Eu me rendo!

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Depois de algumas horas, saio do trabalho, vou pegar as crianças na casa da minha irmã, passamos no supermercado, deixou eles pegarem algumas besteiras para final de semana, mas meus pensamentos não saem daquela maldita página de jornal. Vamos para o apartamento. Eu preparo o jantar, enquanto as crianças assistem televisão, quando escuto barulho na porta. Ela entra vestindo calça jeans, um mocassim marrom, uma blusa branca e cabelo preso. As crianças correm para abraçá-la. Eu continuo mexendo o cozido de carne, quando ouço Pedro falar:

- Quem machucou seu rosto, tia Olívia. 

Desligo o fogo e vou em direção a eles. Ela está com curativo pequeno em cima do olho esquerdo e marca acentuada no rosto, como se estivesse levado um tapa. Me aproximo e pego no seu rosto.

- Quem fez isso com você, foi aquele seu chefe.

- Não, Fernando. Seus olhos começam a lacrimejar, meu coração doí.

- Então fala quem foi. Juju começa a chorar e Pedro também.

- Para Fernando, está assustando as crianças, depois a gente conversa. Ela vai para quarto com eles, vou atrás, mas fico do lado de fora.

- Olha, a tia Olívia teve uma discussão com a mamãe dela, por isso está machucada, mas vai passar, tá bom!

- Eu não gosto quando machucam você, Juju diz.

- Nem eu. Pedro retruca.

Ela os abraça. Eu desço pra cozinha, logo eles chegam. Nós arrumamos a mesa, quando ela chega de pijama do Ursinhos carinhosos.

- Eu amava esse desenho quando era criança. Falo para ela.

- Vou te dar um pijama do Coração Valente, de presente de aniversário. Ela fala.

- Você que gosta de usar essas coisas bregas.

- Já tenho seu presente de aniversário, ela sorri. O que temos para jantar?

- Cozido de carne. Eu amo quando tio Fe faz para gente. Juju diz.

- Então vou experimentar o tão famoso cozido.

- Sim, sim! Pedro fala.

- Vamos  jantar! Falo.

Todos comemos em silêncio, percebo Olivia triste, tentando disfarçar a sua dor. Assistimos televisão desenho animado, acabo adormecendo. Acordo com Olívia chamando, colocamos as crianças na cama.

- Boa noite, Fernando. Saindo do quarto de hóspede. 

- Você não vai me contar o que aconteceu com você? Ela entra no seu quarto, eu entro junto e fecho a porta.

-Eu não quero falar sobre isso.

- Ótimo, vou procurar o seu chefe, ele vai me esclarecer. Começo a sair do quarto, quando ela diz.

- Foi a minha mãe. Me viro e ela está chorando. Me aproximo e digo.

- Como isso aconteceu?

- Quando estávamos chegando na cidade, o meu antigo chefe pediu para comparecer na padaria para finalizar minha dispensa, então Pierre me levou. Disse que não precisava esperar, mas ele insistiu em aguardar. Quando saí do escritório, meus colegas vieram se despedir, foi então que vi minha mãe do lado de fora. Ao sair não conseguir encontrar o carro do Pierre, então caminhei alguns metros em direção aposta a dela, até que ela agarrou minha bolsa, ao me virar, ela deu um tapa no rosto, em seguida antes que pudesse me proteger, fui atinga com outro, mas dessa vez o anel corta supercílio. Neste momento  Pierre a segura, ela começou a gritar:

"Ela é uma assassina, matou meu marido e filho!"

- Ela gritava tanto que acionaram a polícia. Ela chora.

- Não chora por favor. Me aproximo e beijo sua testa. Ela me abraça. Vê-la daquele jeito faz meu coração doer.

- Eu não aguento mais essa situação. Pierre me obrigou a abrir um boletim, mas ela é minha mãe, não posso mudar isso. Quando deixamos a delegacia e vê o ódio nos olhos dela.

- Olha para mim, por favor. Ela me olha com aquelas jabuticabas e enxugo com as pontas do dedo.

- Ela não vai mais te machucar, ok.

Nossos corpos estão colados um no outro, ela me olha e eu também, uma onda frenética invade meu corpo, e não resisto. Eu puxo ela pela nuca e a beijo. A intensidade que nossos lábios se movimentam despertam sensações que eu nunca experimentei na vida, nem quando estava com Valentina. Sua língua brinca com a minha, meu peito começa pegar fogo, seguro seu pescoço com força. Quando paramos de nos beijar, encostamos testa com testa, ela diz:

- Amei, mas não quero que sinta pena de mim, mas quero que me deseje. Ela tenta sair do meus braços,mas não deixou.

- Quem diz que sinto pena.

- Ah, não. Amor que não é, você deixou claro que não se sente atraído por gordas.

- Tudo mudou quando te conhece. 

- O que realmente sente por mim? Ela pergunta.

Tiro a blusa, ela arregala os olhos. Pego sua mão e coloco no meu peito.

- Você deixa meu coração assim, sinta! Ainda acha que é pena?

Meu coração está batendo forte e minha pele parece estar com febre.

- Nada disso é pena, nunca em toda minha vida tive essas sensações no corpo, nem mesmo com Valentina, então deixa eu matar minha vontade.

Eu a beijo novamente, sinto seus lábios doce e seu cheiro de perfume amadeirado quente, que me deixa encantado e excitado. Ela me empurra e diz.

- Fernando as crianças estão aí, não vai rolar nada.

- Tem certeza.

- Absoluta. Ela sorri.

- Agora que esquentou, está com medo.

- Deixa de ser safado, as elas estão dormindo ao lado, já te falei não sou frígida, mas infelizmente rolar hoje, entendeu.

- Está bem. Dou um beijo na sua testa. Ela sorri.

Nos deitamos,  conto sobre a investigação sobre pedófila, para distraí-la , pois ela está bastante tensa em meus braços. Alguns minutos depois sinto seu corpo mais leve e vejo que adormeceu, então me levanto com cuidado e coloco o edredom sobre ela, desço para o escritório. Hoje Pedro está de plantão, ligo para ele, no terceiro toque ele me atende.

- Fala delegado. Ele diz.

- Preciso que localize uma pessoa.

- E para agora, chefe.

- Vou te enviar os dados por mensagem, Olívia não pode saber disso, ouviu Pedro.

- Sim senhor.

Envio todos os dados da mãe de Olívia, ela não vai mais machucá-la. Vou para meu quarto e me deito. Fico pensando no beijo e acabo falando alto.

- Que beijo foi esse, Fernando. Não dá mais para negar que essa peste da Olívia quebrou as correntes do passado e algemou meu coração.

 Não dá mais para negar que essa peste da Olívia quebrou as correntes do passado e algemou meu coração

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ALGEMADO EM VOCÊWhere stories live. Discover now