Capítulo 50

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Bora Bora era realmente uma pintura, um lugar incrível. O dia agradável mas ainda sim, meramente nublado, não deixou que a alegria da família se acabasse.

Clara estava correndo sob algumas ondas rasas que se formavam em seus pés, sob o olhar de Micael, que sorria ao ver a filha se divertindo. Sondou a pequena para que não se machucasse e nem fosse mais além.

— Vamos voltar para o quarto? Precisamos retocar o seu protetor solar! — Avisou para a filha que entristeceu, de imediato.

— Mas agora, papai? — Sentou-se na areia que parecia uma lama.

— Agora. — Assentiu, calmo. — Precisamos acordar a dorminhoca da sua mãe também. — Encarou o Rolex em seu pulso. Faltavam dez minutos para o meio-dia. — É uma viagem de família! — Não estava gostando do descanso que Sophia estava tendo.

Sem Clara e ele. Mas precisava entender que agora a esposa estava grávida novamente e o bebê provavelmente seria preguiçoso.

— Papai, eu não quero voltar. — Clara ainda brincava com as ondinhas.

— É rápido, meu amor. E também, você precisa comer! Já está na hora do almoço. — Emendou para que a pequena não ficasse triste.

— Tá bom. — Clara levantou por sua vontade, mesmo não querendo voltar ao quarto. Deu a mão para Micael, que andou com ela pelas ondas até chegarem nos quartos, que ficavam no píer de madeira.

Teve a pequena nos braços, segurando em seu colo.

— Está fervendo, dona Clara! — Tateou os braços da filha, que estavam quentes pelo mormaço. — Deve ficar um pouco queimada, mesmo com o protetor.

— Protetor é chato! — Achou graça.

— Protetor é eficiente! Ou você quer ficar vermelha como um pimentão de salada? — A filha riu.

— Eu não quero ficar igual um pimentão de salada, papai. — Corou, ainda rindo. Micael deu um beijo estalado em sua bochecha.

— Meu pimentãozinho! — Sorriu.

Abriu a porta do quarto e viu que Sophia ainda dormia, debaixo do edredom não muito grosso. Desceu Clara de seu colo, avisando a filha para ir debaixo do chuveiro, retirar a água salgada do corpo.

Micael caminhou até a esposa.

— Sophia? — Tocou de leve o seu rosto, sereno e tranquilo. Estava descansando bastante! — Sophia? Hora de acordar, meu amor!

As pálpebras se forçaram.

— Sophia? — Beijou seu pescoço, lhe acordando.

— Hum? — Achou ruim, não queria acordar. — Só mais um pouquinho!

— É meio-dia. Já está na hora de você acordar!

— Mas eu ainda estou com sono. — Ajeitou os travesseiros novamente.

— Mas você já dormiu demais.

— Que chato! — Se irritou, abrindo os olhos azuis parar encarar o marido. — Eu estou grávida, se você ainda não sabe.

— Eu sei meu amor, mas a viagem é de família! — Lembrou Sophia. — Você já está dormindo por horas.

— E o que você fez enquanto eu estive dormindo? — Espreguiçou-se.

— Fui até a praia com Clara. Ela montou dois castelos de areia, fez cambalhotas e ainda por cima correu entre as ondinhas na beira. — Sophia sorriu, encantada. Gostaria de ter visto.

— Que linda! — Ainda sorria.

— Éramos pra ir juntos mas você preferiu ficar dormindo.

— Eu não dormi muito bem essa noite. — Saiu da cama, ainda sonolenta. Usava uma camisola de seda rosa. — Acho que foi o enjoo de ontem. — Lembrou, fazendo uma careta.

— Mas agora você está bem?

— Sim, estou. — Assentiu. — Clara está no banho?

— Está.

— Eu vou entrar lá com ela, já volto! — Avisou o marido que assentiu, esperando.

Meia hora depois e as duas estavam prontas para irem almoçar. Micael optou pelo restaurante que havia dentro do resort, para experimentar as comidas clássicas de Bora Bora.

— Está gostoso, filha? — Sophia limpou a boca de Clara com um guardanapo, que se sujava toda ao comer o molho do peixe.

— Uhum. — Sorriu e assentiu, voltando à comer.

— Poderíamos caminhar na praia ao anoitecer, o que vocês acham? — Micael deu a ideia mas Sophia não gostou muito.

— Caminhar? — Torceu o nariz.

— Sim, caminhar! Faz bem ao bebê e também à sua saúde!

— Mas eu não quero caminhar, eu quero curtir um pouco. — Olhou ao redor.

— Curtir o quê? A cama do quarto? — Micael estava se irritando.

— Micael, algum problema com você?

Sophia foi irônica, sacando que o marido estava irritado por algo.

— Nenhum. — Se colocou em seu lugar. — Podemos deixar a caminhada para outro dia.

— Papai, a gente não vai andar no barcão? — Clara bebeu seu suco.

— Que barcão, querida? — Sophia quis saber.

— A lancha que vimos hoje de manhã, saindo daqui perto. — Micael contou. — Clara ficou com vontade de ir!

— Podemos ir amanhã e fazer um mergulho. — Sophia achou uma ótima ideia.

— Mergulho? — Micael achou o oposto.

— Algum problema pra você? — Sophia semicerrou os olhos.

— Não acho legal fazer mergulho, você está grávida!

— Meu Deus, Micael... — Colocou as mãos no rosto.

O garçom se aproximou.

— Suco de laranja? — Observou os três.

— Aqui! — Sophia sorriu, recebendo o copo de vidro com o conteúdo fresco. — Obrigada.

O garçom assentiu, deixando a família à sós.

E o almoço foi repleto de farpas pequenas. Ora Sophia com ideias malucas, ora Micael, não querendo que ela fizesse nada daquele tipo.
Clara já estava entediada de ver os pais discutindo, mas ainda não entendia os motivos de levarem os dois para aquela situação.

A viagem de família estava virando um fracasso!

Aposta de Amor - 2ª Temporada Where stories live. Discover now