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15 de abril de 2014, as 18 horas.
eu ainda lembro exatamente do dia em que eu estava fazendo algumas pesquisas para um trabalho de escola e recebi fotos em meu notebook dos meus pais ensanguentados num chão.

ainda lembro da sensação que tive ao ver minha mãe, a mulher que sempre fez de tudo por mim e me ensinou a me tornar a pessoa em que eu sou hoje, com um tiro no meio da testa.
e meu pai, o homem que sempre esteve comigo me ensinando a crescer, com uma faca fincada na costela.

somente eu sei o quanto difícil foi para mim receber essa notícia que acabou com meu mundo, em forma de fotos. eu nem ao menos pude enterra-los, não sei quem enviou essas fotos, não sei oque aconteceu com os corpos deles, não sei oque fizeram com eles ou oque houve para que aquilo tivesse acontecido.
eles nunca fizeram nada para ninguém, nunca se envolveram com pessoas perigosas ou cometeram algum crime.
eram somente um casal normal, com uma família normal, amigos normais, e uma filha de 12 anos que ainda precisava deles para viver e não tinha psicológico para passar por isso tão jovem.
eles eram meu mundo e eu perdi eles, e até hoje, com 20 anos, ainda não consegui descobrir oque aconteceu e quem foi o culpado pela maior perda que eu tive em minha vida, a maior dor que eu senti em minha vida.

depois de 3 anos de investigação a polícia encerrou o caso, sem nem descobrir quem foi o culpado. eu nunca me conformei com isso, não podia deixar o assassino se safar dessa maneira, não podia ficar sem saber oque e porque aquilo aconteceu.
com 15 anos eu decidi ir atrás da verdade sozinha, comecei a investigar o caso com minhas próprias mãos, ir atrás de pistas, tentar ligar os pontos, tentar procurar qualquer pessoa que poderia estar envolvida nesse caso, passei 5 anos tentando e nada, não obtive nada.
parecia que tudo fazia menos sentindo e cada vez mais ficava mais difícil, quase como uma missão impossível.
então eu desisti.

fazem somente 5 meses que eu desisti de tentar investigar. me sinto culpada, incapaz de fazer algo, uma verdadeira imprestável.
minha avó tenta me conformar de que isso não é minha culpa, mas eu não posso evitar de me sentir assim. sinto como se isso fosse um dever meu que eu deveria cumprir, eu deveria chegar até o final por eles.
eles mereciam isso.

Fico voando em meus pensamentos que se tornaram frequentes e nem percebo quando começa a cair gotas de chuva em minha cabeça.
Corro para atravessar a rua e apresso meus passos para chegar na cafeteria que eu costumo vir todos os dias nesse horário da tarde.

abro a porta e adentro o local, um cheiro delicioso sobe em minhas narinas e eu abro um sorriso ao ver a senhorinha que sempre me recebe muito bem todos os dias que eu venho aqui, já criamos até uma certa amizade.

- Margot querida! seu cappuccino já estava te esperando! - ela diz colocando o cappuccino em cima do balcão e eu dou um sorriso o pegando e me afasto para sentar numa mesa perto da janela.

retiro meu casaco e o coloco encima da mesa, começo a tomar o cappuccino enquanto observo a chuva ficando mais forte pela janela fazendo os vidros ficarem embaçados. agora é uma época de frio aqui na Inglaterra, depois de 9 anos morando aqui me acostumei ao frio, mas ainda prefiro o clima tropical dos Estados Unidos.

- Margot Ross, certo? - Me assusto com uma voz feminina e vejo uma garota se sentando em minha frente.

ela veste um casaco de couro marrom e botas de cano alto, um cachecol preto em seu pescoço e um óculos branco no estilo dos anos 90. seu cabelo é curto e loiro e tenho certeza de que é uma peruca.
franzo o cenho percebendo que ela está disfarçada, e estranho ainda mais por saber meu nome.

- como sabe meu nome e porque pergunta? - digo friamente e ela sorri tirando seus óculos

- sou Madelyn Crum, mas pode me chamar de Maddy. - diz estedendo sua mão para me cumprimentar mas apenas dou um gole do meu cappuccino ignorando seu gesto. - então... eu sou uma Agente da Intelligence and special operations Agency, ou ISOA, e estou aqui porque recebi ordens para te entregar algo. - diz me fazendo franzir o cenho

MISSÃO IMPOSSÍVELOnde as histórias ganham vida. Descobre agora