A Chama de Urunir

Capítulo 38 - Investigação

Enver, Yogratax...

Oitavo mês, 2.999...

O príncipe utilizava o tempo livre para fortalecer sua amizade com Lancelin e observar o homem que vivia na casa simples e afastada. Ele fazia incursões regulares até a mansão, durante as madrugadas. Parecia que procurava por algo e também trabalhava para uma das famílias mais ricas da cidade, os Breskia, que, como veio a descobrir mais tarde, eram muito próximos à Lady Mirele.

Estava há uma semana na cidade e em um dos jogos de cartas com Lancelin, arriscou algumas perguntas sobre os bailes de Lady Mirele Benedict. O homem pareceu não se importar e contou de bom grado sobre algumas das excentricidades das festas. Tristan sabia que seu tempo estava se esgotando, precisava de uma pista logo, senão, teria que abandonar a esperança e seguir para o norte.

— Sabe, tive muito interesse nas festas de Lady Mirele depois de ter conversado com um cavalheiro que havia participado da última. — fez uma breve pausa para tomar um gole do licor de amêndoas e fazer sua jogada. O anfitrião pareceu ficar curioso. — Não recordo o nome do homem, a bebida às vezes nos embota a mente de um jeito terrível. — recebeu um brinde de Lancelin.

— Qual foi o tema da conversa? Certamente algo interessante...

— Ah sim... — Tristan sorriu. — Certamente o sexo oposto é sempre um tema interessante.

— Ahh! Entendo muito bem! — concordou Lancelin.

— Já um pouco alterados, estávamos conversando sobre as belas criaturas que tiravam nosso sossego e eu mencionei uma elfa, que havia conhecido há um ciclo de candra. O homem pareceu muito surpreso, pois havia encontrado uma elfa tão fascinante quanto a que descrevi na festa de Lady Mirele Benedict. Eu, que já possuía interesse em conhecer a nobre dama, fiquei ainda mais tentado a vir logo para cá. Uma pena que não adiantará mencionar o nome dela, da minha bela elfa, pois ela o muda de tempos em tempos. Estou querendo encontrá-la novamente. — fez uma pausa novamente para uma nova jogada que deixou o oponente com a vantagem. — O gentil senhor com quem conversei mencionou que ela era uma convidada especial, juntamente com outra jovem. Acredito que era uma jovem ruiva, também de grande beleza.

Tristan notou que o homem parecia estar se recordando de algo e talvez a felicidade por vencer a rodada tivesse ajudado a soltar sua língua.

— Lamento não ter visto sua beldade. Eu não compareci à última festa da nossa Lady, uma lástima. Cheguei na cidade na manhã seguinte, acordei de meu descanso com os gritos devido ao incêndio. Mas ouvi falar nos convidados de honra da Lady Mirele. Eram quatro pessoas e me contaram que eram muito interessantes. Um de meus colegas mencionou as mulheres. Haviam duas delas no grupo de convidados especiais. Uma elfa e uma ruiva. — Satisfeito com a vitória, Lancelin bebeu o restante do conteúdo do cálice e levantou-se. — Vou lhe ajudar a encontrar sua beldade élfica. Meu amigo, Auston Breskia, esteve na festa e foi ele quem me contou sobre. Venha comigo, eu já pretendia visitá-lo e aproveito para lhe apresentar.

A propriedade dos Breskia era bastante imponente e não ficava longe. Na verdade, nada ficava longe em Enver.

Foram recebidos por um mordomo vestido de maneira impecável que os acompanhou até uma sala que cheirava a tabaco. Ali esperaram por alguns momentos, até que um jovem muito animado de uns dezesseis verões adentrou o recinto.

— Lancelin! Que maravilha lhe ver, estava mesmo pensando em lhe fazer uma visita! — disse o jovem, que era magro e alto como uma vareta. Tinha um rosto muito juvenil, que carecia de carisma ou beleza, mas seu porte e sua bolsa cheia de sóis lhe beneficiava.

— Auston! Está ótimo! — deu um passo ao lado para que Tristan se aproximasse. — Gostaria de lhe apresentar Tark Cabardino, um nobre da Pradaria.