Capítulo 86

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— Sophia! — Steve entrou no restaurante, feliz.

Abraçou a mesma que se levantou, quando ele se aproximou.

— Oi. — Sorriu durante o abraço. — Como você está?

— Estou bem. Elenor também! — Sentou-se na frente dela. — Faz tempo que chegou?

— Ah, uns quinze minutinhos. — Torceu o nariz enquanto tinha graça nos lábios, vendo Steve ficar risonho. — E fico feliz que Elenor está bem!

— Você sabe. — Levantou os ombros. — Imprevistos acontecem. — Sophia assentiu.

— E como. — Abriu o cardápio em sua frente, se assustou com os preços. — Quando tudo ficou caro? Eu não ligo muito pra isso mas é só uma torta. — Ficou impressionada.

— Não são só tortas, são tortas dos Bucket's. — Piscou para Sophia.

Viram a garçonete se aproximar.

— Boa tarde, já escolheram o pedido?

— Hãn... — Sophia passou o indicador pelos nomes das tortas, escolhendo. — Eu vou querer uma de mirtilo com banana. — Assentiu para a garçonete, que estava anotando. — E uma água!

— E você? — A morena virou-se para Steve, que também estava escolhendo.

— O mesmo que essa encantadora pessoa na minha frente. — Fez questão de fechar o cardápio.

Sophia corou.

— Volto em alguns minutos! — Avisou aos dois que consentiram, entregando os cardápios para a garçonete.

Steve observava o tom de pele de Sophia, que agora, estava rosado.

— Você não gosta de elogios?

— Gosto. — Sorriu. — É sempre bom receber elogios!

— E você não recebe elogios?

Sophia ficou em transe com a pergunta de Steve. Sempre recebeu elogios de Micael, mas ultimamente, estavam só brigando.

— Às vezes. — Ficou séria.

— Sabe, você não precisa ter medo de desabafar comigo. — Deixou Sophia confortável. — Somos amigos e sócios, não?

— É, eu sei mas. — Cerrou os olhos, se arrependendo. — Eu estou com medo!

— Medo?

— É. Medo! — Ficou aflita. — Eu e Micael estamos brigando demais depois de tanta coisa. Eu achava que a nossa reconciliação iria dar certo.

— E não está dando?

— Não sei. — Estava pensativa. — Eu tenho medo de largar tudo e estar velha demais pra recomeçar alguma coisa, entende?

— Pera. — Steve mostrou a palma das mãos. — Você não está pensando em...

— É. Às vezes eu penso nisso! — Encarou Steve. — Eu e Micael fizemos filhos lindos e preciosos, porque eu sei que esse também será precioso. — Os olhos marejaram. — Mas acho que, não estamos felizes uns com os outros. — Secou uma lágrima que caiu. — Me desculpe por isso! — Referiu-se por estar chorando.

— Eu entendo como a sua vida é bem corrida e entendo também que Micael fez uma péssima escolha.

— Péssima escolha? — Ela queria saber.

— Vender a empresa e ficar em casa sem fazer nada é algo frustrante! — Steve cerrou os dentes. — Eu não aguentaria, ainda mais no lugar dele que tinha absolutamente tudo.

— É exatamente isso que eu quero dizer mas ninguém me entende. — Compreendeu Steve, que só estava comprando a sua história mal resolvida com Micael. — Eu sempre briguei com ele por estar sempre trabalhando e não dar atenção na família. Mas agora eu vi que pensei totalmente errado!

— Vai ver você precisa respirar. — Deu de ombros.

— Você diz em...

— Respirar! Ser livre, independente, sair com outras pessoas e criar um convívio com novas amizades. — Deu opções terríveis. — Se não está dando certo, por que continuar?

A terrível pergunta que sondaria na cabeça de Sophia por dias. Por que continuar? Estava só brigando! Seu casamento virou igual o de seus pais, ela conseguiu se lembrar muito bem disso.

— Aqui estão as tortas! — A garçonete chegou. — Dois mirtilos com banana e a sua água. — Deixou a garrafa média na mesa, junto com os pratos e talheres. — Bom apetite!

— Obrigada. — Sophia agradeceu mas não tinha a face muito boa. Estava derrotada por dentro.

Tinha que tomar uma longa e terrível decisão.


— Papai, o que é, o que é?

Clara segurava nas mãos de Micael, enquanto voltavam para casa. Ela tinha acabado de sair da escola e o mesmo decidiu fazer uma caminhada. Estava um clima agradável! Nem muito quente, nem muito frio.

— Hã, o que é? — Entrou na brincadeira da filha.

— Dá várias voltas e não sai do lugar?

Essa foi boa!

— Hummm... Será que é o relógio? — Observou Clara que deu um pulinho.

— É. Você acertou, papai! Agora é a sua vez! — Pulou novamente.

— E que tal a gente comer alguma coisa? Temos tempo até a sua mãe chegar do médico. — Optou.

— CACHORRO QUENTE! CACHORRO QUENTE! — Deixou as mãos de Micael, pulando em frente ao pai, animada.

— Tá. Cachorro quente mas nada de contar a sua mãe, entendeu? Depois você não janta! — Alertou.

— Juro juradinho que eu vou jantar tudo. — Prometeu à Micael que sorriu, pegando na mão de Clara novamente.

Andaram dois quarteirões a mais do que o condomínio onde moravam. E pelo destino, o restaurante com um ótimo cachorro quente estava em frente. Micael se lembrou de que Sophia adorava a torta que vendiam ali. Um preço absurdo mas uma torta deliciosa.

— Cuidado com a rua, vamos atravessar! — Micael alertou Clara, que segurou forte na mão do pai.

— Papai, papai! Olha! — Mexeu na blusa de Micael, pedindo sua atenção. O mesmo olhou pra onde Clara estava apontando. — É a mamãe!

Viu Sophia sair entre risos com Steve, que contava algo no pé de seu ouvido, fazendo ela rir mais e mais.

Aquela cena foi como se seu teto de vidro se quebrasse em mil pedaços. Sabia que a esposa estava mentindo, e agora tinha certeza que as vozes da sua mente não eram em vão.

Aposta de Amor - 2ª Temporada Where stories live. Discover now