Capítulo 55 - Descoberta

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Tristan cavalgou em velocidade mediana, fazendo uma viagem tranquila, sem percalços e, em poucas horas, avistou as paliçadas que cercavam uma cidade que acreditava ser Marco da Floresta Velha.

Adentrou pelo portão mais próximo à estrada principal e viu uma cidade simples e bastante calma. Provavelmente isso se dava pela mobilização dos aventureiros na defesa do norte e dos habitantes da região próxima, que precisavam de ajuda contra os invasores. Sentiu-se culpado por ainda estar tão longe de onde deveria e por ter largado a responsabilidade sobre Gauargi.

Na cidade havia poucos prédios que se destacavam, assim, foi fácil encontrar aquele que se destinava à sede da Guilda. Dentre as outras construções que chamavam a atenção estavam uma construção grande que servia como tribunal, um templo de adoração a Atos, um tanto simples para uma cidade daquele porte, e algumas residências que eram mais suntuosas. Estava longe de ter a beleza de Enver, mas era organizada.

Primeiramente, buscou por um estábulo onde seu cavalo pudesse descansar. Este ficava próximo à construção destinada à Guilda e foi para ali que se dirigiu. Tristan entrou em um salão amplo que lembrava muito a uma taverna. Pelo lado de dentro do balcão, situado logo em frente à parede do lado esquerdo, havia uma moça, provavelmente alguns verões mais velha que ele próprio, e ela parecia aflita. Conversava com um casal do outro lado do balcão, o homem estava sentado e a mulher em pé.

Tristan começou a se aproximar e a moça deu um soco no balcão, demonstrando sua frustração.

­— Tenho que enviar uma mensagem para Argos, de alguma maneira! — Lilly parou de falar quando o príncipe se aproximou com passos firmes. Todos os presentes, incluindo dois jovenzinhos que estavam ocupando uma das mesas mais ao canto, observaram o jovem, que se sentou em uma banqueta na ponta do balcão, esperando que isso fosse suficiente para que eles continuassem a conversa e fez um aceno para os presentes, logo virando-se para frente e permanecendo sério, esperando por sua vez.

— Está difícil de mandar mensagens para Balmora. Estive lutando em Cralder, tentei subir a montanha, mas fui emboscado por um grupo numeroso de orcs. Estão em toda a montanha e as caravanas já desistiram da rota. Não sei como eles vão conseguir lidar com isso. — disse o homem. — Espero que eles estejam conseguindo alguma coisa melhor lá em cima.

— Eles estão com os melhores patrulheiros lá, devem conseguir caçá-los! — falou a mulher tentando soar animada.

— Estou preocupada. Não tivemos mais notícias, nem sei se o último grupo chegou a salvo. Fora todo o resto que vem acontecendo.

— O que? — perguntou a mulher, curiosa.

— Donara. Ainda não recebi nada. Nenhum corvo apareceu. Ela partiu tem mais de uma semana, já deveria ter mandado algo.

— Acha que algo aconteceu a ela? — perguntou o homem baixando a voz e Lilly estava com uma expressão que revelava a espera do pior.

— Espero que não. Era uma missão muito importante, ela ser pega é algo que não poderia acontecer. Vocês realmente vão arriscar o norte novamente?

— Sim! — respondeu a mulher. — Vamos tentar encontrar o pessoal que está espalhado pelo caminho. Em um número maior teremos mais chances.

— Sim, pois aqueles bastardos nos vencem nos números. Malditos! — resmungou o homem, levantando-se. — Vamos até a taverna dar um 'olá' para o Colho e para uma de suas boas acomodações e partiremos amanhã.

Os dois se retiraram, mas Tristan precisou esperar um pouco mais, pois o jovem casal, que ocupava uma das mesas, ainda se dirigiu até o balcão para falar algo com a garota mais velha. Quando se dirigiram à saída, o príncipe levantou e procurou uma banqueta mais próxima da moça.

A Chama de UrunirWhere stories live. Discover now