58 | Birds Cage.

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CAPÍTULO 58:
  Gaiola de Pássaros  

Você acha que sou louca,
Você acha que não tenho mais jeito

E daí se sou louca? As melhores pessoas são

E eu acho que você é louco também,
Eu sei que você não tem mais jeito

Provavelmente essa é a razão
pela qual nós nos damos bem

Sou doida, querido, sou maluca
A amiga mais louca que você já teve

Você acha que sou psicopata,
Você acha que não tenho mais jeito

Diga ao psiquiatra que algo está errado

Pirada, completamente insana

Você gosta mais de mim quando enlouqueço

Te digo um segredo, não estou alarmada

E daí se sou louca? as melhores pessoas são.

Onde está minha prescrição?

Doutor, doutor, por favor ouça
Meu cérebro está disperso

Você pode ser Alice
Eu serei o Chapeleiro Maluco.

Mad Hatter - Melanie Martinez.

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ATENÇÃO ⚠️
Este capítulo contém conteúdo sensível extremamente explícito, em alto nível de violência perturbadora e doentia. Se você leitor não se sente apto para esse tipo de leitura, recomendo que não leia.

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MARGOT

Estima-se que 97% da população feminina já foram vítimas de algum tipo de violação sexual.

Homens, em sua ironia, dificilmente conhecem abusadores, mas nós todas conhecemos uma mulher que um dia já fora abusada.

Mais dificilmente ainda, podemos dizer que nunca passamos por isso. Algum dia, mesmo que não nos lembramos, alguém já rompeu limites que não consetimos, seja num olhar, num toque invasivo ou elogio indesejado. Acontece desde que somos garotinhas.

E garotos. Muitos deles. Apesar de pouco ouvimos falar e a sociedade ditar como "um caso diferente".

A verdade, é que não há diferença. Pergunte à uma vítima do sexo masculino se é fácil decidir que a violação não o afetou, e então descobrirá que somos todos humanos, e necessitamos do respeito mútuo quanto ao direito sobre nosso corpo e espírito.

Mas o que acontece, é que é difícil para aceitarem o fato. Somos educados sobre mulheres e meninas que sofrem estupros, agressões, e são assassinadas todos os dias, somos cientes do quão ruim e terrível é sua situação, os garotos são conscientizados sobre a tamanha crueldade de tal crime, e como homens, também são ensinados a acreditar que o que constrói o trauma é a dor. Ou seja, "admita, foi prazeroso para você também, não invente reclamações".
Sim, o que constrói o trauma é a dor, de fato. Mas há um erro de interpretação nisto.

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