17:35 PM.Clara estava brincando com a sua guitarra colorida quando Beth entrou no apartamento. Tinha uma caixa branca nas mãos, levando com todo o cuidado. Micael lhe ajudou.
— Vovó, você chegou! — Clara abraçou as pernas de Beth, que lhe abraçou também.
— Ah, meu amor! Como você está? — Teve a pequena no colo.
— Tô bem. — Recebeu um beijo na bochecha.
— Mãe, você trouxe os docinhos? — Micael abriu a caixa do bolo, vendo perfeitamente confeitado, com glacê branco.
— E era pra trazer? — Beth fez uma careta.
— Esquece. — Micael fechou a caixa. Voltou para a sala. — Sophia está no banho, deve sair daqui à pouco. — Avisou.
— Faz tempo que eu não a vejo. — Beth sentou-se no sofá. — A mãe dela não vem?
— Já era pra ter chegado. — Micael encarou o relógio da sala. — Será que aconteceu alguma coisa?
— Não, acho que não. — Beth balançou a cabeça, fazendo uma careta rápida.
— Por que Nicolas não veio? — Perguntou do irmão.
— Nicolas está em uma fase delicada, se você me entende. — Cerrou os dentes. — Estou passando tudo de novo! — Beth apoiou as mãos nos joelhos.
Micael soltou um riso.
— Isso quer dizer que ele virou independente? — Ainda tinha graça nos lábios.
— Minhas toalhas não são mais as mesmas! — Reclamou.
— Beth, como você está? — Sophia apareceu.
Tinha um vestido solto no corpo. Preto com algumas florzinhas, a barriga começava a ficar mais saliente ainda.
— Oi querida! Estou bem e você? — As duas se abraçaram.
— Um pouco nervosa. — Sophia mexeu os ombros. — Vamos descobrir o sexo do bebê, finalmente! — Se animou.
— Você ligou pra sua mãe? — Micael encarou Sophia.
— Não. Por que? — Ficou preocupada. — Aconteceu alguma coisa? Ela ligou?
— É que ela ainda não chegou. A gente pensou que tivesse acontecido alguma coisa! — Beth resumiu.
Sophia procurou por seu celular mas antes que pudesse ligar, a campainha havia tocado.
— Ela chegou! — A filha sorriu, ficando mais calma. Andou até à porta do apartamento, destrancando. — Oi mãe! Por que demorou? — Lhe abraçou.
— O táxi demorou um pouco. Como você está? — Fazia tempo que não via Sophia.
— Estou bem! Mais tranquila agora. — Deu passagem para Branca.
— Vovó Banca! Vovó Banca! — Clara abraçou Branca, que emitiu um sim agradável, cheio de saudade. — Eu fiquei com saudade.
— Minha bonequinha! Como você cresceu! — Estava chocada com o tamanho de Clara. — Está uma mocinha, aposto que sim. — Brincou com o nariz da pequena.
— Ei, como está? — Micael a abraçou, bem apertado. — Sentimos sua falta!
— Estou bem, filho. Obrigada! — Sorriu leve.
— Mamãe, quem vai fazer aniversário? — Clara ficou confusa ao encarar a embalagem do bolo, em cima do balcão.
— Ninguém vai fazer aniversário, amor. — Sophia explicou. — Isso é um bolo revelação!
— E o que é um bolo revelação?
— Compramos esse bolo pra saber se você irá ganhar um irmão ou uma irmã. — Micael explicou. — Você quer saber agora ou só depois?
— Eu quero saber agora! — Deu alguns pulinhos.
— Então vamos saber. — Sophia juntou as mãos.
Foi até o balcão, buscando a embalagem do bolo com cuidado. Trouxe até a mesinha de centro que ficava na sala, posicionando a caixa. Micael desfez os lados do papelão apropriado, deixando o bolo mais a vista.
Beth trouxe a espátula de bolo, entregando para Sophia.
— Micael! — O chamou. Viu o marido ficar ao seu lado. — No três, tudo bem?
— Certo. — Tinha a espátula, segurando junto de Sophia. — Um, dois, três!
Fizeram o corte do bolo. Sophia abriu os lábios quando avistou o corante azul no recheio. Abraçou Micael, que havia ficado do mesmo jeito.
— Aaaaah, eu não acredito! — Beth colocou as mãos no rosto.
— EU VOU GANHAR UM IRMÃOZINHO? — Clara estava bastante animada.
— Parabéns, Sophia! — Branca estava chorando. — Aí meu Deus. Um menino!
— Um menino! — Beijou Micael rapidamente.
— Meu garotão! — Micael vibrou. — Eu sabia que era menino. — Disse convencido.
— Não sabia não. — Sophia torceu o nariz. — Você estava em dúvida!
— Agora você vai saber o que é ser mãe de um menino, querida. — Beth começou. — Estou sofrendo tudo de novo com Nicolas.
— Ele é atentado? — Branca perguntou.
— Oh, não! É que ele anda tocando muito violão ultimamente. Se é que você me entende!
— Mãe! — Micael a parou. — Chega, né?
— O que? A Clara não entende e todo mundo já passou por isso. Não é verdade, Branca?
A mãe de Sophia desviou o olhar.
— Quem quer bolo? — Sophia mudou de assunto. — Mãe?
— Obrigada, filha. — Recebeu um pedaço de Sophia.
— Então Branca, me conta! — Beth se virou para ver Branca melhor. — Como você ficou quando descobriu que o falecido Renato, que Deus o tenha, era gay?
— MÃE! — Micael lhe repreendeu, de novo.
— O que? — Beth levantou os ombros. — Não posso mais perguntar?
— Está tudo bem, Micael. — Branca o tranquilizou. — Primeiro eu fiquei em choque com tudo o que aconteceu, mas eu também não aguentava mais!
— Você queria se separar? — Beth afundou mais a conversa.
— De verdade? Eu queria! — Branca lembrou. — Antes de tudo vir à tona, eu via que a minha família não era feliz. Ele proibiu Sophia de fazer muitas coisas.
A mesma ficou em silêncio, lembrando.
— E depois, apareceu com uma filha. — Branca suspirou.
— A vida é um mar de emoções! Quem diria que eu, siliconada, gostosa e gente boa pudesse ganhar um par de chifres? — Beth fez Branca soltar uma gargalhada sincera. O que foi bom!
As duas continuaram a conversar. Sophia estava de olho no relógio, o que não passou batido ao marido.
— Atrasada?
— Como? — O encarou.
— Você, olhando o relógio de cinco em cinco minutos. — Pausou.
— Ah, é que eu estava vendo se tomei o remédio das seis e meia.
— Não são nem seis horas ainda.
Sophia gelou.
— Quero me precaver. — Assentiu.
Micael a estranhou mais ainda, mas foi retirado do seu transe quando Clara chamou sua atenção, pedindo mais um pedaço de bolo.
Tinha que sair urgente dali!
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Aposta de Amor - 2ª Temporada
RomanceDepois do nascimento de Clara, as coisas entre Sophia e Micael irão ficar cada vez mais difícil... Uma visita inusitada pode mudar tudo e o destino de todos. Principalmente o destino dos dois!