Depois de dois, seremos quatro!

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Fernando Fontes

A tarde caía sobre o Distrito Federal quando saímos da festa de casamento, ainda vestidos com as roupas elegantes da cerimônia. O nervosismo da festa havia dado lugar a uma deliciosa sensação de leveza e euforia. Éramos marido e mulher, finalmente unidos para sempre.

O carro deslizava pelas ruas do nosso novo condomínio, levando-nos ao nosso novo lar. A casa, recém-comprada, era um símbolo da vida que estávamos começando juntos. Um ninho aconchegante onde construiremos nossos sonhos e nossa família.

Assim que chegamos, abri a porta com a chave, ansioso para mostrar a Olivia cada canto do nosso novo paraíso. A sala de estar era ampla e iluminada, conjugada com sala de jantar, com um sofá aconchegante e uma televisão enorme na parede. Ao lado, a cozinha moderna e bem equipada era perfeita para prepararmos juntos as refeições que tanto amávamos.

No andar superior, o quarto do casal era um verdadeiro refúgio romântico. A cama king size, coberta com lençóis macios, convidava-nos para um descanso merecido. As paredes eram revestidas de madeira e, criando um ambiente relaxante e aconchegante. Um abajur de luz lançava um brilho cálido sobre o ambiente. O banheiro era simples, mas com uma banheira para nossos momentos juntos, mas a grande surpresa estava prevista para o quarto das crianças. Ela não acredita que são dos Ursinhos carinhosos. As pelúcias grandes dos personagens e dois berços prontos para serem usados pelos nossos bebês. Ela se emociona, mas Olivia é a pessoa mais hilária que já conheci na minha vida.

- Fernando, você é rico? Ela me faz essa pergunta, enxugando as lágrimas.

Hahahaha, não. Eu vende o apartamento, meu carro, minha moto que estava na casa dos meus pais. Tinha valores investidos desse dos meus 16 anos, quando trabalhei de menor aprendiz. Nunca mexe, mas ainda tenho prestações dessa casa para pagar.

- Então, vou ajudá-lo com as prestações.

- Tudo bem, você gostou da surpresa. Que a senhora quase impede de terminar. Nos sentamos no sofá do quarto dos gêmeos.

- Eu? Porque está afirmando isso, hein?

- Seu ciúmes. Eu fazendo a mudança e organizando tudo, a senhora achando que eu estava enganando você. Victor me aconselhou a deixar tudo com eles, para ficar com a grávida enciumada.

- Estava mesmo, na realidade estava me enganando mesmo.

- Eu te amo, Olívia Lopes Fontes. Saímos do quarto.

Olivia estava encantada com cada cômodo da casa. Seus olhos brilhavam de alegria enquanto explorava cada canto, fazendo planos para a nossa vida juntos. Eu a observava com admiração, sentindo meu coração transbordar de amor.

Finalmente, chegamos ao nosso quarto. A luz suave do entardecer pelas janelas, criando uma atmosfera mágica. Sem hesitar, puxei Olivia para um abraço apaixonado. Seus lábios macios se uniram aos meus em um beijo ardente, cheio de desejo e amor. A viro de costa e abro seu vestido, para minha surpresa, olho para sua calcinha e caio na gargalhada.

- Qual é a graça, Fernando?

- Essa calcinha não combina com vestido, calçola de algodão com estampa enorme de coração neste bumbum grande.

-Você sabe que uso essas calcinhas em casa, não tive tempo de trocar, sua irmãs não me avisaram que era meu casamento, então entre desconforto e o conforto, prefere permanece com ela, não gostou, problema é seu!

Ela sai em direção ao guarda roupa, mas a pressiono na parede.

- Quem disse que não gosto? Aperto seu bumbum vantajoso. Beijo com intensidade seus lábios.

Ela tira meu casaco, minhas roupas foram caindo pelo chão, estamos nus e vulneráveis. Os corpos se entrelaçam, as mãos exploravam cada centímetro da pele um do outro. Gemidos de prazer escapavam de nossos lábios enquanto nos entregamos à paixão que nos consumia. A cada movimento e toque meu corpo entra êxtase, como Olívia consegue me fazer ter essas sensações.

Naquela tarde de amor, celebramos a nossa união de corpo e alma. A casa nova era apenas o cenário para o início de uma linda história que construiremos juntos, dia após dia, com amor, cumplicidade e paixão. Estamos deitados, até que ela resolve interromper nossa início de noite.

- Fernando, como era fazer amor com a Valentina.

- Santo Deus, Olívia na nossa lua de mel, você com esse assunto ainda. Fico irritado.

- Sempre quis te perguntar, mas não tinha coragem, por favor é uma conversa normal, hein.

- Eu não fazia amor com ela, ela gostava de ser fudida.

- Meu Deus, Fernando não precisa me responder assim.

- Olívia senta aqui. Nos sentamos na cama. Eu vou falar tudo agora, não quero mais ter que tocar nesse assunto, ok?

- Ok, mas não precisa ser grosseiro.

- Faz alguns meses que estou frequentando a terapia como você sabe. Minha terapeuta tem me feito refletir sobre a minha relação com Valentina. Ela odiava usar o termo "fazendo amo", ela adorava ser "fudida" com força, adorava ser chamada de palavras que não tenho coragem de repetir. Tive dificuldade para fazer o que ela gostava na cama, depois de um tempo, peguei esse hábito nojento dela. Então nós praticavamos diariamente, então pouco antes de falecer, estava passando por um momento difícil. Eu me afastei da minha família, dos meus amigos e somente vivi para ela, que não era uma pessoa afetuosa. Ela tinha uma rotina rígida com alimentação, trabalho e nosso casamento. Foi quando comecei a desenvolver um quadro de disfunção erétil causado por ansiedade, principalmente para satisfazê-la no ato sexual. Valentina tinha relação estranha com sexo, mas nunca questionei porque eu achava que a amava. Então quando Pietro entregou as gravações do celular do pai dela que ele tinha grampeado, ouve todos os áudios e descobre algo que não sabia.

- O que descobriu? Ela arregala os olhos.

- Ela era compulsiva sexual. Neste áudio seu pai fala que vou acabar descobrindo que ela me trai. Tinha transado com alguns polícias da nossa delegacia, com alguns bandidos, com alguns amigos dela e meus, com vizinho, com porteiro ...a lista é grande. Carmen descobriu algumas traições envolvendo um promotor e um juíz da sua comarca, ela tentou me contar,mas eu estava cego que briguei com ela. Neste áudio ela disse que eu não era homem para ela, que não estava conseguindo manter meu pênis ereto. Então estava decidida a se separar. Ela transou com Diogo Alves e com Pietro pouco antes de assassina-lá. Eu era o maior corno. Minha família ouvia tudo, tentava me alertar, mas estava doente de paixão. Nesta mesma gravação, ela disse que nunca me amou, que gosta de mim, mas que se casou pelo interesse na herança da família da minha mãe, mal ela sabia que D. Valéria não quis a parte dela, pois eles nunca aceitaram ela se casar com um policial militar, meus avós maternos são bancários,minha mãe foi a única que não se formou em economia e ainda casou com pobre PM. Eles nunca aceitaram a gente e meu pai. Por isso somos unidos em tudo, pois minha mãe ensinou a valorizar união e não posição social, mas Valentina era o oposto disso. Na terapia me fez ver o quanto estava doente e em que vivia uma relação tóxica.

- Eu sinto muito, descobrir isso deve ser difícil.

-Você me ajudou, sabia?

- Como ajudei você.

- Quando disse que o passado era lugar de visitação e não de permanência, poucos dias depois dessa fala iniciei a terapia.

- Que bom, que ajudei você com alguma coisa, porque você fez mais por mim. Desculpa insistir em falar da Valentina.

- Eu amo você, descobrir esse sentimento novo para mim me ajudou a ser diferente e a resgatar quem eu era. Eu valorizo nossa relação, tem sete meses que a conheço, tudo que estou vivendo é novidade para mim. Então, por favor deixe ela no passado e vamos viver nosso futuro.

- Tudo bem, meu Superman. Eu te amo.

- Eu amo mais, pestinha.

Somos para a cozinha. Ritinha caprichou na compra da dispensa. Resolvemos tomar sorvete. Estou com coração radiante e grato de ter oportunidade de conhecer a mulher que mudou a minha vida.

ALGEMADO EM VOCÊWhere stories live. Discover now