Capítulo 71

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O dia seguinte plumou nos olhos de Micael, que ficou ansioso ao parar o barco no pequeno píer de concreto, tendo a ajuda de dois funcionários do hotel. Mexeu com os dois enquanto sorria.

— Maravilha. — Observou o visual da praia. Vinte pessoas no máximo, um dia lindo... Sophia iria adorar! — Obrigado pela ajuda, senhores. — Acenou de cima e recebeu o sorriso de ambos. — Senhora Borges? — Caminhou pelo barco até encontrar com a esposa, que saía do quarto. — Nós chegamos!

— Eu sei, senhor Borges. — Beijou os lábios do marido. — Bom dia pra você também!

— Acordando cedo. — Debochou.

— Fui tecnicamente obrigada a acordar cedo. — Revirou os olhos. – Mas que bom que chegamos! Estou morrendo de fome. — Reclamou à Micael após passar por ele, descendo as escadas do barco, com cuidado.

Sophia soltou um longo suspiro ao ver as pessoas que estavam curtindo a praia particular. Nenhuma criança, nenhum idoso e nenhum adolescente. Todos ali deveriam ter a sua idade e a de Micael. Ela ficou feliz por alguns segundos.

— Hustle? — Fez uma careta após ler o nome do hotel.

— O que houve? — Micael estava atrás de si, verificou o barco enquanto tinha uma mala grande em mãos. A roupa de ambos estava ali.

— Estava lendo o nome do hotel e vendo as pessoas. — Sophia observou mais uma vez. — Hustle. — Repetiu o nome como se fosse usar em algo importante.

— Algum problema com Hustle, querida? — Micael saiu na frente, levando a bagagem.

Um funcionário apareceu, o ajudando.

— Senhor Borges, seja bem-vindo! — Sorriu. — Senhora Borges, seja bem-vinda! — Assentiu à Sophia.

— Obrigada. — Ela sorriu.

— Onde posso pegar o cartão chave do meu quarto? — Micael perguntou ao funcionário, estavam andando para dentro do hotel.

— Por aqui. — Os levou até a recepção. — O serviço de quarto estará funcionando até o meio-dia. — Avisou o mesmo, sorrindo.

— Como? — Sophia soltou uma risada sarcástica após franzir o cenho.

— Pois não, senhora Borges? — O funcionário não havia entendido.

— Como assim o serviço de quarto estará disponível até o meio-dia? — Ela não gostou do breve aviso.

— Suponhamos que os senhores chegaram em uma hora mediante. — Explicou. — O serviço de quarto sempre fica até ao meio-dia. — Tinha os braços para trás.

— Certo. — Sophia remexeu os lábios, desacreditada. Ficou em frente ao funcionário, o encarando. — Você consegue me ver?

— É... Sim? — Ele soltou um risinho.

— Consegue ver a pequena bolinha de vôlei que está crescendo diante da minha barriga? — Foi sarcástica, debochada e irônica.

Micael precisava fazer alguma coisa.

— Senhora Borg...

— Eu estou grávida! — Disse, em alto e bom som. — GRÁVIDA! — Sorriu falsa. — Não posso ter um serviço de quarto que dure só até o meio-dia.

— Me desculpe, senh...

— Você sabe quem eu sou? Aliás, você sabe quem o meu marido é? — Se exaltou.

— Senhora Borges, por favor...

— Sophia, já chega! — Micael entrou na frente, apartando. — Desculpe por isso. Minha esposa está grávida e não pode ficar sem o glorioso... Serviço de quarto. — Micael cerrou os dentes, um pouco esbravecido. Queria detonar Sophia como uma criança birrenta em super-mercado.

— Iremos abrir uma exceção. — O funcionário assentiu diversas vezes. Micael o agradeceu.

— Perfeito. — Sorriu falso ao homem. — Coloque na conta tudo o que for preciso, eu acerto mais tarde.

— Não se preocupe com isso, senhor Borges.

— Ótimo. — Micael respirou aliviado. — Vamos, querida? Você já deu trabalho demais e nem chegamos totalmente, ainda. — Continuou a andar, teve Sophia atrás de si.

Ele aproximou-se do balcão da recepção, preencheu um formulário rápido e buscou o cartão chave do quarto, subindo pelo elevador com Sophia. Apertou dois botões.

— O que deu em você? Aliás, o que está dando em você? — Queria uma explicação.

— Não posso ter os meus direitos? — Esbraveceu. — Micael, você deve ter pagado muito caro nessa joça de hotel pra não termos um serviço de quarto que dure vinte e quatro horas?

— São normas do hotel, Sophia. E pra que você quer vinte e quatro horas de serviço de quarto? — A encarou.

— Eu estou grávida! Eu preciso comer! — Gesticulou. — Eu ainda não tomei café, se isso te conforta.

— É a décima vez que você me lembra isso. — Sorriu falso à ela.

A porta do elevador se abriu. Sophia saiu na frente, irritada. Micael passou o cartão chave no aparelho indicado, abrindo a porta. Observaram o quarto perfeito e aconchegando, uma paz! A varanda fez com que Sophia se animasse de novo, podendo ver a praia.

Mas antes, precisava comer.

— Toma. — Micael levou até ela o telefone. — Peça o que quiser no seu serviço de quarto. — Foi irônico.

— Onde você vai? — Viu o marido dar às costas e entrar em outro cômodo.

— Vou tomar um banho. — Estava um pouco irritado.

Sophia escutou a porta ser batida, logo após, o barulho de tranca. Deu de ombros e começou a caçar o cardápio, que deveria estar em algum lugar do criado mudo.

— Te achei! — Quase beijou o cardápio com capa de couro, lendo o menu oferecido pelo hotel. — Suco de framboesa, huuuum. — Umedeceu os lábios. — Croissant de peito de peru com cheddar. — Foi ao céu só de pensar. — Meu Deus! Isso é um paraíso na terra. — Discou os três números do serviço de quarto, animada.

Deitou-se na cama enquanto retirava os sapatos, tinha um sorriso estampado no rosto quando apoiou as costas em diversos travesseiros. Pediu tudo o que queria e o que sentia vontade de comer.

Micael ainda tomava banho. Demorou um pouco pela ducha estar extremamente deliciosa, morna, tudo o que ele precisava! Enrolou uma toalha na cintura e bagunçou os cabelos úmidos, saindo do banheiro.

Franziu a sobrancelha ao ver Sophia em frente à um carrinho, com tudo o que tinha direito.

— Pensei que você tivesse morrido. — Encarou o marido enquanto comia um pedaço de Croissant com recheio de chocolate belga. Os lábios sujos foram engraçados. — Isso é muito bom!

— Sabe, quando voltarmos vamos fazer uma dieta bem restritiva. — Micael cruzou os braços.

— Você? — Sophia debochou. — Porque eu estou ótima! — Voltou a comer.

— Você está grávida! Não pode ficar se entupindo de croissant de chocolate, achocolatado, pudim e outras porcarias que fazem mal ao bebê. — Se irritou.

— Eu comi Milka a gravidez inteirinha da Clara. Escondido, é claro! — Sorriu ao marido, se lembrando.

— Bom saber.

— Eu estou grávida, Micael. — Deu de ombros. — Você é muito chato quando quer. — Bebeu o suco.

— Me preocupo com você e me preocupo que não tem uma mísera fruta nessa mesa. — Observou. — Mas tudo bem, não vou brigar com você e ficar irritado por coisas mínimas. — Rendeu as mãos.

— Quer pudim? Tem nozes em cima. — Ofereceu ao marido que se irritou mais uma vez.

Aquilo iria durar...

Aposta de Amor - 2ª Temporada Where stories live. Discover now