Capítulo 76 - Alívio

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— Alteza! — Argos baixou o olhar e, por muito pouco, foi capaz de captar a expressão de aflição no rosto de Maxine. Levantou-se com a ajuda da garota, que parecia evitar qualquer contato visual com o príncipe.

— Argos! No final, conseguimos um caminho que nos levasse até Maxine e mais! — Gauargi sorria e apontava para Maxine e para o príncipe.

— Estou realmente impressionado. Acho que precisamos de algumas respostas para poder entender o que se passa. — disse o velho patrulheiro, curioso.

— Acredito que algum tempo de descanso seja necessário antes de entrar em uma reunião que durará um longo tempo. — interrompeu o príncipe. — Estivemos buscando Balmora durante dias com descansos curtos, e ainda que minha ferida tenha sido tratada, estou dolorido e exausto. Tanto eu quanto Maxine precisamos de alguns momentos de descanso. Assim, podemos nos encontrar mais tarde, logo que o sol se pôr.

— Como quiser, alteza. — respondeu Argos, educadamente.

Puseram-se a andar para fora da caverna.

— Vou até uma estalagem. Preciso de um banho quente e um pouco de silêncio. — sussurrou Maxine para Argos e se afastou rapidamente do grupo, pegando uma estrada estreita que levava direto ao centro da cidade, sem dar tempo para seu tio retrucar.

Tristan a observou partir quase correndo.

— Acho que você deveria ir até o regente da cidade...

— Mais tarde. — Tristan interrompeu Gauargi. — Agora eu preciso de um pouco de descanso. Preciso dormir em um local que não seja pedra ou esteja coberto por neve.

— Certo. Vamos até uma estalagem para que você possa ter uma refeição e um banho quente. — Gauargi já guiava o amigo por outro caminho, diferente do tomado por Maxine.

— Vou avisar que Vossa Alteza está aqui, em Balmora, para os outros e também que logo se reunirá conosco. Vamos aguardá-lo na tenda de comando. — Argos fez uma reverência e se retirou quando o príncipe acenou. Yurgan seguiu o patrulheiro logo após realizar uma reverência.

— O que fazia com Maxine? — perguntou Gauargi, não conseguindo conter sua curiosidade.

— Achei que perguntaria, primeiramente, como havia sido a busca pelo rumor. — respondeu Tristan, enquanto caminhavam lentamente, observando as construções de cor clara de Balmora e as pessoas nas ruas que se vestiam com roupas grossas, especialmente peles de animais.

— Sendo bem sincero, nem passou por minha mente. Ultimamente, ela anda ocupada com outros assuntos. Em verdade, um dos pensamentos que me incomoda é em relação a Maxine. — Gauargi esperou que Tristan o olhasse antes de continuar. — Ruiva, sardas, idade aproximada, olhos incríveis, muito bela...

— Muito bela? — Tristan franziu o cenho e perguntou com curiosidade.

— Eu tenho olhos, bom amigo. Você esteve a um palmo da moça quando caíram e não pode notar a beleza dela?

— Agora é minha vez de ser sincero. Estive andando há alguns dias com a garota, e a ideia me passou vagamente pela mente em um ou outro momento. No entanto, ela é muito arisca e até pode ser perigosa. É fácil notar que lhe falta o porte nobre. Dificilmente seria Alynor.

— Acho que você deveria observá-la um pouco mais. — sugeriu Gauargi e abriu a porta da primeira taverna decente para que Tristan entrasse.

O lugar era agradável, sem ser opulento. Mesas redondas de madeira escura estavam espalhadas pelo amplo salão, e o balcão estava ao fundo, como era de costume, com várias prateleiras repletas de jarros de servir, canecas e garrafas de bebidas. O príncipe pediu por um quarto e um banho quente. Fez uma refeição decente que lhe alegrou e bebeu uma bela caneca de cerveja.

A Chama de UrunirTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon