Capítulo 48

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Três dias depois.

Aeroporto de Nova Iorque.
11:47 AM.

— Tem certeza que não esqueceram nada? — Beth ia atrás dos Borges, certificando que todas as malas estivessem com Sophia.

— Acho que estamos levando até demais. — Micael deu uma última observada nas três malas que estavam levando.

— Não estamos levando coisas demais, temos uma criança, esqueceu? — Sophia segurava nas mãos de Clara, que ficou eufórica ao ver a multidão dentro do aeroporto.

— Duas crianças. — Beth complementou. — E você meu amor? Vai me mandar fotos pelo celular do seu pai? — Agachou-se perto da neta, que deu um pulo de euforia.

— Vou! — Sorriu. — Eu vou tirar foto com o peixinho Nemo, vovó! — Beth soltou um riso rápido.

— Com o Nemo? — Clara assentiu. — Ai meu amor, a vovó vai morrer de saudade, todos os dias! — Abraçou a pequena.

Micael segurou o riso, achava a mãe super dramática quando Clara não ficava com ela. Era sua filha mas Beth tecnicamente roubava a neta para ela. As duas em si eram bem unidas!

— Vovó, não é pra ficar com saudade. Eu vou voltar logo! — Fez a avó sorrir mais ainda, como era esperta.

— Tudo bem, eu ficarei te esperando e quando você voltar, vamos fazer... Donuts! — Clara se animou, de novo.

— Com bolinha colorida? — Se referiu aos confeitos.

— Com bolinha colorida! — Segurou na mão da neta.

— Mãe, nós precisamos ir. — Micael lhe chamou. — Nosso voo será o próximo.

— Tudo bem. — Beth se levantou. — Se cuidem, por favor! Se acontecer algo é só me ligar. E... Divirtam-se! — Abraçou Micael e logo após Sophia, alisando a palma da sua mão na barriga lisa da nora.

— Vamos voltar logo, mesmo não querendo. — Sophia brincou, deu um beijo na bochecha de Beth.

— Safados! — Sophia soltou um riso. Beth acenou quando os três saíram de perto. Micael puxava as duas malas enquanto a esposa levava uma, de porte médio.

Passaram para a área de embarque e esperaram pelo voo, que havia acabado de chegar. Antes do processo, despacharam suas malas e entraram no avião, ambos sem nada. Sophia tinha apenas uma mochila de costas pequena, com remédios e utensílios para emergência de Clara.

— Qual é a nossa poltrona? — Perguntou enquanto andava na fila que havia se formado, dentro do avião. Micael estava procurando os números indicados na passagem.

— É lá no fundo, já achei. — Caminharam até lá.

Clara sentou-se no meio, ansiosa.
Micael na janela e Sophia na ponta. Prendeu Clara no cinto de segurança, certificando centenas de vezes antes do comissário de voo chegar.

— Mal posso esperar pra usar chinelo, regatas e bermudas. — Micael se espreguiçou na poltrona, ajustando do seu jeito. Deu um sorriso leve, gostando de estar viajando com a família.

— Mamãe, a gente vai conseguir visitar a casa do Nemo? — Clara encarou Sophia, com esperança.

— Amor, a casa do Nemo é lá no fundo. Você não sabe nadar! — Viu a face da menina se entristecer. — Mas quem sabe não podemos pegar um Nemo de verdade na mão?

— De verdade? — Se encantou novamente.

— De verdade. — Sophia brincou com seu nariz.

Clara puxou o óculos que Micael havia retirado da caixa de proteção, o pegando. Ele reclamou rápido mas segurou o riso ao ver a pequena colocar, ficando engraçado em sua face.

O comissário de voo estava passando.

— Com licença! Eu vou verificar os cintos. — Avisou Sophia que assentiu.

— Ah, claro! Por favor. — Sorriu leve.

— Oi tio do avião! — Clara chamou a atenção do homem, que deu um riso leve.

— Oi, meu bem. Você está animada com a viagem?

— Tô! Eu vou conhecer a casa do Nemo. — Tinha as mãozinhas em cada lado das pernas do óculos, segurando firme.

— Você vai conhecer a casa do Nemo? — Clara assentiu. — Uau! Mas você não está com medo?

— Não.

— Nem um pouco?

— Eu não tenho medo, tio. — Pausou. — Tio, você gosta de peixinho?

— Eu gosto! Mas eu tenho medo de visita-los.

— Não precisa ter medo, eu seguro a sua mão.

Micael, Sophia e o comissário riram.

— Desculpa, ela é... — Micael terminou de rir, se justificando.

— Adorável! Vamos conversar mais vezes durante o voo. — O comissário sorriu para a pequena. — Como é o seu nome?

— Clara. — Ficou corada, dando um sorriso sapeca.

— Clara! Que nome lindo! — Todos sorriram. — O senhor e a senhora aceitam algo para beber enquanto não decolamos?

— Eu vou querer o seu melhor vinho, pode ser? — O comissário assentiu, virou o rosto para Sophia.

— Uma água com gás. Gelo e limão, por favor!

— Tudo bem! E para a Clara? — Sorriu de novo.

— Suquinho de Maracajá!

— Maracujá, amor. Maracujá! — Sophia beijou o topo da sua cabeça.

— Volto logo com as bebidas. — O homem avisou, saindo.

Sophia encarou Micael que estava ansioso com a viagem, era nítido. Podia ver em seus pés balançando lentamente e suas mãos batucando em ambas coxas, enquanto ele encarava a pequena janela do avião.

— Será que vamos demorar muito pra decolar?

— Micael, vamos demorar dezoito horas dentro do avião. Se eu fosse você, iria dormir até chegarmos lá!

— Eu sei mas... Ainda vamos fazer aquela conexão, não é mesmo? — Torceu o nariz.

— É. Aquela famosa conexão... — Fez uma careta. — Se fossemos à Grécia chegaríamos mais rápido do que ir pra Bora Bora.

— Amor, é Bora Bora! A Ilha mais linda do mundo, não vamos desperdiçar lugares turísticos assim. Precisávamos ir lá!

— Eu sei amor mas é que você está tão ansioso pra chegar que, chega a ser engraçado. — Segurou o riso. — Mas tudo bem, vamos fazer alguma coisa legal enquanto voamos.

— Dormir é uma boa opção.

— Papai, se você roncar eu vou puxar a sua orelha! — Clara decretou, fazendo com que Micael desse um cheiro longo em seu pescoço.

O clima estava descontraído e todos só queriam chegar, principalmente Micael.

Próxima parada: Bora Bora.

Aposta de Amor - 2ª Temporada Where stories live. Discover now