65 | Xeque-mate.

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AVISO: tendo este capítulo como o Penúltimo da obra e com o núcleo do enredo atingindo os pontos finais da história (encerramento do plot), será dividido em um arco de três partes, postados em diferentes períodos (sem previsão para a publicação das outras duas partes, pois ainda está sendo escrita). Além disso, este capítulo foi praticamente inteiramente escrito pela narração em terceira pessoa objetiva, tendo o evento principal (conflito) como foco, e não a mente dos personagens. Momentos específicos serão exceções, onde a narração cederá espaço para vocês se aprofundarem na mente dos personagens por vezes. No entanto, o foco principal é a ação, não a reflexão, como o usual dos capítulos que estamos acostumados. Em suma, é necessário que prestem muita atenção para que possam compreender a reviravolta final.

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Estou acordando em cinzas e pó
Limpo minha testa e transpiro minha ferrugem
Estou respirando as substâncias químicas
Estou invadindo e tomando forma
E então conferindo o ônibus da prisão
É isso, o apocalipse, ooh
Estou acordando
Eu sinto isso em meus ossos
O suficiente para fazer meu sistema explodir
Bem-vindo à nova era.
Radioactive - Imagine Dragons.

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CAPÍTULO 65:
Xeque-mate
PARTE 1

     1 Mês e Meio Atrás

     
      O corpo cheirava um enfermo azedo; suor misturado à sangue e demais secreções corporais, tingido por sombras de sujeira e marcas das feridas infeccionadas.

O soldado passou a mão pela cabeça raspada da vítima, empurrando e balançando-a para um lado e outro como um ato de chacota.

Margot circulou em volta do próprio corpo, os braços cruzados ao ordenar, com intonação gélida:
— Mais uma vez.

O estalo só não ecoou tão alto quanto o grito exausto da mulher, que de joelhos se esgotou, desabando no chão; a poça de sangue crescia em sua volta à medida que as costas drenavam sua vida dos inúmeros cortes causados pelo chicote.

Cassandra, um dia, foi uma linda mulher. Ao menos por fora, era realmente encantadora. Fascinante.

Agora, no entanto, ninguém seria capaz de acreditar que aquela morta-viva era a mesma loira de beleza estonteante um dia tão confiante de si mesma. Um dia, A Opressora.

Agora, faziam 22 dias que finalmente estava sendo A Oprimida.

— Não chore, princesa — A curva de um sorriso moldou o bom humor na expressão de Margot, que em passos lentos, aproximou-se da mulher humilhada. — Não quer que ofereçamos uma dose maior de disciplina, quer?

Cassandra, em sua mais terrível desgraça escondida no corpo curvado em posição fetal, soluçou. Não era sentimental: era odioso. Profano e amargo.

Foi como o sussurro de uma alma condenada que conseguiu declarar:
— Vocês tentarão lutar... T-entarão impedir, mas falharão. A data… Está marcada.

Margot arqueou a sobrancelha.
— Que data, bichinho maluco?

Ela era mesmo igual aos seus passarinhos. Mesmo comportamento. Mesma relutância estúpida.

A mulher sufocou um riso.
— Para a queda final do rei.

A Opressora ergueu o queixo, fazendo biquinho.
— O seu rei? É claro que sim. Estou ciente. Os dias estão contados, mal posso esperar!

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 30 ⏰

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