajudar, ela escolheu você. Neste momento Victor invade a sala.

- Chega, Fernando. Esse maldito não vai dizer nada.

Fernando não se importou com o preço. Tudo o que ele queria era ter Olivia de volta, segura e sã, então ele se ajoelha na frente de Pietro.

- Faça o que for preciso, eu pago qualquer preço para saber  onde ela está. Ele disse com determinação..

Pietro começa a rir e debocha.

- Não, quero que você só se ajoelhe, mas implore para mim e beijei meus pés.

Ao perceber que Fernando iria fazer aquele sacrifício, Pedro entra e o levanta do chão. Ele está com rosto molhado e o tira da sala. Fernando se apoiou na parede, exausto. Uma pequena chama de esperança havia se acendido em seu coração. Apesar de ter que recorrer a Pietro, era sua única chance de encontrar Olivia. Ele tenta voltar, mas impedido. Victor permanece dentro da sala com Pietro.

- Você diz que ama, mas não realidade é maldito de psicopata, somente você importa, mas se preocupe o bem sempre vence. Desejo tudo de ruim para você. 

Ele grita para os agentes penitenciários levarem Pietro da ali. Fernando ao ver ele indo embora, se desespera, pois acreditava que Pietro iria ajudar, mas Sombrio era um homem sem coração até mesmo para mulher que dizia amar.

Fernando conta as horas e minutos para possíveis notícias da volta de sua amada.

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