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MARGOT

Continuamos andando pela rua até chegar na praça central de Milão, onde está a catedral e outros lugares conhecidos.
Nos aproximamos do local, que por sinal é enorme e demora bastante até chegarmos perto da grande estátua no meio da praça, de um homem em cima de um cavalo, e também consigo ver o quão gigante é a catedral, imensa.

- Meu pai tinha uma foto aqui, bem ao lado dessa estátua. - Digo parando por alguns segundos para observar o local e dou um sorriso fraco fraco me lembrando de algumas coisas. - Quando eu era pequena, ele gostava de me contar sobre todas as aventuras que ele viveu em viagens que ele já fez, eram histórias bem peculiares, e eu acreditava, porque realmente eram reais, porém eu não sabia que se tratava de coisas que aconteceu no verdadeiro trabalho dele, ele me contava justamente porque eu era pequena demais pra entender e quando crescesse, acharia que eram apenas histórias que ele inventava para mim, porque toda criança adoraria ter um pai aventureiro. Eu tenho o álbum de fotos de viagem dele até hoje, junto com alguns livros que ele também lia pra mim, e eu também leio até hoje.

- Por que tá me contando isso? - Hacker pergunta me olhando de forma estranha e fico alguns segundos em silêncio.

- Por que você é o mais perto de um amigo que eu tô tendo aqui. Camilla, Lee e Maddy não estão aqui e Cadence e Joseph são desconhecidos. - Dou de ombros.

- Toma cuidado ao contar sobre sua vida pessoal. - Hacker diz desviando o olhar.

- Tem algum problema em contar isso pra você? Não foi nada muito pessoal, do tipo que revelaria algo grandioso que poderia ser usado contra mim. - Dou de ombros.

- Problema em contar isso não tem, só não vai muito além. Não é muito inteligente contar sobre seu passado pra mim, também sou um desconhecido. - Dá de ombros.

- Te conheço a mais de dois meses Vincent.

- Existem dois "conhecer". Você conhece o que eu deixo que as pessoas conhecem, ou seja, o três por cento sobre mim. Mas você não sabe nada sobre minha vida pessoal, sobre por onde eu ando, com quem eu falo, se eu tenho outro trabalho, do que eu gosto ou não gosto, de onde venho, pra onde vou, e etc. Automaticamente sou um desconhecido.

- É... Você tem razão. Ninguém me garante de que você não é um espião infiltrado.

- Eu posso ser, como você também pode ser. Por isso não podemos, nunca, confiar em ninguém. Nem naqueles que você chama de "melhor amigo".

- Você não tem amigos não é? Amigos de verdade.

- Não, não tenho.

- Acha que ter amigos e pessoas importantes em sua vida te faz alguém vulnerável? Eu estava pensando nisso ultimamente.

- Sempre quando preciso algo de alguém, algo que ela não pode falar ou me dar, basta apenas eu ameaçar alguém importante, mexendo em sua fraqueza, ele vai querer colocar sua vida em risco pra proteger essa pessoa, e aí está, eu consegui o que eu queria. Então sim, ter pessoas importantes em sua vida te faz extremamente vulnerável. E é exatamente por isso que ninguém nunca consegue tirar nada de mim. Eu diria que quanto mais sozinho, mais invencível você é, pois nada te faz cair, além de você mesmo.

- Profundo. - Digo ficando alguns segundos em silêncio. - Você já teve namorada ou esposa? Geralmente essas são as maiores fraquezas. Não precisa responder se não quiser.

- Essa "parte" do meu cérebro não funciona Margot. - Diz me fazendo olhar pra ele que está sério olhando para frente. - Não, não tive.

- Sinto muito. - Digo desviando o olhar. Não sei se isso seria algo "triste" para ele, mas é minha melhor resposta.

MISSÃO IMPOSSÍVELOnde as histórias ganham vida. Descobre agora