Como superar a perda de amor?
Fernando Fontes escolheu o caminho mais doloroso possível, se fechando dentro de si, mas a vida sempre nos trás surpresa doces e alegres, que na vida dele chama-se Olívia Lopes uma garota fora dos seus padrões rígidos s...
Me sento novamente, estou leve. Que lugar lindo! Uma lembrança surge na minha mente.
Flashback on
Hoje é sábado, justamente data de aniversário de morte de Valentina. Tem algum tempo que Olívia mora comigo, tenho dormindo melhor com sua rotina contra insônia, mas hoje estou com aperto no peito, não tenho vontade de me levantar. Volto a dormir. Acordo com Olívia abrindo a cortina e gritando:
- Levanta, Superman, agora! O que estava fazendo até essa hora dormindo, pelo amor de Deus. São 16:00 da tarde, virou bela adormecida, meu filho. Vai tomar um banho e vem se alimentar.
- Não precisa gritar. Só resolve dormir o dia todo, hoje é... antes de concluir, ela me interrompe.
- Como diz uma das minha avó, esse livro de amor é muito chato e trágico. Vai agora para banheiro, te espero na sala. Anda logo, Superman.
- Nossa como você é chata.
- Vou separar sua roupa, vamos sair. Sem perguntar.
Demoro bastante no banho deixo a água cair na minha cabeça, depois saio do chuveiro me enrolo na toalha. Chego na cama uma calça jeans, blusa de malha branca, um cardigan cinza e um tênis branco. Me arrumo e saio do quarto e a vejo senta na banqueta da cozinha.
- Não estou com ânimo para sua maluquices, Olívia.
- Quem disse que vamos sair do prédio, vamos. Ela pega uma cesta e uma bolsa.
- Onde vamos?
- Em poucos minutos vai saber, vem logo. Carrega a bolsa.
Entramos no elevador, ela apertar o último botão do painel.
- Onde estamos indo?
- Para rooftop do seu prédio.
- Isso existe aqui?
- Meu Deus, você é realmente morador daqui.
Saímos do elevador, e subimos mais alguns degraus de escada. Ela abre a porta é um espaço de lazer extra. Tem uma vista de toda lago sul. Tem um espaço coberto, plantas e ate área gourmet. Está entardecendo, ela escolhe um canto com cama dossel e com pufs.
- Não sabia dessa área. Digo
- Lógico, você e tão obcecado por trabalho. Senta, vamos assistir um filme e comer lanches delicioso que preparei na padaria, e hoje sem dieta, tá bom.
- Detesto filmes.
- Então hoje vai aprender amar. O filme é " Dança comigo".
- Olívia, eu não... antes de concluir ela interrompe.
- Cala boca, e senta ai. Ela me empurra.
Ela senta ao meu lado, liga o meu notebook, coloca fone e mexe no programa.
- Esse notebook é meu, exclusivo para trabalho.
- Hoje será exclusivo para isso. Vai começar, coloca o fone. Vou dar pausa para lanches vou colocar aqui no meio.
Ela faz justamente isso, quando era adolescente adora assistir filmes, mas Valentina não curtia esse tipo de lazer, ela preferia esportes radicais. O filme é muito bom, divertido e leve. As vezes a rotina nos sufoca, precisamos de um frescor para sair de tudo, hoje foi isso que Olívia fez. A comida está uma delicia, salgadinhos, refrigerante e até brigadeiro. Com termino do filme, Olívia disse:
- Amo esse filme, mas principalmente a música " The book of love". Viu a cena do Richard Gere dança com sua esposa, sempre sonhei dançar com homem que eu amo. Dança comigo, Superman?
- Olívia, eu não amo você, então acho melhor não criar expectativas, não quero ser rude contigo.
- Não seja, eu quero dançar com quem eu amo, ele não precisa me amar de volta, apenas me honra de balançar corpo comigo.
Seus olhos penetram na minha alma. Meu coração acelera. Respiro fundo.
- Eu não sei dançar.
- Deixa eu te conduzir. Dança comigo, Superman! Estende a mãos para mim, não tem como negar. Me levanto, ficamos em frente a cama. Ela tira fone do ouvido e coloca a música Peter Gabriel. Ela pega meus braços, que envolve a sua cintura e coloca o seus no meu pescoço. Ela veste um vestido de botões amarelo de um pano leve, cabelos soltos com tiara de pérolas e pés descalços. Ela encosta sua cabeça no peito, ficamos balançando nossos corpos colados de um lado para outro bem suave, girando bem devagar. Ela levanta a cabeça e olha nos meus olhos é diz:
- Abra seu coração, para mim, Fernando. Deixa eu morar aqui. Ela coloca sua mãos gordinhas e fofas no peito.
- Olívia, é complicado. Não quero magoar você!
- Você não vai se me uma chance, de ser seu lar.
- Não me ame, você merece alguém completo, não ferido.
- Mas infelizmente, eu amo você. Parece que já te conhecia, antes de te conhecer aquele dia, você pode não acreditar, mas é real. Estou feliz dançando com você agora, isso basta para mim.
Ao som da música ficamos assim, balançando nossos corpos no ritmo da música. Meu coração está leve. Quando termina, vamos para apartamento.
- Boa noite, Fernando. Durma bem. Toma leite com mel. Ela me entrega garrafa térmica. Obrigada pela dança, realizou parte de um sonho. Ela abre sorriso e vai para seu quarto.
- Boa noite, Olívia. Ela dá um tchau de costa, entra no quarto. Vou para meu, coloco meu pijama e vou deitar, mas tomo leite. Me deito e coloco os braços embaixo da minha cabeça, fico me lembrando da dança e da pergunta.
- Abra seu coração, para mim!
Flashback off
Não precisou abrir, ela invadiu com seu jeito espontâneo, doce, carinhosa, mandona, teimosa, decidida e totalmente sincera ao que sente por mim. Volto para acampamento e vou direto para barraca. Me deito desconfortavelmente, mas com coração confortável com decisão de entregar por completo.
- Saudades da minha pestinha. Falo alto.
- Vai dormir, delegado Fontes. Luiz fala da barraca ao lado.
Fechos os olhos e penso nela. Dormo sorrindo.
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