Capitulo 35 - Insanidade

15 5 1
                                    

— Veja, Yurgan! O ritual já está em andamento. Leon tomou o último lugar. — Victoria, ainda segurando a adaga, pegou um livro de capa púrpura de uma bolsa que levava sobre o vestido. O abriu e deu uma lida rápida.

Maxine se afastou, caminhando de costas, lentamente.

— Por favor, Max! Eu não quero te machucar. Infelizmente, eu precisava de sangue especial, que carregasse alguma mágica e Leon era o único candidato. Não encontrei outro. Por favor, entenda! Foi necessário!

— Está louca! — Maxine falou baixo.

— Vou pegar aquele livro. — sussurrou Serielle. — Deve ter algo que possamos usar, ou ao menos não vamos permitir que ela o use.

Maxine olhou, um tanto surpresa. Estivera alheia à presença da elfa, por um momento. Não teve tempo de falar qualquer coisa. A elfa ergueu os braços e fez uma prece fervorosa. As tochas que ainda queimavam estalaram alto e o fogo delas se intensificou por alguns segundos, o que chamou a atenção de Victoria. Nesse mesmo instante, Serielle já estava sobre ela e arrancou o livro de sua mão. Com a espada élfica em uma das mãos ela o protegeu e se afastou.

— Mas.... Quem é essa, Yurgan? — Victoria parecia uma esposa enciumada quando falou e Yurgan, por um breve momento quis se explicar, mas se recobrou a tempo.

— VICTORIA! — Yurgan elevou a voz. — Volte a si! Encerre essa loucura e venha conosco por bem. Venha comigo! — era em sua voz que havia súplica contida.

A jovem focou sua atenção no irmão e em sua face era fácil notar a decepção. Lágrimas se formaram em seus olhos. Enquanto isso, Serielle se afastou e aproveitou para folhear o livro e ver do que se tratava. Virava as páginas rapidamente, tocando o dedo na língua rósea e na página amarelada do livro em seguida.

A elfa se horrorizou com o conteúdo.

— Isso é algo... algo que nunca vi antes. É tenebroso! Macabro e doentio! — ela olhou para Maxine e para Yurgan. Sua expressão demonstrava seu medo ao ler o conteúdo do livro. — Ela está realmente tentando trazer alguém de volta à vida e, de acordo com esse livro, várias vidas são necessárias para um sacrifício. Há muito mais corpos aqui do que os desaparecidos da vila.

Victoria deu um sorriso malicioso enquanto ouvia a elfa.

Yurgan abaixou-se e pegou sua espada. Ela parecia muito mais pesada do que era. Até mesmo seu próprio peso parecia ter aumentado, e ele sentia todo esse peso ao erguer-se e encarar a irmã.

— Bem, o ritual já está em andamento. Peço sua licença. Eu vou concluí-lo, pois não quero desperdiçar a vida de Leon.

De sua boca, palavras macabras começaram a sair e talvez fosse impressão deles, por toda a situação que se desenrolava, mas as luzes das chamas pareceram oscilar.

— Victoria, eu não quero machucá-la. Venha conosco! — Maxine empunhou a espada e olhou com firmeza para a amiga.

— Eu vou com vocês, Max! É claro que vou e vou levar minha mãe junto. Apenas preciso de algum tempo e do meu livro. — seu olhar, cheio de desdém, se abateu sobre Serielle. ­— Devolva! Ele não lhe será útil mesmo, seu tempo está contado.

Serielle fechou o livro e o guardou em sua bolsa, assumiu uma postura defensiva.

Yurgan continuava a segurar a espada de maneira desleixada e a olhar para Victoria como se ela fosse a única coisa que ele podia ver.

— Já chega! — Maxine caminhou de maneira lenta em direção a Victoria, como se lhe desse tempo para se render, e golpeou a arma que ela segurava. Contudo, a jovem franzina conseguiu puxar a arma a tempo, e somente recebeu parte do golpe, na ponta da lâmina.

A Chama de UrunirOnde histórias criam vida. Descubra agora