— Sophia! — Steve entrou no restaurante, feliz.Abraçou a mesma que se levantou, quando ele se aproximou.
— Oi. — Sorriu durante o abraço. — Como você está?
— Estou bem. Elenor também! — Sentou-se na frente dela. — Faz tempo que chegou?
— Ah, uns quinze minutinhos. — Torceu o nariz enquanto tinha graça nos lábios, vendo Steve ficar risonho. — E fico feliz que Elenor está bem!
— Você sabe. — Levantou os ombros. — Imprevistos acontecem. — Sophia assentiu.
— E como. — Abriu o cardápio em sua frente, se assustou com os preços. — Quando tudo ficou caro? Eu não ligo muito pra isso mas é só uma torta. — Ficou impressionada.
— Não são só tortas, são tortas dos Bucket's. — Piscou para Sophia.
Viram a garçonete se aproximar.
— Boa tarde, já escolheram o pedido?
— Hãn... — Sophia passou o indicador pelos nomes das tortas, escolhendo. — Eu vou querer uma de mirtilo com banana. — Assentiu para a garçonete, que estava anotando. — E uma água!
— E você? — A morena virou-se para Steve, que também estava escolhendo.
— O mesmo que essa encantadora pessoa na minha frente. — Fez questão de fechar o cardápio.
Sophia corou.
— Volto em alguns minutos! — Avisou aos dois que consentiram, entregando os cardápios para a garçonete.
Steve observava o tom de pele de Sophia, que agora, estava rosado.
— Você não gosta de elogios?
— Gosto. — Sorriu. — É sempre bom receber elogios!
— E você não recebe elogios?
Sophia ficou em transe com a pergunta de Steve. Sempre recebeu elogios de Micael, mas ultimamente, estavam só brigando.
— Às vezes. — Ficou séria.
— Sabe, você não precisa ter medo de desabafar comigo. — Deixou Sophia confortável. — Somos amigos e sócios, não?
— É, eu sei mas. — Cerrou os olhos, se arrependendo. — Eu estou com medo!
— Medo?
— É. Medo! — Ficou aflita. — Eu e Micael estamos brigando demais depois de tanta coisa. Eu achava que a nossa reconciliação iria dar certo.
— E não está dando?
— Não sei. — Estava pensativa. — Eu tenho medo de largar tudo e estar velha demais pra recomeçar alguma coisa, entende?
— Pera. — Steve mostrou a palma das mãos. — Você não está pensando em...
— É. Às vezes eu penso nisso! — Encarou Steve. — Eu e Micael fizemos filhos lindos e preciosos, porque eu sei que esse também será precioso. — Os olhos marejaram. — Mas acho que, não estamos felizes uns com os outros. — Secou uma lágrima que caiu. — Me desculpe por isso! — Referiu-se por estar chorando.
— Eu entendo como a sua vida é bem corrida e entendo também que Micael fez uma péssima escolha.
— Péssima escolha? — Ela queria saber.
— Vender a empresa e ficar em casa sem fazer nada é algo frustrante! — Steve cerrou os dentes. — Eu não aguentaria, ainda mais no lugar dele que tinha absolutamente tudo.
— É exatamente isso que eu quero dizer mas ninguém me entende. — Compreendeu Steve, que só estava comprando a sua história mal resolvida com Micael. — Eu sempre briguei com ele por estar sempre trabalhando e não dar atenção na família. Mas agora eu vi que pensei totalmente errado!
— Vai ver você precisa respirar. — Deu de ombros.
— Você diz em...
— Respirar! Ser livre, independente, sair com outras pessoas e criar um convívio com novas amizades. — Deu opções terríveis. — Se não está dando certo, por que continuar?
A terrível pergunta que sondaria na cabeça de Sophia por dias. Por que continuar? Estava só brigando! Seu casamento virou igual o de seus pais, ela conseguiu se lembrar muito bem disso.
— Aqui estão as tortas! — A garçonete chegou. — Dois mirtilos com banana e a sua água. — Deixou a garrafa média na mesa, junto com os pratos e talheres. — Bom apetite!
— Obrigada. — Sophia agradeceu mas não tinha a face muito boa. Estava derrotada por dentro.
Tinha que tomar uma longa e terrível decisão.
— Papai, o que é, o que é?
Clara segurava nas mãos de Micael, enquanto voltavam para casa. Ela tinha acabado de sair da escola e o mesmo decidiu fazer uma caminhada. Estava um clima agradável! Nem muito quente, nem muito frio.
— Hã, o que é? — Entrou na brincadeira da filha.
— Dá várias voltas e não sai do lugar?
Essa foi boa!
— Hummm... Será que é o relógio? — Observou Clara que deu um pulinho.
— É. Você acertou, papai! Agora é a sua vez! — Pulou novamente.
— E que tal a gente comer alguma coisa? Temos tempo até a sua mãe chegar do médico. — Optou.
— CACHORRO QUENTE! CACHORRO QUENTE! — Deixou as mãos de Micael, pulando em frente ao pai, animada.
— Tá. Cachorro quente mas nada de contar a sua mãe, entendeu? Depois você não janta! — Alertou.
— Juro juradinho que eu vou jantar tudo. — Prometeu à Micael que sorriu, pegando na mão de Clara novamente.
Andaram dois quarteirões a mais do que o condomínio onde moravam. E pelo destino, o restaurante com um ótimo cachorro quente estava em frente. Micael se lembrou de que Sophia adorava a torta que vendiam ali. Um preço absurdo mas uma torta deliciosa.
— Cuidado com a rua, vamos atravessar! — Micael alertou Clara, que segurou forte na mão do pai.
— Papai, papai! Olha! — Mexeu na blusa de Micael, pedindo sua atenção. O mesmo olhou pra onde Clara estava apontando. — É a mamãe!
Viu Sophia sair entre risos com Steve, que contava algo no pé de seu ouvido, fazendo ela rir mais e mais.
Aquela cena foi como se seu teto de vidro se quebrasse em mil pedaços. Sabia que a esposa estava mentindo, e agora tinha certeza que as vozes da sua mente não eram em vão.
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Aposta de Amor - 2ª Temporada
RomanceDepois do nascimento de Clara, as coisas entre Sophia e Micael irão ficar cada vez mais difícil... Uma visita inusitada pode mudar tudo e o destino de todos. Principalmente o destino dos dois!