Aposta de Amor - 2ª Temporada

Penúltimo Capítulo

— E então? Está tudo certo, não está?

Sophia perguntou para Kyle, que lhe examinava com cautela.

— Você está com três de dilatação! — Avisou aos dois.

Micael bateu uma palma forte, comemorando.

— QUEM É QUE VAI PERDER AGORA, HEIN? — Comemorou para Sophia, que não tinha a cara muito boa. — Pode ir passando quatrocentos dólares aqui na minha mão! — Abriu a mão, mostrando.

Kyle ficou confusa.

— Vocês apostaram?

— Sim, nós apostamos porque o Micael me irritou. — Sophia é quem estava irritada. — E agora, o bebê vai nascer sem ao menos ter um nome.

— Pensamos nisso depois. — Micael se concentrou. — E agora, doutora?

— Vamos induzir o parto normal, dessa vez, corretamente. — Lançou um olhar para Micael, que entendeu. — Eu vou transferir você para outra sala! — Bateu leve na perna de Sophia, que cerrou os olhos.

Kyle deixou os dois sozinhos por alguns segundos.

— O que foi? Você está triste porquê perdeu a aposta? — Micael a cutucou.

— Eu não estava pronta pra parir agora. Necessariamente agora! — Ficou em transe.

— Mas meu amor, vai acontecer. Ele está enorme, não tinha como você aguentar mais.

— É. — Ainda estava pensando. — Pode ligar pra minha mãe? Só pra... Avisar. — Pediu ao marido que assentiu.

— Eu vou ligar quando você ir ao outro quarto. Fique tranquila! — Beijou a mão da esposa, sorrindo em seguida. — Vai dar tudo certo.

A doutora Kyle voltou em segundos, teve a ajuda de duas enfermeiras que levaram Sophia ao outro quarto, não muito longe de onde ela estava.

Entrou no local onde faria o parto. Um quarto mais arrumado, com alguns pôsteres indicativos na parede, quadros, uma maca hospitalar eletrônica e um cheiro delicioso. Aquilo serviria para acalmar?

— Está preparada? — Kyle higienizou as mãos antes de vestir as luvas descartáveis.

— Mais ou menos. — Sophia estava tensa. — Pensei que ele aguentaria mais alguns dias, ou semanas, não sei.

— Se você pensou, então, engravidou de um jegue. — Ela riu.

— Não que o meu marido seja um!

Kyle riu novamente.

— Qual foi a piada? — Micael entrou de volta ao quarto, vendo o clima descontraído da parte de Kyle.

— Sophia está com medo de parir. Logo ela, que pariu sozinha em outro estado. — Kyle se sentou na frente de Sophia, em um banquinho apropriado.

Colocou a máscara descartável e teve outros utensílios ao seu lado.

— Você está sentindo alguma coisa? — Perguntou cautelosa para Sophia.

— Eu não estou sentindo nada. Tem certeza que eu estou com dilatação?

— É claro que você está! — Kyle soltou um risinho. — Eu iria perguntar se você quer optar pela anestesia mas creio que não. — Abriu mais as pernas de Sophia.

Micael ficou ao lado da esposa, segurando sua mão.

Trinta minutos depois.

— EU QUERO A ANESTESIA! EU QUERO A ANESTESIAAAAAAA! — Sophia segurou na blusa de Micael, fazendo um escândalo.

— Agora não tem como, meu amor. Já estamos quase lá! — Segurou forte na mão da esposa, incentivando.

Porém, sua dor era mais forte do que tudo! Foi como parir Clara de novo, só que dessa vez, em uma sala de parto de verdade.

— Eu não vou... Conseguiiiiiiiiiiiiiir. — Cerrou os dentes e fez força de novo.

— Estamos quase lá, Sophia. A cabeça dele está aqui comigo e é um bebezão.

— QUAL FOI? VOCÊ TÁ CHAMANDO O MEU FILHO DE CABEÇUDO? — Se irritou com Kyle, que riu mais ainda.

Estava fora de si. Estava sentindo tanta dor que não estava mais falando coisa com coisa.

— Claro que não, Sophia. — Se justificou. — Estou dizendo que ele vai ser um bebê extremamente saudável, e grande!

Sophia gritou mais um pouco, fazendo força. Os cabelos com suor, sendo limpos por Micael, que ajudava como podia, ainda sim aflito pelo parto.

— Você consegue, eu confio em você! — Sussurrou para a esposa, beijando sua testa. — Vamos lá, vamos lá.

— O ombro já foi. — Kyle avisou.

Sophia encarou Micael, com um sorriso de esperança.

Fez força novamente, mais forte que pôde. E quando se deu conta, o choro fino e radiante ecoou dentro do quarto. Kyle tinha o pequeno em mãos, forte e grande, como disse.

Micael sorriu à beça ao ver o filho nas mãos de Kyle, que cobriu com a manta, entregando para Sophia, que estava chorando. Seu coração ficou mole ao ver o filho pela primeira vez.

E foi como se tivesse parido o próprio Micael. Idêntico!

— Meu amor, como você é lindo. — Sophia sorria, assim como o marido. — Bem vindo à família!

— Parabéns Sophia! Estou muito orgulhosa de você. — Kyle sorriu.

— Eu também. — Micael a encarou, sorrindo. — Eu te amo!

— Eu também te amo! — Beijou os lábios do marido.

Ficaram babando no filho por alguns minutos. Kyle os deixou à sós.

— Sabe no que eu pensei? — Micael tirou Sophia do transe.

— Em que?

— Eu pensei em um nome especial. Bem especial! — Sorriu para a mulher, que estava curiosa.

— E... Qual você pensou?

— Renato. — Micael soltou, firme.

Sophia marejou os olhos em segundos, assentindo enquanto as lágrimas caíam. Pensou logo em seu pai, em quanto ele fazia falta.

— Que lindo, Micael. — Recebeu o consolo do marido. — Renato. — Observou o filho, quietinho. — Meu pequeno Renato! — Cheirou o mesmo, ninando.

Micael abraçou a esposa de lado. Ambos felizes, com o pequeno Renato.