Ligados pelo coração

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Saio da sala, vou para o elevador. Entro no carro e vou direto para casa. Adentro no apartamento, vejo notebook e algumas pastas em cima da mesa. A cozinha está com alguns alimentos e panelas em cima da ilha de mármore.

- Olivia! Meu amor, cheguei.

Ninguém responde. Procuro no meu quarto, no escritório, na sala e por último no seu quarto, mas nada. Então, ligo para celular,mas está sobre a mesa.

- Onde ela está?

Somente um lugar que ela pode estar, no terraço. Subo, também não está aqui. Quando estou indo embora, escuto um choro bem no fundo. Resolvo ir olhar, quando chego atrás da casa de manutenção, ela está sentada no chão chorando.

- Olivia, o que está fazendo aqui, meu amor?

- Fernando, minha mãe está morrendo.

Não consigo ter alguma coisa para dizer a ela. Me sento ao seu lado. Ela encosta a cabeça nos meus ombros. Ficamos em silêncio.

- Olivia, eu não tenho noção do que você está sentindo, mas vamos para casa, hein.

Ela fica em silêncio. Ajudo a levantar, vamos para o nosso apartamento. Pergunto a ela.

- O que aconteceu, querida?

Nós sentamos  no sofá, ela não consegue parar de chorar.

- Olivia me conta o que aconteceu que você está assim, meu amor!

- A minha mãe está com câncer terminal. Hoje depois do encontro com Cássia, eu estive na clínica, passei para deixar para as crianças um pirulito de suspiro. Minha mãe acabou se lembrando de mim.

- Então, você deveria estar feliz, porque está chorando?

- Porque a médica disse que ela tem somente mais alguns dias de vida. Eu vou ser órfã. Eu não tenho mais ninguém, todos me deixaram! Porque eu não fui no lugar deles ou junto. 

- Você está louca? Como eu iria te encontrar, não diga mais isso. Você tem a mim. Eu a abraço com força, para ela entender que pode contar comigo.

Ela deita no meu colo, ficamos em silêncio. Faço carícias no seu rosto e nos seus cabelos. Adormeço no sofá. Acordo com aroma de comida. Ela colocou uma manta em mim.

- Quando eu dormir, pestinha?

- Você adormeceu rápido e profundamente, deve estar cansado.

Me levanto em direção a cozinha. Ela fez salada de macarrão com brócolis, frango assado e suco de limão siciliano. 

- Vem, está pronto.

Me aproximo dela e seguro a seu rosto e digo.

- Você está bem? 

- Não, meu coração está apertado, mas eu preciso continuar indo em frente. Obrigada, por estar ao meu lado. Ela me dá um selinho.

- Desculpa, eu não sei consolar ninguém.

Sabe, seu consolo foi estar comigo e todo o carinho que me deu, seu bobo!

Me sento no banco , me sirvo. Ela coloca pouca comida.

- Não vai comer?

- Eu vomitei um pouco, estou com a boca amargando.

- Deve ser por causa do nervosismo referente a estado de saúde da sua mãe, mas precisa comer.

- Ok, senhor rabugento.

- Olivia, quando trabalhava no restaurante do Pierre, nunca notou nada de errado no comportamento ou estranho no lugar?

ALGEMADO EM VOCÊTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon