Capítulo 28 - Prados e Campinas

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Quinto a Sétimo mês, 2.999

A paisagem da Pradaria era belíssima. Essa era uma das muitas vantagens de ser esposa de um dos queridos netos de Toril Akhal, o rei da Padraria dos Cascos: poder desfrutar da maravilhosa acolhida nas terras verdes. Ionna, sentava em uma larga cadeira de vime com um bordado quase completo em mãos, estava a observar a paisagem ao longe, via seu belo esposo, Theodor, discutindo com um dos um dos muitos primos a respeito de algo relacionado ao cavalo que tinham em frente. Independentemente do que discutiam, Ionna soube quando o esposo venceu, pois, o mesmo desatou a rir. Ela mesma sorriu ao contemplar a cena.

Ela agradecia a Atos por Theodor. Contudo, nem sempre fora assim, no início, se ressentiu. Estava prometida ao filho mais velho de Yogratax. Estava encantada com o jovem, educado e galante que era Thorian Devoranthis. Ninguém esperava que o jovem varão viesse a falecer em um acidente de caça aos quinze anos e deixasse Ionna quase viúva. A menina, com seus então onze anos, se afundou em tristeza e nada ajudou quando algum tempo mais tarde, foi anunciado que ela se casaria com outro. Um primo de seu falecido futuro esposo.

Ionna lembrava pouco do jovem Thorian. Lamentava a morte precoce e o sofrimento que todos sentiram na época, mas atualmente era bastante grata por seu noivo substituto. Theodor se aproximava, ainda risonho. Era uma cabeça mais alto que Ionna, e podia ser considerado um homem alto, ainda que em sua família outros fossem mais. A tez morena contrastava com os olhos verde grama. O maxilar másculo e anguloso se moveu ao chamar o nome da esposa e os dentes brancos se mostraram. Ionna adorava aquele sorriso. Os cabelos negros se soltaram da cinta de couro que os prendiam, fazendo com que o homem parasse e os prendesse novamente.

Eram muito distintos, sendo ela de tez pálida e cabelos louros dourados, de traços de delicados e expressivos olhos verdes azulados.

— Meu bem? — disse a voz masculina. Era baixa e sonora, sedosa nos ouvidos da esposa. Ionna sorriu, indicando que lhe ouvia. — Tenho uma notícia... Peço que seja paciente e tente ser compreensiva.

A jovem franziu o cenho.

— Minha tia, Tarina, chegou. Tarquin a escoltou ontem a noite. Hoje, provavelmente, nos encontraremos na ceia. Meu tio a enviou, temendo por sua segurança.

Theodor se arrependeu da última sentença, ao ver os nós dos dedos da esposa ficarem brancos enquanto o tecido bordado se amarrotava.

— Serei obrigada a conviver com ela? — perguntou, se controlando.

— Claro que não. Sei que nutre antipatia por todos, sem exceção, no que se refere a Yogratax. — deu um sorrisinho.

— Não deboche! Sabe que o assunto é sério. Tão sério que estamos em guerra por causa dele!

A expressão de Theodor murchou. Ele pegou as mãos de Ionna entre as suas.

— Sei sim, meu bem. Eu sempre admirei seu pai, sempre o achei um homem sensato. Não sei o que se acometeu sobre ele.

— Conselhos ruins! — disse ela, com uma certeza inabalável.

— Não se exalte. Precisa ficar tranquila, pelo bem do nosso bebê. — acariciou o ventre levemente avolumado da mulher. — Vamos apenas nos apresentar a meu avô para a ceia, que contará com todos os familiares presentes e, depois, nos retiramos para o solar de minha mãe.

Ao anoitecer o casal adentrou no recinto onde diversos parentes se encontravam, incluindo a rainha de Yogratax, Tarina.

Ionna era uma mulher adorável, contudo, tinha pouca paciência para firulas e farsas, assim, não se aproximou da tia de seu esposo, ainda que o mesmo o fizesse e apenas observou de longe a mulher morena de cabelos negros levemente encaracolados, de olhos castanhos esverdeados que mesmo já se aproximando de seus cinquenta verões, ainda era muito bela. Possuía traços aristocráticos e um nariz um tanto proeminente, mas que combinava perfeitamente com sua figura lhe empregando altivez. Claro que a atitude de Ionna acabou por causar alguns cochichos.

A Chama de UrunirUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum