63 | Until Death Do Us Part.

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CAPÍTULO 63:
"Até que a morte nos separe."

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MARGOT


     Em minha perspectiva sobre as coisas, quando soube que me casaria com Kasteel unicamente por interesse de Valac Krüger, imediatamente acreditei que aconteceria uma breve e insensível assinatura de papéis e troca de alianças, e Tcharam, sou uma propriedade sua.

Descobri que ele é do tipo bastante interessado em espetáculos, realmente disposto a organizar grandes shows com direito à presença de todos seus maiores aliados. Um deles era O Torneio, que Felix contou-me ser sua invenção psicopata aspirante a Jogos Vorazes onde quem brincava de Katniss Everdeen era seu filho doente mental e queimador de crianças inocentes. Então é óbvio que estava preparando uma cerimônia de verdade.

Que, no caso, aconteceria amanhã de manhã.

Eu não poderia estar mais radiante de felicidade, como qualquer outra noiva um dia antes de seu esperado e sonhado casamento.
Ha.
Ha.
Ha.
Tão feliz quanto certamente Katniss se sentiu no momento em que se postou em frente a multidão e se ofereceu como tributo.

Eu seria um tributo vestido de noiva.

Na sala de spa, deram-me o direito de uma noite digna de pré-casamento, porque Maylin estava certa, Valac se esforçava mesmo em me agradar. O luxuoso lugar era lindo, quase inteiramente adornado em ouro, iluminação baixa e melodias calmantes, com uma deslumbrante vista noturna brilhante de Dubai logo ao lado de minha cama de massagem. E como se não bastasse estar exclusivo a mim, A Noiva, inúmeras massagistas e cuidadoras vestidas com seus lindos Hijabs impecáveis faziam-me companhia para amenizar minhas tensões musculares e emocionais, e preparar-me para o dia em que eu mais devia estar impecável na beleza.

Confesso que não fui estúpida de perder a oportunidade de aproveitar o luxo. Eles tinham os melhores vinhos e queijos que já provei, então, sem julgamentos por aqui. Aqui, não se tem o costume de consumir álcool, faz parte de sua doutrina religiosa. No entanto, Valac trouxe consigo tudo o que é sinônimo de pecado, logo não é como se ele fosse proibir bebidas para seus hóspedes. Especialmente o vinho, que numa coincidência nada especial, descobri ser a bebida favorita de nós dois.

Então talvez eu estivesse levemente alterada, com minha garrafa de Romanée-Conti na mesa ao lado, um bom livro na mão direita, e minha deliciosa tábua de queijos ao lado esquerdo. Ah, e é claro, as melhores mãos massagistas que já experimentei nas panturrilhas.
Não era de todo ruim estar em cárcere privado em Dubai, afinal.

Eu poderia aproveitar os pequenos prazeres que estavam dispostos a me proporcionarem antes do pesadelo começar.

Mordiscando o último pedaço do queijo que eu segurava, tomei outro gole do vinho, saboreando a mistura doce e salgada da combinação. Quando a mão da massagista atingiu um ponto de tensão em minhas costas que ocasionou em um prazeroso arrepio de alívio, foi impossível não gemer, de olhos fechados:
— Hmmm, isso é melhor que qualquer orgasmo que já tive.

— Certas coisas machucam de serem ouvidas.

A onda de prazer se encolheu com birra e desgosto.
E lá se foi todo meu bom humor.

Não olhei, apesar da súbita seriedade em minha expressão conforme mantinha a atenção sobre o livro, mesmo que agora desfocado. Hacker, Kasteel, havia entrado tão silenciosamente no spa que passei a notar sua presença somente quando sua figura periférica se aproximou.

MISSÃO IMPOSSÍVELOnde as histórias ganham vida. Descobre agora