Birthday Chaos - PT 2.

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   CAPÍTULO 55 - PARTE 2

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      Eu estava penteando meus cabelos em frente ao espelho quando ele apareceu por trás, apoiou os braços na pia de cada lado do meu corpo e o queixo em meu ombro direito. Ainda estava de toalha em volta da cintura, e não poderia parecer mais lindo.

A realização me atingiu como um choque, deixando-me momentaneamente sem fôlego. Ó, meu, Deus. Este homem é meu.

M.e.u.

Ridiculamente inacreditável. Quero dizer, eu jamais cogitei esta realidade, nunca consegui pôr tanta fé nela, e por esse motivo tive tanto medo. Digo... Hacker? Hacker, Margot? Justo ele?

Sim. E olha onde estou agora.

Acho que meu cérebro deu um gritinho agudo entusiasmado agora ou algo assim.

Minha família adoraria a surpresinha de Natal.

Sua atenção se manteve sobre meu rosto, concentrado em minha ação não demorada com a escova. Mas não durou muito. Fora menos de 1 minuto para descer os olhos, concentrar-se em meus peitos e esticar a coluna, retomando seu tamanho intimidante. O torso permaneceu contra minhas costas quando ergueu uma mão, levou-a até o nó de minha toalha e o soltou com calma, retirando-a de meu corpo logo após para expor minha completa nudez.

Minha respiração falhou, e tentei me concentrar onde devia. Olhos, olhos, olhos, meus olhos. Olhe para eles. É o que importa, meu rosto. Bonito. Ainda bonito.

Mas não era para ele que Hacker olhava, e a sensação nauseante não me agradava. Especialmente quando suas mãos repentinamente estavam no topo de minhas costelas, acariciando as laterais de meus peitos fartos.

Trinquei os dentes com toda força quando o toque raspou a marca de dentes que ali finalmente se cicatrizou, após ser um terrível hamatona de todas as cores por muito tempo. Eu ainda sentia, por mais curado que poderia estar. E foi exatamente o que aquele sádico lunático quis deixar em mim, a dor que não não seria capaz de me abandonar por um longo tempo.

Torci para que ele tomasse outra direção, mas foi exatamente para lá que seus dedos tomaram atenção. Estremeci quando acariciou o formato da mordida, traçando um caminho até as queimaduras em toda minha costela. Subitamente todas as outras marcas queimaram, levando-me ao desespero de necessitar coça-las até aliviar sua ardência, mesmo que para isto precisasse arrancar um pouco de sangue.

— Dói? — ele quis saber, falando em tom tão suave quanto a melodia de um violino.

Respirei.

— Coça. As vezes arde. — engoli o nó na garganta, olhei para seus olhos já fixos aos meus. — Mas sei que a sensação não é realmente física. Ao menos a pele já está curada.

Ele não retirou os dedos de lá, continuou seguindo um caminho por aquela horrível em meu quadril, e fui incapaz de controlar o estremecimento quando o dedo percorreu toda aspereza irregular em minhas costas. Acho que me restou muito pouco de pele limpa nesta região, marcaram-me vezes demais para eu sequer conseguir me lembrar. Perdi as contas das chibatadas quando cogitei ter sido a trigésima vez, e ali foi suficiente para me fazer perder o raciocínio. Lembro-me de acordar imobilizada pela minha própria dor numa piscina de sangue, e não pertencia a ninguém mais além de mim.

— Sabe qual a verdade sobre a dor? — ele perguntou, analisando uma por uma de minhas cicatrizes.

Uma grande variação de feridas físicas e emocionais. Mas não respondi, pois soube que continuaria ao me olhar nos fundo dos olhos pelo reflexo.

MISSÃO IMPOSSÍVELOnde as histórias ganham vida. Descobre agora