48.

288K 14.3K 125K
                                    

Antes de lerem, sugiro que vejam esse vídeo porque a tradução dessa música vai ser de EXTREMA importância em um momento do capítulo.

_____________________________________

MARGOT

       A noite parecia tão deslumbrante quanto aquele dia na Itália.

Exceto pelo local. A Ópera Garnier era incondicionalmente maior e mais fascinante que a mansão dos Vacchiano's. O evento da noite também; pelo menos em Paris, um espetáculo teatral parecia mais atraente que um baile de máscaras.

Além de que, era o local perfeito para encurralarmos um criminoso, não?

Pelo menos isto era o que Dominique Leroy pensava. Ao anoitecer daquele dia, fomos advertidos com a informação de que ele estaria na Casa de Ópera mais famosa de Paris. O detalhe de que Maxwel Craig estaria com ele não foi dado, porque não era uma certeza, mas também não era uma hipótese para ser descartada. Então por fim, em vinte minutos com o grupo reunido num quarto grande, conseguimos obter cartas suficientes na manga para entrar de cabeça naquela operação.

Meu vestido branco deslizou pelo chão quando saí elegantemente do carro, e fui recebida com um beijo da brisa gelada em meu ombro desnudo. O tomara-que-caia apertado em meus peitos os avantajava de um modo quase exagerado, mas me condenei por não optar por algo mais coberto para uma noite nada quente. Ao contrário desse desejo, minha perna direita também estava exposta ao vento por conta da enorme fenda que quase arriscava se estender até meu quadril, bem onde onde o aperto do tecido que delineava minhas curvas terminava e a calda soltinha começava. Nada da minha coxa e panturrilha reluzente ficava encoberto àquelas luzes fortes.

Estava frio, e se não estivéssemos entrado na casa de Ópera assim que chegamos, acho que poderíamos nos congelar do lado de fora. Mas a atmosfera morna e confortável nos circundou quando estávamos no interior do local, as luvas brancas que cobriam meus antebraços até os cotovelos já não pareciam mais minha única peça minimamente protetora do frio. Se tornaram uma segunda pele quase desconfortável, na verdade.

Mas eu estava bem elegante, assim como o resto das garotas, e dos garotos também, eu presumi. Estávamos bem familiarizados com todas aquelas pessoas presentes na Ópera. Certamente Leroy, ou até mesmo Craig, não nos enxergaria como presenças suspeitas.

— Estamos todos aqui? — perguntei a Maddy ao meu lado, enquanto caminhávamos em direção às escadas.

Sim, eu estava com todos ali. Todos exceto Hacker, Logan e Jane. Os dois últimos presumi que já estivessem chegado, assim como Hacker, porém não o vi desde que se encostou do lado de fora da porta do banheiro do nosso quarto enquanto eu me maquiava, e falou que já estava saindo, pois havia coisas para agilizar e resolver. Apenas respondi um simples "tudo bem" sem tirar a atenção da camada fina de sombra dourada em minhas pálpebras. Vim com Camilla, Maddy, Lee e Jordan no carro deles, já que Hacker levara nosso carro.

Aquele dia não fora tão interessante quanto o anterior, mas por incrível que pareça, também não havia reclamações a se fazer. Acordei quase ao meio dia com o som do chuveiro ligado, sorrindo igual idiota quando me vi nua debaixo das cobertas e me lembrei de cada momento da noite passada. Não me dei o trabalho de levantar até que toda a preguiça tivesse se dissipado, Hacker saiu do banheiro já comentando algo sobre minha cara estar amassada como a de alguém que foi pisoteada por bois. Resmunguei um xingamento e falei que aquilo era por parte sua culpa enquanto ia até o banheiro sem me preocupar de esconder a nudez, vi um esboço de sorriso canalha em seu rosto, e até me apressei em entrar, mas não consegui fugir do tapa ardente em minha bunda antes de gritar um palavrão e bater a porta em sua cara.

MISSÃO IMPOSSÍVELOnde as histórias ganham vida. Descobre agora